terça-feira, 29 de setembro de 2009

Frase do Dia

"Nada é mais difícil, e por isso mais precioso, do que ser capaz de decidir."

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Cristiano Góes – O Adeus ao PT de Quixadá.


O Estilo de fazer política, para muitos considerado desastroso, de Ilário Marques, ex-prefeito de Quixadá e cacique político daquela cidade, leva o PT a mais uma baixa na "Terra dos Monólitos".

Insatisfeito com a postura política de Ilário, o ex-vice-prefeito de Quixadá, Cristiano Góes, anunciou, ontem, sua saída do Partido dos Trabalhadores, após 16 anos de intensa militância.

Cristiano é considerado um dos melhores quadros do partido e reconhecido por sua postura ética, além de bom gestor. Dentre os vários cargos que ocupou, destacam-se: vereador por duas vezes, presidente da Câmara, secretário de cultura, secretário de administração, chegou a substituir o ex- prefeito, em recuperação de um acidente aéreo, durante um bom período.

Ilário Marques, ultimamente, vem perdendo espaço no PT, sua última derrota política foi a perda do comando do partido no Ceará, atribuída, por analistas, ao seu estilo desagregador.

Veja a carta aberta de Cristiano publicado em seu Blog.


“CARTA ABERTA - COMUNICADO

Quixadá, 28 de setembro de 2009

Amigas e amigos,

É do conhecimento de muitos a minha insatisfação com os rumos tomados dentro do Partido dos Trabalhadores em Quixadá. Nos últimos tempos tenho feito uma reflexão, acerca da decisão a ser tomada por mim dentro do âmbito partidário. A cada dia que passo percebo ideais, projetos e propostas, que tanto sonhei e me dediquei serem esquecidos; trocados por práticas atrasadas. Estas alterações me fizeram decidir por um novo caminho político.

No início tive conversas dentro de minha família. Depois fui ampliando para amigas e amigos, companheiros de trajetória política e de amizade. Ponderei e discuti sobre as alternativas a serem seguidas. Ficar no PT e partir para um enfrentamento no debate interno foi uma hipótese em que me debati e que muitos defendiam. A decisão não foi para mim uma coisa fácil. Ao contrário, foi difícil definir pela saída de um partido em que vivi toda a minha militância política. Foram 16 anos de filiação. Uma história de vida marcada pela busca de construir um Quixadá mais justo, mais equitativo, com mais inclusão social.

Exerci com zelo e dedicação todos os cargos e atribuições em que representei o partido. Fui presidente municipal, líder de bancada, vereador, vice-prefeito, prefeito, coordenador de campanhas eleitorais, etc.; sempre exercendo todas estas atribuições com muita paixão e desprendimento pessoal. Chegou o momento de percorrer um novo caminho. Sou sabedor das dificuldades; sou ciente do que irei enfrentar. Entretanto, sempre seguirei o que acredito, aliás, como sempre fiz em minha vida.

Comunico-lhes minha decisão de deixar o Partido dos Trabalhadores. É uma decisão amadurecida, mas que mesmo assim me exigiu firmeza, pois não é fácil abandonar um espaço que tantas alegrias me deram.

Em uma cidade de importância como a nossa não há espaço para um cotidiano de assistencialismo e desvios éticos. Vivemos em um momento democrático em que transparência, legalidade, impessoalidade, moralidade e eficiência são princípios presentes em nossa Constituição. Devem estar sempre presentes no dia a dia da administração pública.

Lamento que dirigentes de nossa cidade tenham se desviado de sua trajetória. Não podemos como que de repente, esquecermos de nossa história e passarmos a ser os arautos da exploração, do proselitismo, da demagogia. Não, não podemos. Temos de seguir o caminho muitas vezes mais tortuoso, com mais sacrifício pessoal, mas não podemos de esquecer do motivo que nos fez ingressar na política: lutar por cidades melhores.

Enfim, gostaria de agradecer aos muitos amigos que fiz dentro do Partido. Tenho uma gratidão a todos com que debati, com que estabeleci parcerias, com quem reguei amizades. A situação política pode nos deixar distantes, mas como conheço vocês, estaremos sempre juntos na ética, na honestidade, em sonhar por dias melhores.

Não é um momento de despedida, mas de um novo começo.

Que Deus abençoe e guarde nossas vidas.

Saudações,

Cristiano Góes”

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domingo, 27 de setembro de 2009

Catulo da Paixão Cearense – O Autodidata – Curiosidades da Música Popular.

AÍ A MÚSICA TEM TAMBÉM SEUS PEQUENOS FATOS.

“Aprendi musica, como aprendi a fazer versos, naturalmente”.
(Catulo da Paixão Cearense
)

O compositor, Catulo da Paixão Cearense, autor de “Luar do Sertão”, considerado um hino da música sertaneja, era um autodidata. O compositor, que apesar do nome, era maranhense, mesmo com as dificuldades de sua origem pobre, aprendeu português, matemática e francês, chegando a traduzir livros de poetas franceses do início do século XX.

Comento: Catulo, filho de um cearense, é autor de clássicos eternos da música brasileira, dentre eles: “Flor Amorosa” e “Ontem ao Luar”. Segundo o dicionário Cravo Albim, o pai de Catulo, ao surpreendê-lo cantando “Ao Luar”, sua primeira composição, em uma república de estudantes, quebrou o violão na sua cabeça, transtornado com a opção do compositor pela boemia. Não adiantou muito: Catulo hoje é considerado o responsável pela reabilitação do violão nos salões da alta sociedade carioca e pela reforma da modinha.

O poeta morreu aos 83 anos de idade, em 10 de maio de 1946, seu corpo foi embalsamado e exposto à visitação pública até 13 de maio, quando desceu a sepultura no cemitério São Francisco de Paula , no Largo do Catumbi, ao som de “Luar do Sertão”, cantado pela multidão que acompanhou o enterro.

O vídeo apresenta Maria Bethânia interpretando uma bela versão de “Luar do Sertão”, a música mais famosa do compositor maranhense, feita em parceria com João Pernambuco, em 1908. O vídeo é finalizado com o clássico Azulão de Manuel Bandeira e Jayme Ovalle.





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segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Frase do Dia

“O sábio fala porque tem alguma coisa a dizer; o tolo porque tem que dizer alguma coisa”

(Platão)
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domingo, 20 de setembro de 2009

Criatura bizarra é encontrada em lago no Panamá.

Os jornais do Brasil deram grande destaque, na última quinta-feira, para uma estranha criatura abatida por cinco adolescentes entre 14 e 16 anos em Cerro Azul, no Panamá.

Os jovens avistaram o animal saindo de uma gruta e, assustados, atiraram pedras, provocando sua morte. Logo após a jogaram no Lago.



A aparência bizarra da criatura logo provocou especulações no imaginário popular sobre a existências de ET´s na região, mas provavelmente é um animal ainda não catalogado pelos biólogos ou com problemas de formação, talvez uma preguiça, espécie bastante comum na região.

o caso está sendo investigado por especialistas.

Veja o vídeo.




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Orgulho de ser brasileiro.

Por José de Abreu

Do Blog do Luis Nassif

sempre gostei muito de Nova Iorque, mas fazia 10 anos que não vinha por motivos particulares (um grande amigo daqui morreu e fiquei com problemas com a cidade).

Voltei agora com minha mulher e um dos 5 filhos e fiquei espantado com uma mudança substancial: o Brasil é adorado aqui agora.

Estava numa loja da Apple falando em português com minha mulher e um vendedor entrou na conversa dizendo en inglês que havia entendido tudo e que queria ajudar. Perguntei como ele entendeu, se ele falava português e ele disse que não mas que de tanto ouvir nossa língua estava se acostumando e cada vez mais entendendo, embora não conseguisse falar uma palavra. Sabia que o presidente era o Lula!

Fui ver uma peça na Broadway e estavam vendendo tradução simultânea em várias línguas. Qual a primeira da lista? Português!

Fui na loja da Nike e numa das salas havia 15 pessoas, 9 eram brasileiras. Ficaram tirando fotos e o gerente veio ver do que se tratava. Expliquei e ele me convidou para um café. Durante a conversa me disse que o Brasil é hoje o maior comprador da Nike em NY, ganhando da Europa inteira que vem em 2o. lugar… Sabia o nome do presidente também.

Hoje fui ver o Blue Man Group pela 3a vez e nos letreiros coloridos antes da peça havia avisos em português também. Conheço um dos trezentos azuis e por coincidência ele estava lá. Perguntei o que houve para colocarem nossa língua que nunca tinha visto, embora com dois erros (proibido com “h” e fotografer. Ele me disse na maior: vocês são nosso maior público… E mandou: como vai “o cara”?

Turismo se faz em época de crise? Não seria a primeira coisa que uma pessoa normal cortaria? Será que teve marolinha mesmo? Ou o Lula exagerou para mais?

Estou buscando atores que falem iídiche para um filme sobre imigração da Russia Czarista para o RS em 1904. Achei que iria ligar para as pessoas e ninguém iria querer falar sobre um filme brasileiro a ser rodado no Brasil: tem quase 50 atores para se inscrever nos testes. Uma cantora americana que ficou minha amiga me disse: quem não quer passar um tempo no Brasil? Ainda que ganhando pouco?

Gostaria que outros companheiros do portal contassem suas aventuras além mar para saber se estou maluco ou é isso mesmo: o Brasil é a bola da vez.

Bom domingo para todos.

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Onde Andará – Geraldo Vandré.


“... Vem vamos embora que esperar não é saber, quem sabe faz a hora não espera acontecer...”. O refrão de “Pra não dizer que não falei das flores” tornou-se uma exaltação contra a ditadura militar imposta aos brasileiros por longos 20 anos, no período de 1964 a 1985.

Geraldo Pedrosa de Araújo Dias, o conhecido Geraldo Vandré - Vandré era uma homenagem ao pai, o médico José Vandregísilo - é o autor da, talvez, mais conhecida música de protesto da história da MPB, considerado um verdadeiro hino contra os anos de chumbo do golpe. Em decorrência do incômodo provocado aos militares, o autor de “Fica Mal com Deus” teve que se auto-exilar no Chile, em 1969, receoso das possíveis conseqüências da provocação, já que afrontar a ditadura era sinônimo de perseguição, prisões, torturas e até assassinatos.

Com efeito, “Pra não dizer que não falei das flores” foi um calo nas botas dos militares golpistas e, portanto, logo foi censurada, fato comum naqueles tempos negros do regime de exceção, afinal, por muito menos muita gente já havia sido presa e sujeita aos abusos de um sistema totalitário.

Diante deste cenário vergonhoso, muitos comentários foram suscitados em relação ao criador de Disparada, como supostas prisões, torturas brutais e engajamento em grupos políticos, fatos peremptoriamente negados pelo compositor. Embora tenha destroçado a versão corrente de que foi torturado, muita gente insiste em não acreditar na declaração do cantor. O certo é que o temperamento reservado e polêmico de Vandré, normalmente pouco afeito às convenções sociais, arredio à exposição à mídia e econômico nas entrevistas, somente cria um cenário místico em relação a sua biografia.

E onde anda Geraldo Vandré? O compositor, paraibano, nascido em João Pessoa, hoje mora em um pequeno apartamento em São Paulo, está com 74 anos, é advogado. Foi aposentado pelo Ministério da Fazenda por ter trabalhado na extinta Sunab antes de 1968. Continua polêmico, às vezes chega a ser contraditório, brada, ironicamente, que desconhece quem é Lula, continua criticando o sistema, confessou que votou para presidente apenas uma vez: no Marechal Lott e João Goulart para Vice, em 1960.

Curiosamente, Vandré chega a falar bem dos militares, chegou a fazer uma música em homenagem a FAB, intitulada Fabiana, justificou a aparente contradição, alegando uma velha paixão por aviões adquirida na infância, paixão que o levou, em 1995, a estar presente a uma comemoração da Semana da Asa, em que cadetes da FAB cantaram a sua composição.

Diz que não acompanha a MPB há muito tempo, preferindo músicas clássicas, responde o motivo da pouca exposição em que se encontra, com uma provocação: “Quero ficar longe dessa realidade que você está”.

Veja trechos das poucas entrevistas concedidas pelo compositor entre 2000 e 2008:

Entrevista concedida em 2000 ao Site CliqueMusic

Só ouço música clássica”.

"Caminhando não era uma canção política. Era um aviso aos militares: ‘Olha gente, desse jeito não dá mais’. Eles (militares) nunca tocaram um dedo em mim". "Sou advogado, o único da minha região. Advogado, porém inútil " (risos).

Entrevista ao jornalista Ricardo Anísio em 2004

Eu disse que havia escrito a canção porque sempre fui um apaixonado por aviões. Agora, a minha relação com as Forças Armadas hoje, é de muito respeito mútuo. Eles me tratam com dedicação e sabem das minhas questões existenciais.” Sobre a música Fabiana.

Quando voltei do exílio, no final de década de setenta, meus companheiros me receberam com decepção, porque eu estava vivinho da silva, e eles me queriam mártir e morto. Seria para eles mais uma bandeira. E eu voltei doente e meio perdido em meu país, quando justamente os militares me acolheram e me deram tratamento médico, e me alojaram. Essa é uma relação de seres humanos e não de instituições. Outra coisa, tem que se acabar com essa idéia de que dentro dos quartéis todo mundo será sempre de direita. As coisas mudaram, e a tendência dos jovens oficiais hoje é mais de esquerda, ou de centro, na pior hipótese. Não foram as Forças Armadas as responsáveis pelos anos de ditadura, mas sim os homens que estavam à frente delas naquele momento.” respondendo como nasceu a relação de respeito entre o autor de um hino anti-militarista e os militares?

Nunca! Nem sequer fui exilado, porque escapei do país antes que me prendessem e me exilassem. Saí do Brasil sem que me encostassem um dedo sequer, embora soubesse que era considerado de alta periculosidade pelo SNI (Serviço Nacional de Informações).” Respondendo se havia sido torturado.

Entrevista para ao Correio Brasiliense em 2008

Eu parei ali. Acabou a carreira. Não tive mais carreira.” Sobre o Ai-5.

Estou fora de atividade comercial. Eu estudo música, tenho uma canção que escrevi para a Força Aérea, Fabiana, mas que não foi gravada comercialmente.” Instado se continuava compondo.

Essa é a realidade. Vocês querem a do sofrimento. Não vende jornal não, né?” reiterando que não era verdade que havia sido preso ou torturado.


Tenho muita coisa para fazer, não dá tempo de sentir saudade.” Respondendo se sentia saudade da década de 70.

Meu caminho não é esse, não, nunca foi”, respondendo se o seu objetivo, na década de sessenta, era fazer guerrilha com violão.

Atualização: o segundo vídeo mostra uma raro registro de Geraldo Vandré, em um  show de um amigo, o Sargento Lago, realizado em 2008.

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Frase do Dia

"Nós poderíamos ser muito melhores se não quisséssemos ser tão bons"

(Sigmund Freud)
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sábado, 19 de setembro de 2009

Reflexões - Dalai-Lama.

Em tempos de pouco idealismo e muito apego aos valores materiais, segue um belo texto de Sua Santidade Dalai-Lama. Uma exortação aos jovens, a rigor, o maior agente de um futuro mais justo.

“Dos aproximadamente seis bilhões de seres humanos que existem, a geração mais velha, em que me incluo, está se preparando para se despedir deste mundo.

Os jovens são responsáveis pelo futuro. Sendo assim, jovens, por favor, assumam sua responsabilidade, lembrem-se de seu potencial e tenham confiança em si mesmos. Mantenham a mente aberta, assim como a capacidade de se preocupar com a humanidade e a consciência de fazer parte dela.

O frescor e a força da juventude não podem esmorecer. É preciso que vocês conservem todo o seu entusiasmo.”


*Dalai-Lama. O Caminho da Tranqüilidade. Rio de Janeiro, Sextante, 2000. 119 p. Compilado e editado por Renuka Singh. Traduzido por Maria Luiza Newlands e Márcia Cláudia Alves.
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quarta-feira, 16 de setembro de 2009

A fantástica história de João Batista dos Santos.

Repasso, com prazer, matéria do jornal o povo, suplemento Vida e Arte, sobre o último trabalho do cineasta Heraldo Cavalcanti - o curta, Fractais Sertanejos - que recebeu o Prêmio do Centro Técnico Audiovisual (CTAV), do Ministério da Cultura (MinC), e um troféu dado pelo Centro Cineclubista de São Paulo.

No curta-metragem Fractais Sertanejos, o cineasta cearense Heraldo Cavalcanti expõe a arte e a filosofia por trás da obra de João Batista dos Santos, o Janjão

Marcos Sampaio
marcossampaio@opovo.com.br

16 Set 2009 - 01h56min

Janjão:
Aos 27 anos, o pedreiro João Batista dos Santos, natural de Aurora, distante 406,8 km de Fortaleza, precisou fazer uma cirurgia na perna. Durante o procedimento, o médico perguntou pela anestesia e ouviu como resposta que a haviam esquecido. Ele, diante disso, aplicou-lhe uma anestesia geral, o que levou o paciente a um estado de coma. João, quando percebeu, estava em um túnel de luz em direção ao céu. Lá, ele soltou um palavrão e chegou à conclusão de que havia morrido. Começou, então, a fazer o caminho de volta e, nas próprias palavras, viu o mundo coberto de cores turvas "como uma Coca-Cola no fundo do copo, um sabonete Phebo quando tá bem fininho".

Nesse retorno, Janjão, como é mais conhecido, decidiu fazer uma reavaliação de tudo que havia feito até ali e renasceu decidido a se tornar artista. Hoje, aos 53 anos, sua história está registrada no curta-metragem Fractais Sertanejos, do cearense Heraldo Cavalcanti. O filme foi eleito pelo público um dos dez melhores no 20º Festival de Curtas Metragens de São Paulo, recebeu o Prêmio do Centro Técnico Audiovisual (CTAV), do Ministério da Cultura (MinC), e um troféu dado pelo Centro Cineclubista de São Paulo.

Frutos de uma revolução na geometria e na estatística, os fractais são estruturas complexas, estudadas pela matemática, física e pela teoria do caos. Baseado nestas formas e estudos, Janjão começou a desenvolver um trabalho que chamou de "tudoenada". São obras abstratas, entalhadas em madeira. Por telefone, ele contou que teve o primeiro contato com a teoria dos fractais através de uma revista que achou em algum lugar, há 17 anos, e, desde então, não parou de estudar o assunto. "Esse filme é a minha vida, traduzindo o que sou, o que tenho e o meu trabalho", diz ele emocionado. Viúvo de sua primeira esposa e pai de seis filhos, Janjão hoje vive de sua arte, que já encontrou admiradores na Inglaterra, Japão e Alemanha. Com seu linguajar simples, ele se orgulha de dizer que sempre gostou de ler tudo que via na sua frente e não esconde o orgulho que tem da transformação que passou.

"Foi pura espiritualidade. Quando acordei, não queria conversa com ninguém. Fiz uma reciclagem da minha vida, desde o dia em que nasci. Hoje sou um samurai das artes. Um defensor das artes". O diretor Heraldo Cavalcanti conta que Fractais Sertanejos nasceu de uma busca particular pela cultura tradicional cearense, sobre a qual, até então, ele ainda mantinha uma visão antagônica. Foi assim que decidiu ir para o Cariri procurar alguém que fizesse uma obra diferente ou, como ele descreve, "que não ficasse só no pífano, no Padre Cícero e no cangaceiro". Lá, lhe apontaram Janjão, que, logo no primeiro contato, começou a falar até encher duas horas de gravação e emocionar quem estava presente. "Ele é um falastrão. Também é muito vaidoso e disse que, se tivesse nascido nos EUA, estariam fazendo era um longa metragem", ri Heraldo, que acabou ficando amigo do artista e se impressionou porque ele não tinha o olhar de antítese sobre a tradição.

Entre janeiro e agosto de 2007, as filmagens de Fractais Sertanejos passaram por Fortaleza, Aurora e São Paulo, onde o escultor morou e trabalhou. Com 19 minutos, o filme foi pensado, inicialmente, para compor, com outros três personagens, um episódio do DOC TV, programa do Ministério da Cultura, sobre a produção tradicional do Cariri. Mesmo não tendo entrado para a série, Heraldo sabia que tinha um bom material em mãos, principalmente a parte que falava de Janjão. Por isso, decidiu transformá-lo num curta.

Claramente orgulhoso com o resultado de Fractais Sertanejos, Heraldo elege a sequencia filmada no Rio Salgado como a sua preferida. "O menino mergulha e um senhor atravessa como se fizessem parte do rio. Isso é totalmente fractal". Ele também assume que estava totalmente apreensivo com o que o público paulista iria pensar de "um cara do sertão que meche com fractais. Mas, esse filme me ensinou três coisas: um filme tem que me tirar do lugar onde estou, não somente em relação ao espaço físico; a gente não tem que ficar entre antípodas. Precisamos unir as coisas para criar outras; também não tinha ideia do poder do cinema de unir as pessoas. O publicou adotou o vocabulário do Janjão e não o viu como exótico". Também orgulhoso, Janjão declara: "Esse filme vai ser um legado pras pessoas saberem tudo que eu passei até aqui".


E MAIS

- Antes de Fractais Sertanejos, Heraldo Cavalcanti dirigiu os curtas Confiança (2002) e A insuportável comedora de chocolates (2003). Também dirigiu na TVC o programa Cultura em Cena. Atualmente, ele trabalha no curta A casa das horas, com a participação da atriz Nicette Bruno.

- Informações sobre os bastidores e cenas excluídas de Fractais Sertanejos estão sendo postadas no blog anitracinematv.blogspot.com
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terça-feira, 15 de setembro de 2009

Encontro Nacional de Tecnologia da Informação para os Municípios Brasileiros


clique para visualizar

Dirigentes e técnicos da área de TI, estão convidados pelo Secretário de Logística e Tecnologia da Informação, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Rogério Santanna, a participar do "Encontro Nacional de Tecnologia da Informação para os Municípios Brasileiros"(convite acima).

O evento vai debater o potencial das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC'S) na melhoria da gestão municipal e como os serviços virtuais podem qualificar o atendimento ao cidadão.

O convite é extensivo aos secretários e gestores municipais responsáveis pela área de TI de seu município.

Inscrições: www.softwarepublico.gov.br/4cmbr

Para mais informações e esclarecimentos: 4cmbr@softwarepublico.gov.br ou pelo telefone (61)2020-1468.

Data 27 e 28 de Outubro de 2009

Local:Centro de Eventos e Convenções Brasil 21,
Quadra 06, lote 1, conjunto A - Setor Hoteleiro Sul
Brasília – DF
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domingo, 13 de setembro de 2009

Frase do Dia


"O melhor espelho é um velho amigo"

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Azulão - Manuel Bandeira Jayme Ovalle - Belos Poemas Que Viraram Músicas.

Da série, Belos Poemas Que Viraram Músicas, destaco hoje, Azulão, um curto e singelo poema de Manuel Bandeira, musicado três vezes - fato comum na obra do escritor. A versão mais famosa é a do pianista Jayme Ovalle (Jayme Rojas de Aragón y Ovalle), as demais foram compostas por Radamés Gnattali e Camargo Guarnieri.

Comento: Ovalle era amigo íntimo de Manuel Bandeira e musicou, além da obra em questão, outros poemas do poeta, como: Modinha e Berimbau. Dono de um temperamento boêmio e grande capacidade criativa, o pianista também desfrutava da amizade de figuras proeminentes da cultura brasileira como: Gilberto Freyre, Fernando Sabino,Vilas-Lobos, Sérgio Buarque de Holanda, Di Cavalcantie e Carlos Drumond de Andrade.

Manuel bandeira, por sua vez, gostava muito de música, tanto erudita quanto popular, tocava um violão sem muitas pretensões e segundo o livro "Vida Musical", de Vasco Mariz, é um dos poetas mais preferidos dos músicos do Brasil, com pelo menos 48 poemas musicados 72 vezes, estes dados são de 1997, portanto, o número deve ser bem maior.

A reconhecida atração dos compositores pela obra de Manuel Bandeira chamou atenção até da academia: José Francisco da Gama e Silva Júnior em sua tese de doutorado “O processo da criação e da composição poética” a respeito da musicalidade dos versos de Manuel Bandeira, cita o seguinte comentário de Andrade Muricy:

“Os músicos sentem que poderão inserir a sua musicalidade – de música propriamente dita – naquela musicalidade subentendida por vezes inexpressa ou simplesmente indicada. Percebem que a sua colaboração não irá constituir uma superestrutura, mas que se fundirá com a obra poética intimamente: o poema e o seu análogo tonal se encaixam em perpétua aliança, como em Azulão”

O gosto do poeta Manuel Bandeira por música o levou a ter parceiros de peso, dentre eles: Villa-lobos e Radamés Gnattali. Algumas vezes, Bandeira fez letra especialmente para músicas, é o caso de "Portugal, meu Avozinho” feita para um Samba de Ari barroso. Vasco Mariz afirma, ainda, em seu livro, que os versos de Azulão foram feitos posteriormente à música de Jayme Ovalle.

Jayme Ovalle faleceu em 1955, em sua homenagem, Bandeira escreveu o poema "Ovalle", não só uma despedida, mas uma comovente afirmação de amizade.

Ovalle

Estavas bem mudado
Como se tivesses posto aquelas barbas brancas
Para entrar com maior decôro a Eternidade.
Nada de nós te interesava agora
Calavas sereno e grave
Como no fundo foste sempre
Sob as fantasias verbais enormes
Que faziam teus amigos rir e
Punham bondade no coração dos maus.

O padre orava:
- “O côro dos anjos te receba…”
Pensei comigo:
Cantando Estrela brilhante
Lá do alto mar!…

Levamos-te cansado ao teu último endereço
Vi com prazer
Que um dia afinal seremos vizinhos
Conversaremos longamente
De sepultura a sepultura
No silêncio das madrugadas
Quando o orvalho pingar sem ruído
E o luar for uma coisa só.

Em 1980, o escritor Otto Lara Resende escreveu:"Quem um dia vai refazer os passos de Jayme Ovalle e identificar as numerosas marcas e impressões digitais que deixou neste mundo, no Rio, em Nova York, em Londres?" O escritor Humberto Werneck , parece ter aceitado o desafio de Lara Resende e, em 2008, lançou o livro "O Santo Sujo - A vida de Jayme Ovalle," edição da Cosac Naify, uma respeitável obra sobre a vida do compositor Jayme Ovalle.





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domingo, 6 de setembro de 2009

Frase do Dia

“Na literatura de cordel nordestina, reis pedem conselhos a vaqueiros, princesas aspiram pela carne de sol e duques arruinados não compram nem seque uma cuia de farinha”

(Orígenes Lessa)
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sábado, 5 de setembro de 2009

Otacílio Batista – Poeta do bom até para Manuel Bandeira. Curiosidades da MPB.

AÍ A MÚSICA TEM TAMBÉM SEUS PEQUENOS FATOS.

O poeta repentista, Otacílio Batista, autor dos elaborados versos da música “Mulher nova, bonita e carinhosa", gravada por Amelinha, é considerado um dos maiores mitos do repente nordestino. O poeta foi reverenciado até pelo grande poeta Manuel Bandeira.

No livro “A presença dos cordelistas e cantadores repentistas em São Paulo”, o autor, Assis Ângelo, conta que Manuel Bandeira escreveu o poema “Saudações aos cantadores”, depois de ouvir Otacílio Batista cantar durante um festival de violeiros, realizado no Rio de Janeiro. O poema foi publicado no Jornal do Brasil em 11 de dezembro de 1959 e, posteriormente, no livro “Estrela da Vida Inteira, de 1965.

“Saudações aos cantadores”

Anteontem, minha gente,
Fui juiz numa função
De violeiros do Nordeste
Cantando em competição,
Vi cantar Dimas Batista,
Otacílio, seu irmão,
Ouvi um tal de Ferreira,
Ouvi um tal de João.
Um a quem faltava um braço
Tocava cuma só mão;
Mas como ele mesmo disse,
Cantando com perfeição,
Para cantar afinado,
Para cantar com paixão,
A força não está no braço,
Ela está no coração.
Ou puxando uma sextilha,
Ou uma oitava em quadrão,
Quer a rima fosse em inha
Quer a rima fosse em ao,
Caíam rimas do céu,
Saltavam rimas do chão!
Tudo muito bem medido
No galope do Sertão.
A Eneida estava boba,
O Cavalcanti bobão,
O Lúcio, o Renato Almeida,
Enfim toda comissão.
Saí dali convencido
Que não sou poeta não;
Que poeta é quem inventa
Em boa improvisação
Como faz Dimas Batista
E Otacílio seu irmão;
Como faz qualquer violeiro,
Bom cantador do Sertão,
A todos os quais humilde
Mando minha saudação.”

Djavan, por sua vez, se inspirou nos versos de Manuel Bandeira e, numa adaptação livre, compôs "Violeiros", uma belíssima homenagem aos violeiros do nordeste. A musica foi gravada no album, “Coisa de Acender”, lançado em 1992. (veja o vídeo abaixo).

Comento: Otacílio Batista, mais novo da chamada trindade da cantoria nordestina, composta por seus irmãos, Lourival, o “Louro”, e Dimas, é considerado uma lenda da cantoria nordestina.

Extremamente criativo, o poeta pernambucano, de São José Do Egito, era admirado por muitos artistas e escritores famosos, dentre eles, Ariano Suassuna, Manuel Bandeira, Luiz Gonzaga e Zé Ramalho, este, com grande competência, deu nova roupagem à música “Mulher nova, bonita e carinhosa", antigo martelo de Otacílio. A música, que foi um grande sucesso na voz da cantora Amelinha, chegou a ser tema de abertura do seriado “Lampião e Maria Bonita”, exibido pela rede Globo em 1982.

Zé Ramalho chegou a produzir um disco de Otacílio, em 1976. Já O Quinteto Violado, um respeitado grupo musical dos anos 70, lançou no álbum Pilogamia do Baião, de 1979, “Martelo agalopado”, uma composição de Otacílio Batista, em parceria com o cantador Diniz Vitorino.

Apaixonado pelo repente, o Poeta escreveu vários livros sobre o assunto, dentre eles, “Antologia Ilustrada dos Cantadores”, de 1976, em parceria com poeta cearense Francisco Linhares, a obra é uma pesquisa onde relata a vida e obra de mais de 300 cantadores de viola.

Outra característica do cantador era seu senso de humor, traduzido nestes versos: “Admiro o vaga-lume/ Voando ao morrer do dia/ Desafiando a ciência/ Que o homem na Terra cria/ Com um pisca-pisca na bunda/ Sem precisar bateria.”

Otacílio Batista se orgulhava de ter cantado para todos os Presidentes da República, de Gaspar Dutra (1945) a FHC, e para o Papa João Paulo II, em Fortaleza, Ceará. Cantou em todo o Brasil e chegou a se apresentar em Cuba, Bolívia e Portugal.

O poeta faleceu em 05 de agosto de 2003, aos 79 anos, em João Pessoa, Paraíba.


O vídeo apresenta uma apresentação de Violeiros com o grupo Amaranto de Minas Gerais.
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quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Frase do Dia.

"A Academia Brasileira de Letras se compõe de 39 membros e um morto rotativo."

(Millôr Fernandes) Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Heraldo Cavalcanti – Filme do cineasta cearense é premiado em festival internacional.

O filme "Fractais Sertanejos", do cineasta cearense, Heraldo Cavalcanti, exibido recentemente no 20º Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo, foi escolhido pelo público que assistiu às sessões como um dos 10 melhores filmes brasileiros exibidos.

O festival, que apresentou cerca de 400 filmes de todo o mundo, não tem caráter competitivo, mas os patrocinadores e apoiadores do festival concedem prêmios e troféus para os filmes que constam entre os 10 escolhidos pelo público.

"Fractais Sertanejos" recebeu o Prêmio CTAV que concede uma cópia legendada ao filme e o Troféu Luiz Orlando da Silva, concedido pelo Centro Cineclubista de São Paulo- CESIP.

O curta tem duração de 19 minutos e conta a história de um operário da construção civil que se torna artista ao sair do coma, esculpindo obras abstratas que denomina "TudoeNada", semelhantes aos fractais estudados na física e na matemática do caos.O filme acaba de ser selecionado também para a 9ª Goiânia Mostra Curtas.

Heraldo Cavalcanti, um premiado cineasta cearense, atualmente está morando no Rio de Janeiro. Seu próximo trabalho está em fase de conclusão, trata-se do curta "A casa da horas", filmado em Fortaleza, com a atriz Nicette Bruno. A respeitada e experiente artista encantou-se com o roteiro do filme e veio até a capital cearense especialmente para filmá-lo.
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