segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Frase do Dia. Manuel Bandeira.

"[...] Não adianta apreender o futuro. Vivemos anos apreendendo um perigo imaginário que não acontece; somos surpreendidos por uma desgraça em que jamais havíamos pensado. A sabedoria está em pôr o coração à larga e entregar a alma a Deus [...]"

(Manuel Bandeira)

Extraído da crônica "Momentos inesquecíveis", publicado no "O globlo", em 1957.No texto, o poeta fala da juventude, quando tinha tuberculose,  e do terror que tinha em morrer sem a mão do seu pai, em um local distante. O poeta, após entender a lição acima, perdeu o medo e viajou para a Suiça. Complementa. "[...] Não morri lá. Não morrerei com a mão do meu pai. Ele é que morreu com a sua mão na minha. Eis o momento mais inesquecível."

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Oh, Saudade da Paraíba. Terra do verdadeiro forró "Pé de Serra".


Recebi a dica do meu amigo Carlos Anselmo. As meninas do Clã Brasil dão um show ao interpretar “Sebastiana”, do grande Rosil Cavalcanti. Lembraram meus bons tempos de estudante, em Campina Grande. Lá, no  final dos anos setenta, dancei muito forró com cheiro de lenha queimada, no frio gostoso da Serra da Borborema. São João simples, descalço, animado, mas  sem os exageros e luxo de hoje. Forró agarradinho... até o dia raiar. Oh, saudade!

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

domingo, 28 de agosto de 2011

Frase do dia. Oscar Wilde.

"A Sinceridade é perigosa quando relativa, e catastrófica quando absoluta"

(Oscar Wilde)

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Como foi criado o choro "Lamentos", de Pixinguinha.


Na década de 1920, o pioneiro grupo de choro “Oito Batutas”, acabara de retornar de uma temporada na França, convidado pelo bailarino Duque. O grupo era formado por grandes nomes da música, dentre eles, Donga e o lendário Pixinguinha, que naquele tempo tinha a flauta como seu principal instrumento. O sucesso na França levou o jornalista Assis Chateaubriand a convidar o grupo para uma homenagem em um hotel do Rio de Janeiro. O evento daria o mote para a criação de um grande choro da MPB.

Pixinguinha teria sido barrado na entrada do hotel. O porteiro informou que lamentava, mas a ordem era que negros deveriam entrar pelos fundos. Pixinguinha, resignado, desculpou o funcionários: ”Lamento, mas sei que o senhor está cumprindo ordens” e atendeu as orientações do também constrangido porteiro.Entraram pela cozinha ouvindo os comentários revoltados de Donga, este bem mais contestador: “que absurdo, que vexame, que vergonha nós passamos” e Pixinguinha: “Eu lamento, mas não vamos comentar mais esse assunto”. Antes de receberem a homenagem, alguém se referiu ao fato e também lamentou o episódio. Pixinguinha, sempre resignado, novamente retrucou: “Eu lamento, todos lamentam, mas vamos evitar comentários”. Donga percebeu a repetição da palavra durante a noite e sugeriu: “Pixinguinha você disse a palavra “lamento” três vezes, por que não escreve um choro com esse nome?”.

Quem contou essa versão da gênese do choro foi outro famoso flautista brasileiro, Altamiro Carrilho, em depoimento registrado no livro “Os sorrisos do Choro”, escrito por Julie Koidin, curiosamente, uma americana também flautista e apaixonada pelo choro.Julie lembrou a Altamiro que a letra do choro tinha sido feita muitos anos depois. Altamiro confirmou, e atribuiu a letra a Hermínio Bello de Carvalho. Na verdade, a memória traiu nosso grande flautista, a letra de "Lamentos" é de Vinicius de Moraes, que escreveu o poema apenas para a primeira parte da melodia, em 1962, e não fez referências alguma ao episódio do hotel. Na verdade, a letra não tem nada a ver com a versão apresentada pelo flautista. Altamiro afirma ter ouvido a história do próprio Pixinguinha, de quem era grande amigo. O certo é que o choro tem uma linha melódica triste, até mesmo melancólica, portanto, se alinha à suposta inspiração contada por Altamiro. 

Comento: O choro “Lamentos” foi alvo de outra polêmica quando lançado em 1928. O crítico musical Cruz Cordeiro, em artigo para a sua revista Phono-Art, considerado a primeira revista especializada em música do Brasil, em novembro de 1928, teria acusado Pixinguinha e Donga de ter americanizado o famoso choro. O crítico, para muitos, um pioneiro na atividade de crítica musical,após comentar três discos gravados pela Orquestra Pixinguinha-Donga, escreveu:

O quarto disco contém dois choros: um de Pixinguinha, “Lamentos”, outro de Donga, “Amigo do povo”, sobre os quais não podemos deixar de notar que em suas músicas não se encontra um caráter perfeitamente típico. A influência das melodias e mesmo do ritmo das músicas norte-americanas é, nesses dois choros, bem evidente. Este fato nos causou sérias surpresas porquanto sabemos que os compositores são dois dos melhores autores da música típica nacional. É por esse motivo que julgamos esse disco o pior dos quatro que a Orquestra Pixinguinha-Donga ofereceu nesta quinzena”.

Dois anos depois, Cordeiro acrescentaria suas considerações ao famoso choro “Carinhoso”:

O disco 12.877 da Parlophon apresenta a Orquestra Pixinguinha-Donga. De um lado o maxixe de Peri, “Não diga não”. Excelente música, muito típica, sentimental, bem ritmada e dançada. No complemento, vamos encontrar um choro de Pixinguinha, “Carinhoso”. Parece que o nosso popular compositor anda muito influenciado pelo ritmo e pela melodia da música de jazz. É o que temos notado desde algum tempo, mais de uma vez. Nesse seu choro, cuja introdução é um verdadeiro fox-trot, apresenta em seu decorrer combinações da música popular yankee. Não nos agradou”. 

As declarações do falecido crítico musical até hoje geram protestos de musicólogos com Tariq de Sousa, Jairo Severiano, dentre outros. Por outro lado, o filho de Cruz Cordeiro publicou um artigo em que tenta justificar o contexto em que foi escrito os polêmicos artigos. O texto A PHONO-ARTE, “LAMENTOS” E “CARINHOSO” DE PIXINGUINHA - Artigo do Filho em defesa do Pai pode ser lido na íntegra em http://www.revistaphonoarte.com/pagina13.htm.

Fontes:

Sítio: http://www.revistaphonoarte.com.

Koindin, Julie, Os Sorrisos do Choro –Uma Jornada Musical através de caminhos Cruzados, Editora Global Choro Music, 1° edição,2011.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Frase do Dia. Abbé Raynal.

"Há uma infinidade de erros políticos que, uma vez cometidos, tornam-se princípios"

(Guilherme Thomas François Raynal)  Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Jackson do Pandeiro... E do violão.

Mais um vídeo do grande Jackson do Pandeiro. Desta vez o cantor aparece tocando violão, fato não muito comum nas suas apresentações. Nascido José Gomes Filho, o paraibano conta a origem do seu nome artístico: os velhos filmes de faroeste do cinema mudo.

O programa apresenta uma impropriedade ao atribuir a autoria da  música “Aquilo Bom” ao Rei do Baião, Luiz Gonzaga. Na verdade, a obra é do próprio Jackson, em parceria com José Batista, gravada no disco "Ritmo, Melodia e a Personalidade de Jackson do Pandeiro" (foto), em 1961.



Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

sábado, 6 de agosto de 2011

Frase do Dia. São Francisco de Assis.

“[...] Se tivéssemos bens, precisaríamos dispor também de armas para defendê-los.É da riqueza que provêm discussões e brigas, e assim se impende de muitas maneira tanto o amor a Deus quanto o amor ao próximo.Por isso não queremos possuir nenhum bem material neste mundo.”
 
(São Francisco de Assis)
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Wanderléa em três tempos. Qual a melhor versão?

Costumeiramente, lanço a provocação nesse blog, por meio da enquete “Qual a melhor versão?”. Normalmente, o critério que utilizo é apresentar uma bela música interpretada por astros do passado e do presente - parece-me interessante ver a roupagem que gerações diferentes dão a uma mesma obra. 

Dessa vez, lanço um desafio diferente: qual a melhor versão cantada por uma mesma cantora?  A versão tímida,  da jovem Wanderléa, então em início de carreira, no turbulento ano de 1968; a da já bem mais experiente artista, dez anos depois, em 1978; ou a madura, e ainda em forma, intérprete, quarenta  anos depois do primeiro vídeo. Já tenho minha opinião formada: o tempo melhorou a cantora, que passou a cantar com mais "Ternura". E para você, qual a melhor versão?

O título da música, por sinal, é Ternura, de Roberto Carlos e Erasmo Carlos.



Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...