terça-feira, 30 de novembro de 2010

A cantora Dona Canô.

Duas belas cenas da matriarca da família de dois grandes artistas da MPB. Dona Canô, a sempre simpática mãe de Caetano Veloso e Maria Bethânia, canta, afinada e compenetrada, o clássico “Último Desejo”, de Noel Rosa e “Oração da Mãe Menininha”, do conterrâneo Dorival Caymmi. 

As performances têm uma diferença de 22 anos. A primeira apresentação foi extraída do filme “O Cinema falado”, realizado em 1986 e dirigido pelo próprio Caetano Veloso. A segunda cena é de 2008.



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terça-feira, 16 de novembro de 2010

Frase do Dia. Peter Drucker.

"Os economistas acham que os pobres precisam deles para que lhes digam que são pobres"


(Peter Drucker) Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

A história do Hino da Proclamação da República do Brasil.

O Hino da proclamação da República do Brasil foi composto, inicialmente, para ser o Hino do Brasil, no período imediatamente posterior a Proclamação da República. Os republicanos desejavam criar os novos símbolos do novo regime e para isso, em 1890, lançaram um concurso para escolha do novo Hino Oficial do Brasil. O concurso foi realizado no Teatro Lírico, do Rio de Janeiro, em 20 de janeiro de 1890.

O hino vencedor, com letra de José Joaquim de Campos da Costa de Medeiros e Albuquerque (1867 - 1934), um professor, jornalista, escritor e político entusiasta do ideal republicano (foto à esquerda). A letra é composta de vocabulário rebuscado, fruto, talvez, da formação intelectual de Medeiros e Albuquerque. O autor da letra do hino foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras ocupando a cadeira 22, cujo patrono era José Bonifácio.
 
A música coube a Leopoldo Américo Miguez (1850 - 1902) , um respeitado músico com formação erudita que foi diretor e professor do Instituto Nacional de Música (foto à direita).

A peça terminou não sendo utilizado como Hino Nacional por decisão do Marechal Deodoro da Fonseca. Por meio de Decreto, em janeiro de 1890, o novo governo brasileiro determinou que a composição fosse utilizada como Hino de Proclamação da República.

Comento: Lembro que na década de setenta o Hino da República era cantado nas escolas e colégios do país. Atualmente o Hino não é um dos mais conhecidos, entretanto, em 1989, trechos da sua letra ufanista, terminaram dando em samba. O verso “Liberdade, liberdade, abre as asas sobre nós” foi popularizado pela escola de samba Imperatriz Leopoldinense, em um samba enredo para a comemoração do centenário da república. O refrão, com algumas adaptações, foi fundamental para transformar o samba enredo, de autoria de Niltinho Tristeza, Preto Jóia, Vicentinho e Jurandir, em um dos mais conhecidos e populares da história dos desfiles das escolas de samba, levando a Imperatriz ao título de campeã do carnaval de 1989.


Letra do Hino
Hino da Proclamação da República do Brasil (Medeiros e Albuquerque Leopoldo Miguez. Publicada no Diário Oficial de 21 de Janeiro de 1890.

Seja um pálio de luz desdobrado.
Sob a larga amplidão destes céus
Este canto rebel que o passado
Vem remir dos mais torpes labéus!
Seja um hino de glória que fale
De esperança, de um novo porvir!
Com visões de triunfos embale
Quem por ele lutando surgir!

Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!

Nós nem cremos que escravos outrora
Tenha havido em tão nobre País...
Hoje o rubro lampejo da aurora
Acha irmãos, não tiranos hostis.
Somos todos iguais! Ao futuro
Saberemos, unidos, levar
Nosso augusto estandarte que, puro,
Brilha, ovante, da Pátria no altar!

Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!

Se é mister que de peitos valentes
Haja sangue em nosso pendão,
Sangue vivo do herói Tiradentes
Batizou este audaz pavilhão!
Mensageiros de paz, paz queremos,
É de amor nossa força e poder
Mas da guerra nos transes supremos
Heis de ver-nos lutar e vencer!

Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!

Do Ipiranga é preciso que o brado
Seja um grito soberbo de fé!
O Brasil já surgiu libertado,
Sobre as púrpuras régias de pé.
Eia, pois, brasileiros avante!
Verdes louros colhamos louçãos!
Seja o nosso País triunfante,
Livre terra de livres irmãos!

Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!
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domingo, 14 de novembro de 2010

Formula 1 2010. A vitória de quem jogou limpo.

A Vitória de Sebastian Vettel, ocorrida hoje, no GP de Abu Dhabi, e o conseqüente título de campeão mundial de formula 1 para o jovem alemão de 23 anos, traz um novo alento à desgastada competição.

Sempre fui um entusiasta de Fórmula 1, desde o tempo da bela Lotus Preta de Emerson Fittipaldi, lá pelo distante ano de 1972. Naquela época, com apenas 12 anos de idade, não perdia uma corrida sequer. Ultimamente, eu, como muitos, andava sem ânimo para assistir corridas, desde aquele ridículo e revoltante episódio da ultrapassagem facilitada por Massa, em favor do colega de equipe Fernando Alonso. Aquilo, para mim, decididamente, deixara de ser esporte. 

Hoje, em companhia do meu amigo Pedro Silvestre, voltei a acompanhar uma corrida. Algo me dizia que iria “dar zebra".

Valeu a pena. Lavei a alma! Decididamente, é muito bom, para o futuro da formula 1, ver um título ser vencido por quem jogou limpo, sem a necessidade  discutível, no plano ético, do “jogo de equipe” optado pela Ferrairi, onde um piloto passa pelo constrangimento de, perante milhões de espectadores, ceder a posição, duramente conquistada na pista, para o companheiro com maior possibilidade de conquistar o título.

Algumas vezes a estratégia do “jogo de equipe” dá certo, mas o fato é que, mesmo vencendo, fica um grande prejuízo para a imagem da marca e para o esporte. 

Parabéns, portanto, à RBR. Fica a lição para a Ferrari. Quem sabe desta vez ela aprenda que é melhor perder com dignidade do que vencer com artifícios considerados, no mínimo, vergonhosos.
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O centenário de José Pattapio da Costa Jatahy.

Em 10 de Novembro de 2010, foi comemorado, em Fortaleza, o centenário do compositor José Pattapio da Costa Jatahy. Dentre os eventos realizados, a Prefeitura de Fortaleza inaugurou uma nova artéria batizada com o nome do cantor. A Avenida José Jataí fica localizada no trecho da avenida José Bastos compreendido entre a Avenida Francisco Sá, no Jacarecanga, até o cruzamento com a rua Professor João Bosco, no bairro Benfica.

Mais conhecido pela autoria do Hino do Ceará Sporting, José Jatahy foi um dos pioneiros na rádio cearenses, há quem diga que foi o primeiro cantor contratado da Ceará Radio Clube, lá nos anos 1930. Em 1942 foi escolhido o cantor do ano no estado do Ceará. Jatahy foi parceiro de Luiz Gonzaga, em dois baiões de sucesso: “Eu vou pro Crato” e “Desse jeito Sim”, ambos gravados pelo “Rei do Baião”.

Ativista, fundou e foi o primeiro presidente do Sindicado dos Músicos Cearenses. Sua militância política comunista o levou a ser preso pela ditadura militar instaurada em 1964. 

Sobre o período de prisão de Jatahy, o meu amigo, o jornalista Eliézer Rodrigues postou, na versão eletrônica da sua revista “Singular”, o seguinte depoimento:

“[...] Amigo de meu pai, José Lopes Barbosa, os dois comunistas e ativistas sindicais, Jatahy foi muitas vezes à nossa casa participar de comitês e reuniões do Partidão. Presos nos primeiros momentos da caça aos “subversivos”, logo depois do golpe militar do dia 1º de abril de 1964, os dois foram recolhidos, juntamente com outros companheiros, ao 23º Batalhão de Caçadores. E todos os dias, quando eu com minha mãe (D. Eliezita) íamos deixar a marmita para o meu pai (já que a comida do quartel era péssima), observava aquelas dezenas de marmitas espalhadas pelo corpo da guarda do quartel, todas endereçadas nominalmente aos prisioneiros políticos. E lá, entre aqueles nomes havia um que, a partir de hoje, ficará eternizado na placa da avenida: José Jatahy [...].”

José Jatahy faleceu em 1983,aos 73 anos de idade. Ouça a interpretação de Luiz Gonzaga para “Eu vou pro Crato” e “Desse Jeito Sim”.


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domingo, 7 de novembro de 2010

Frase do Dia. Salvador Pániker



"Mede-se a juventude de uma pessoa não pela idade, mas pela curiosidade que mantém"

(Salvador Pániker)
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A saudade dos verdadeiros humoristas. Ronald Golias, Costinha e Mussum

O humor cáustico, hoje prevalecente na programação das redes de televisão brasileiras, dificilmente me faz rir. Sei, entretanto, que a minha sensação não é generalizada, do contrário, tais programas não atingiriam índices de audiência tão elevados.

A programação parece focar, salvo honrosas exceções, na exposição do ser humano ao ridículo, e o pior: na maioria das vezes contra a vontade das vítimas. São políticos, atores, atrizes, cantores e até funcionários públicos, dentre outros, que, na maioria das vezes, se submetem, passivamente, aos exageros dos ditos comediantes jornalistas, receosos de possíveis retaliações em casos de resposta à altura da grosseria.

Diante de tanta apelação, confesso: cada vez mais, tenho saudades dos verdadeiros humoristas. Daqueles que fizeram história, como os saudosos, Ronald Golias, Costinha e Mussum.



Em homenagens a eles reservei, para minha e sua diversão, cinco vídeos hilários. Compare com o humor hodierno.










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quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Frase do Dia. Gilbert Keith Chesterton.

"Pobre daquele que está cansado de tudo, porque tudo e todos estarão, certamente, cansados dele"
 
(G. K. Chesterton)
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terça-feira, 2 de novembro de 2010

Verdade - Carlos Drummond de Andrade



A porta da verdade estava aberta,
Mas só deixava passar
Meia pessoa de cada vez.
Assim não era possível atingir toda a verdade,
Porque a meia pessoa que entrava
Só trazia o perfil de meia verdade,
E a sua segunda metade
Voltava igualmente com meios perfis
E os meios perfis não coincidiam verdade...
Arrebentaram a porta.
Derrubaram a porta,
Chegaram ao lugar luminoso
Onde a verdade esplendia seus fogos.
Era dividida em metades
Diferentes uma da outra.
Chegou-se a discutir qual
a metade mais bela.
Nenhuma das duas era totalmente bela
E carecia optar.
Cada um optou conforme
Seu capricho,
sua ilusão,
sua miopia. Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Frase do Dia. Alexandre Dumas.

"Nunca discuta, não convencerá ninguém. As opiniões são como os pregos; quanto mais se martelam, mais se enterram." 

(Alexandre Dumas)
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segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Mucuripe – Uma letra, duas músicas.

Curiosidades da Música Popular Brasileira. A história da música Mucuripe.
 
A música “Mucuripe”, um grande sucesso dos cearenses Fagner e Belchior teve, na verdade, duas versões.

A primeira, com letra e música frutos apenas da inspiração de Belchior, não é conhecida. Era cantada, pelo autor, em encontros boêmios de Fortaleza, principalmente, no Bar do Anísio, localizado na praia que deu o título à música e nas rodas de músicas do chamado “pessoal do Ceará”, grupo de talentosos artistas cearenses que faria história na MPB.

Posteriormente, Fagner fez uma nova versão em cima da mesma letra. Esta ficaria famosa ao ser gravada por dois monstros da MPB: Roberto Carlos e Elis Regina, se tornando a definitiva.

Comento: Belchior, no livro, “No tom da canção cearense – Do rádio, e TV, dos lares e bares na era dos festivais (1963-1979)”, do historiador cearense Wagner Castro, conta como se inspirou para fazer a música:

“Mucuripe” veio da idéia de fazer desde um filme antigo em que vi aconselhando a mulher de um marinheiro: dizendo que ela deixasse receber todos os seus sofrimentos, todas as suas mágoas [...] Então resolvi fazer uma música sobre isso; a questão do Mucuripe, do significado do nome e porque naquela altura Mucuripe era um local muito poético, com suas dunas [...].

Já a versão posterior de Fagner foi vencedora do Festival do CEUB de Brasília. O próprio Belchior admite, no citado livro, que a versão do conterrâneo era melhor que a sua:

“[...] Eu fiz um scanner de “Mucuripe”, com letra e música e depois o Raimundo Fagner fez uma música bem melhor que a minha [...]. Depois, com muito prazer, eu deixei de cantar a minha”.

Belchior aproveitou para fechar a música com uma conhecida frase de Augusto Pontes. “Vida, vento, vela, leva-me daqui” se ajustou com perfeição ao enredo da música se tornando um dos seus pontos fortes. Augusto, uma espécie de guru do pessoal do Ceará, declarou, em uma entrevista de 2006, não se importar com o uso do seu verso: “[...] Eu considero isso uma homenagem, não faz mal nenhum terem usado não.[...]Nunca pedi parceria por isso. São todos grandes amigos, é natural que um use uma frase ou outra [...]”.

Outra curiosidade sobre a música: em torno de 1972, Fagner chegou a morar na casa de Elis Regina, que se tornara sua amiga. Naquele tempo, o cearense de Orós estava prestes a gravar o seu primeiro LP “Manera Fru-Fru”, quando conheceu Ivan Lins por meio de Elis. A convite de Fagner, Ivan, que na época ainda não tinha grande vivência em arranjos, mas se mostrava um estudioso de música, se transformou, curiosamente, no primeiro arranjador da versão gravada de Mucuripe.

Abaixo as três interpretações mais famosas de Mucuripe: a de Elis Regina , a de Fagner e a do rei Roberto Carlos. Qual a melhor? Difícil, não? A escolha é sua.

Versão Elis Regina

Versão Fagner



Versão Roberto Carlos


Fonte: Castro, Wagner, No tom da canção cearense – Do rádio, e TV,dos lares e bares na era dos festivais (1963-1979)”, Fortaleza, Edições UF, 2008,292 páginas.
http://zecazines.blogspot.com/2009/05/homenagem-augusto-pontes.html
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