quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Curta-metragem sobre Noel Rosa.


Interessante Curta-metragem produzido pela BossaFilmes, em comemoração ao centenário de nascimento de Noel Rosa.O vídeo apresenta depoimentos de artistas famosos que conheceram o poeta como, Elisete Cardoso, Adoniram Barbosa, Ismael Silva, Almirante e Braguinha. Os dois últimos, em 1929, ainda em início de carreira, chegaram a dividir palco com Noel em um conjunto musical chamado Bando de Tangarás.


O fundo musical apresenta Noel Rosa cantando duas das suas várias obras primas – “Positivismo” e “Coisas Nossas”, gravação de 1933. As duas cantoras preferidas do Poeta da Vila também participam. Marília Batista interpreta “Feitio de Oração” e Araci de Almeida apresenta “Não tem Tradução”. De quebra, “Filosofia” com Adoniran Barbosa.


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sábado, 16 de fevereiro de 2013

Frase do Dia. Henry Ford.

"Se eu perguntasse a meus compradores o que eles queriam, teriam dito que era um cavalo mais rápido"

(Henry Ford )
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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Belos poemas que viraram músicas. Medroso de Amor.

 Na bela Paris, em algum dia do ano de 1894, o pianista cearense Alberto Nepomuceno (1864 – 1920) musicou o poema “Medroso de Amor”, de seu conterrâneo, o poeta e folclorista Juvenal Galeno (1836-1931). Na união das competências de dois nacionalistas o resultado não poderia ser outro: a brasilidade da obra.


Considerado um dedicado observador dos costumes do interior, do sertão, das praias, Juvenal Galeno se considerava um poeta popular e se destacou pelo pioneirismo na literatura do Ceará. Seu livro de estreia, “Prelúdios Poéticos”, editado em 1856, é considerado o primeiro livro da literatura cearense e o marco inicial do Romantismo no Ceará. A peça “Quem com ferro fere com ferro será Ferido”, Única obra de Juvenal Galeno para o teatro, é considerada a primeira peça teatral escrita, produzida e encenada no ceará. O poeta também é considerado o pioneiro do folclore no Nordeste.

Fala-se - versão contestada por alguns pesquisadores - que a estética de sua obra, com forte sabor popular, foi orientação do poeta Gonçalves Dias que havia se hospedado na casa dos pais de Juvenal Galeno e de quem se tornou amigo. São poesias simples, com sotaque interiorano, que demonstrava profunda preocupação com a sorte do seu povo, fruto do forte engajamento político do cearense. Também se observava lirismo e musicalidade em sua obra, como pode ser observado no poema “Cajueiro Pequenino”: 

Cajueiro Pequenino,
carregadinho de flor.
À sombra das suas folhas,
venho cantar meu amor.

Em “Medroso de Amor”, um poema aparentemente ingênuo, até brejeiro, Juvenal Galeno realça as virtudes de um tipo genuinamente brasileiro - a moreninha - que habitava o imaginário popular da época com seu poder de seduzir, definitivamente, pelo sorriso meigo e olhar apaixonado. 

Moreninha, não sorrias
com meiguice... com ternura
(Não sorrias com meiguice)
Este riso de candura
Não desfolhes, não sorrias
Que eu tenho medo d´amores
Que só trazem desventuras.
Moreninha! Não me fites
Como agora, apaixonada
(Não me fites como agora, moreninha)
Este olhar toda enlevada
Não desprendas, não me fites
Pois assim derramas fogo
Em minh´alma regelada.
Moreninha! (Moreninha,) vai-te embora
Com teus encantos maltratas;
(Moreninha, vai-te embora...)
Eu fui mártir das ingratas
Quando amei... Oh, vai-te embora!
Hoje fujo das mulheres
Pois fui mártir das ingratas.

O poeta ficou cego em 1908, mas nunca abandonou a literatura. Teve uma vida longa, faleceu em 7 de março de1931, de uremia, aos 95 anos.

Denominada Opus 17 n°1, a melodia de Nepomuceno para “Medroso de Amor”, reflete o romantismo de Juvenal e, ao ouvi-la, percebe-se, claramente, a simpatia que o maestro cearense nutria pelos ritmos populares brasileiros da época, como o maxixe, o tango brasileiro e o choro. Embora fosse músico erudito, Nepomuceno defendia com unhas e dentes a língua portuguesa. Ficou famosa uma frase supostamente a ele atribuída - “Não tem pátria um povo que não canta em sua língua”. 

Medroso de Amor” se destaca, na vasta obra de Nepomuceno, por ser uma das suas primeiras incursões no universo popular. O compositor daria novas demonstrações da sua paixão pelos ritmos populares ao convidar Catulo da Paixão Cearense e Ernesto Nazareth para participar das apresentações musicais da Exposição Nacional realizada em 1908. Em 1904, organizou os primeiros recitais com canções em língua portuguesa e inovou ao lançar a obra “O Garatuja” sobre texto de José de Alencar. Aquilo que foi, nas palavras de Manuel Negwer, “a primeira ópera inconfundivelmente brasileira em que ritmos nativos como lundu e maxixe são utilizados”. 

Em “Medroso de Amor”, o músico cearense parece ir buscar elementos rítmico-melódico da modinha, estilo musical romântico bastante popular no Brasil na metade do século XVIII e que teve como grande nome Domingos Caldas Barbosa, um descendente de escravo que fez grande sucesso na corte portuguesa do século 18. A música chegou a merecer análise de Mário de Andrade em “Ensaio Sobre a Música Brasileira”. 

Guida Borghoff e Luciana Monteiro de Castro, da UFMG, em uma breve análise, no site “Canções Brasileiras obras para Canto e Piano”, um guia de consulta sobre obras brasileiras para canto e piano, destacam: “Das canções escritas em 1894, primeiras canções de câmara escritas em português, esta é a que mais elementos nacionais apresenta melodias em frases curtas à maneira das modinhas e frases longas, associando versos, à maneira das serestas. Além destes aspectos melódicos, a presença de síncopes em um andamento 'presto' levou um crítico musical a referir-se à obra como um ´lundu transfigurado”.

A inovação musical de Alberto Nepomuceno na busca da nacionalização da música erudita não ficou imune aos críticos mais puristas. Oscar Guanabarino, um músico com sólida formação em piano e também uma espécie de feroz crítico musical da época, teceu violentos ataques contra aquilo que considerava uma “tentativa inconcebível de alteração da estética da música clássica mundial”. Outro defensor da música brasileira também seria alvo dos ataques de Guanabarino: Villa-Lobos viria a reger em 1921, uma versão orquestral de “Medroso de Amor”.

Segundo o ‘Catálogo geral de obras de Alberto Nepomuceno’, editado pela FUNARTE, a primeira audição de 'Medroso de amor' foi em um concerto realizado no dia 4 de agosto de 1895, no Instituto Nacional de Música, Rio de Janeiro, na voz de Leopoldo Noronha, acompanhado ao piano pelo próprio Nepomuceno. A obra não consta do programa impresso e nem dos comentários da imprensa realizados por críticos da época. 

Em 1968, Nara Leão gravou Medroso de Amor, apoiada em arranjos de Rogério Duprat, uma versão modernizada, sem as impostações líricas da maioria das versões interpretadas por sopranos.
Ouça a versão de Nara Leão e a mais tradicional representada pela soprano Patrícia Endro acompanhada por Dante Pignatari.





Fontes:
Pignatari,Dante; Canto da Língua: Alberto Nepomuceno e a Invenção da Música Brasileira - Tese de mestrado, 2009.
Negwer, Manuel; Villa-Lobos – O Florescimento da música brasileira, Editora Martins Fontes,2009
Canções Brasileiras -guia de consulta sobre obras brasileiras para canto e piano, www.grude.ufmg.br/cancaobrasileira Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Frase do Dia. Tom Jobim.

"Se eu fosse editor, ia buscar coisas no Nordeste:as coisas mais geniais do mundo estão lá"

(Tom Jobim) Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Jackson do Pandeiro também é frevo.

Em 1979, o ritmo contagiante do Frevo ficou ainda mais rico na voz do eterno Jackson do Pandeiro e Gilberto Gil. A música é “Sou Eu Teu Amor”, de dois pernambucanos: Alceu Valença e Carlos Fernando. O acompanhamento também é de primeira: Robertinho de Recife (guitarra), Paulo Rafael (guitarra), Geraldo Azevedo (violão), Novelli (baixo), Robertinho Silva (bateria), Jackson do Pandeiro (pandeiro), Rafael Rabello (violão de 7 cordas), Joel Nascimento (bandolim), Zé Américo (sanfona) e o maestro Juarez Araújo (clarinete e sax). A música foi gravada no disco “Asas da América”, de 1979. 

Comento: Autor de grandes sucessos como “Banho de Cheiro” e “Siri na Lata”, o compositor Caruaruense Carlos Fernando é o idealizador do projeto Asas da América, iniciado no início dos anos 80 - uma tentativa de modernizar o ritmo do frevo e levá-lo além das fronteiras de Pernambuco. O projeto Asas da América frutificou e gerou uma série de álbuns que contou com a participação de grandes nomes da MPB como: Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Jackson do Pandeiro a Marco Pólo, Geraldo Azevedo, Flaviola, Alceu Valença, Zé Ramalho, Elba Ramalho, Fagner, dentre outros.


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