sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Frase do dia. Alberto Nepomuceno.

"Não tem pátria um povo que não canta em sua língua"

(Alberto Nepomuceno)
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quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Ary Barroso e o Futebol.

“Eu era uma das últimas pessoas a merecer esta doença tão aniquiladora, pelo meu temperamento. Mas foi muito bom. Essa doença fez-me encontrar. Hoje sou completamente diferente. Quando ficar bom e for falar com os meus amigos, muitos vão se espantar estarão falando com um outro Ary. Eu estava vivendo uma vida de artificialismo. Felizmente me encontrei. Quando ficar bom, quero ser um grande avô. Esporadicamente aparecerei na Noite.Imagine que o médico hoje disse não saber quando poderei me levantar. Não sinto nada, mas se levantar-me e for ver um Fla x Flu e voltar para a cama estou arriscado a morrer.”

(Ary Barroso)


A frase do compositor Ary Barroso - já em estado avançado da cirrose que iria matá-lo - bem demonstra a paixão do mineiro pelo futebol. Flamenguista roxo, Ary chegou a jogar no Botafogo Futebol Clube - não o Glorioso carioca , mas o homônimo da sua pequena Ubá, em Minas Gerais, lá pelos anos de 1921 a 1923. A miopia já era grande e nosso compositor enfrentava os petardos dos atacantes adversários com um par de óculos.Não se tem notícias das qualidades de atleta do nosso grande artista, mas em outra profissão ligada ao esporte mais popular dos brasileiros, sim. Ele se destacou como locutor esportivo. 

Tudo começou em 1936, quando o locutor Alfonso Scola teve que se internar às pressas devido a uma úlcera. Coube a Ary substituí-lo. Começava ali um estilo inovador de narração de jogo de futebol, com direito a comentários e opiniões. Inovou também o mineiro, ao incluir um toque de gaitinha de boca logo após a ocorrência de um gol. A paixão pelo Flamengo não era escondida e ficava clara no toque do instrumento. Enquanto para os demais times o gol era anunciado com dois ou três toques, para o Flamengo o gol era comemorando descaradamente com um longo e vibrante apito na gaita, motivo de ira para muitos torcedores dos times adversários. O sucesso foi tanto que o falecido músico Altamiro Carrilho se inspirou na gaitinha do Ary para fazer o fraseado de uma das gravações do choro “ Um a zero”.

Embora fosse um apaixonado por futebol, Ary pouco compôs sobre o assunto. Um dos raros exemplos foi “Chiribiribi qua quá”, uma parceria com Nássara que foi um grande sucesso no carnaval de 1937. Na letra, versos que utilizavam argumentos do futebol para relatar um frustrado caso de amor.A marchinha não era das melhores, comparada à qualidade do acervo deixado pelo Ubaense. Ao que parece, o compositor também concordava com minha avaliação: anos depois de compor “Chi-ri-bi-ri-bi, qua-qua”, ele declarou:

“Preferência... Tudo, menos irradiar futebol.
Chateia... a música Chi-ri-bi-ri-bi, qua-qua, de minha autoria.”

Ouça a composição interpretada pelo Bando da Lua. Agradeço ao grande pesquisador Nirez o envio do áudio.

Fonte:
Xavier,Beto, Futebol no País da Música,Editora Panda Books,2009.


Letra:
Chiribiribi quá quá
Ary Barroso / Antônio Nássara - 1936

Chiribiribi quá quá
Chiribiribi quá quá
Nosso amor, há de ser campeão
Chiribiribi quá quá
Chiribiribi quá quá
O juiz o juiz é o coração

Eu procurei fazer um gol no teu amor
Fiquei nervoso e perdi a direção
O juiz apitou sem ter razão
O juiz, o juiz é um ladrão

Pra que juiz marcar o jogo entre nós dois
Si vale "foul", vale "offside" e bofetão
É melhor o juiz lamber sabão
Oh! O juiz, o juiz é um ladrão

Ficha técnica da faixa
[ Marcha carnavalesca - Victor 34.115B - Intérprete Bando da Lua - gravada em novembro de 1936 e lançada em dezembro de 1936] Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

domingo, 28 de outubro de 2012

Frase do Dia.Mahatma Gandhi.

"Odeio o privilégio e o monopólio. Para mim, tudo o que não pode ser dividido com as multidões é tabu"

(Mahatma Gandhi)
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Filme “O Rei do Samba”. A Vida de Geraldo Pereira.

O filme “O Rei do Samba”, de José Sette, apresenta trajetória de Geraldo Pereira, um dos maiores compositores do Brasil. Como tantos exemplos na MPB, sua obra é bem mais conhecida do que o próprio autor. São dele clássicos como: “Falsa Baiana”, “Baiana que entra no samba e só fica parada/Não samba, não dança, não bole nem nada/Não sabe deixar a mocidade louca...”, “Sem Compromisso”, “Você só dança com ele/E diz que é sem compromisso/É bom acabar com isso/Não sou nenhum pai-joão/Quem trouxe você fui eu/Não faça papel de louca/Prá não haver bate-boca dentro do salão...”, “Escurinho”, “Acertei no Milhar” (Etelvina, Acertei no milhar/Ganhei 500 contos/Não vou mais trabalhar.../, e “Bolinha de Papel”.

Mineiro de Juiz de Fora, de origem bastante humilde, Geraldo após deixar Minas Gerais, foi morar no Rio de janeiro, no Morro da Mangueira, onde trabalhou como motorista de caminhão da empresa de limpeza urbana do Rio e, a exemplo de Cartola, Nelson Cavaquinho, Nelson Sargento, seus companheiros de rodadas de samba, ganhou a admiração de gigantes da MPB, como Chico Buarque, João Gilberto, Roberto Silva, Ciro Nogueira, Moreira da Silva, Zeca Pagodinho, dentre muitos outros que se encantaram com seu estilo de samba sincopado e melodias sofisticadas.

O compositor tinha uma vida boêmia e desregrada, por isso faleceu jovem, em 1955, aos 37 anos, pouco tempo depois de levar um violento soco, durante uma briga com o lendário malandro da Lapa “Madame Satã”, o que levantou especulações de que essa teria sido a causa da sua morte. Na verdade, pelos depoimentos de amigos, e do próprio Madame Satã, o artista já estava com a saúde bastante debilitada e, mesmo assim, continuava sua vida de bebedeira pelas madrugadas do Rio de Janeiro , este, provavelmente, foi o motivo da sua morte, alguns dias depois de ser internado.

O filme, apesar de alguns exageros nos diálogos, o que o torna enfadonho em alguns momentos e da proposital economia nos cenários e figurinos de época, fornece muitas informações sobre a vida do grande compositor. Vale a pena conferir.



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domingo, 21 de outubro de 2012

Frase do Dia. François de La Rochefoucauld


"A juventude é uma longa intoxicação: ela é a razão em estado febril."


(Duque de La Rochefoucauld)
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O Rio Antigo de Chico Anysio e Nonato Buzar.

Qual a Melhor Versão?


O Rio de Janeiro continua lindo, mas para o saudoso Chico Anysio e Nonato Buzar era bem melhor. A música Rio Antigo é um passeio pelas coisas boas do Rio de antigamente, uma bela viagem de reminiscências poéticas do humorista cearense e Nonato Buzar.

Ouça a música na voz de Chico cantando em dueto com o também inesquecível humorista Mussum. Cauby Peixoto, Maria Cleuza e Alcione parecem também concordar com a visão saudosista de Chico Anysio e gravaram sua versão da música. Confira nos vídeos abaixo e escolha “Qual é a melhor versão?”

Mussum e Chico Anysio


Cauby Peixoto

Maria Cleuza

Alcione

Rio Antigo (Letra)
Nonato Buzar/Chico Anysio
Quero um bate-papo na esquina
Eu quero o Rio antigo
Com crianças na calçada
Brincando sem perigo
Sem metrô e se frescão
O ontem no amanhã
Eu que pego o bonde 12 de Ipanema
Pra ver o Oscarito e o Grande Otelo no cinema
Domingo no Rian
Me deixa eu querer mais, mais paz
Quero um pregão de garrafeiro
Zizinho no gramado
Eu quero um samba sincopado
Baioba, bagageiro
E o desafinado que o Jobim sacou
Quero o programa de calouros
Com Ary Barroso
O Lamartine me ensinando
Um lá, lá, lá, lá, lá, gostoso
Quero o Café Nice
De onde o samba vem
Quero a Cinelândia estreando "E o Vento Levou"
Um velho samba do Ataulfo
Que ninguém jamais agravou
PRK 30 que valia 100
Como nos velhos tempos
Quero o carnaval com serpentinas
Eu quero a Copa Roca de Brasil e Argentina
Os Anjos do Inferno, 4 Ases e Um Coringa
Eu quero, eu quero porque é bom
É que pego no meu rádio uma novela
Depois eu vou à Lapa, faço um lanche no Capela
Mais tarde eu e ela, nos lados do Hotel Leblon
Quero um som de fossa da Dolores
Uma valsa do Orestes, zum-zum-zum dos Cafajestes
Um bife lá no Lamas
Cidade sem Aterro, como Deus criou
Quero o chá dançante lá no clube
Com Waldir Calmon
Trio de Ouro com a Dalva
Estrela Dalva do Brasil
Quero o Sérgio Porto
E o seu bom humor
Eu quero ver o show do Walter Pinto
Com mulheres mil
O Rio aceso em lampiões
E violões que quem não viu
Não pode entender
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domingo, 30 de setembro de 2012

Frase do Dia. Marco Aurélio.

"Nossa vida é o que os nossos pensamentos determinam."

(Marco Aurélio)
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sábado, 29 de setembro de 2012

Momentos de Hebe Camargo na Record.

O vídeo apresenta bons momentos de Hebe Camargo na Record. Lá pelos anos sessenta e setenta, a grande apresentadora, que hoje nos deixa, também cantava, participava de programas humorísticos e até novela. Realmente uma grande perda para a televisão brasileira.



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Lupicínio Rodrigues. Uma história em cada música.


Curiosidades da Música Popular Brasileira.

Eu não tenho nada com o ambiente artístico brasileiro. Eu não sou músico, não sou compositor, não sou cantor, não sou nada. Eu sou boêmio”

Foi com essas palavras que o compositor Lupicínio Rodrigues se definiu em uma entrevista ao jornal "O Pasquim" , realizada nos anos 70 (Edição N.I 225 - 23 a 29-10-73). A declaração está em parte correta. Como cantor  não era dos melhores - a voz era pequena e limitada, mas como compositor, foi um dos melhores do Brasil.  Portanto, há de se atribuir a auto-avaliação ao excesso de modéstia do gaucho. Realmente, ele era boêmio e a vida de boêmia lhe propiciou os argumentos de muitas das suas composições.Talvez esteja aí o elo para seu orgulho em se confessar apenas um homem da noite. Foram vários casos amorosos seguidos de desilusões que se transformaram em inspiração para muitas de suas músicas de sucesso.Lupicínio era um mestre em tranformar suas agruras amorosas e fatos do cotidiano em belas música. Sobre esse assunto ele declarou na mesma entrevista:

Meu camarada, eu realmente tive muitas namoradas na minha vida. Umas me fizeram bem, outras me fizeram mal. As que me fizeram mal foram as que mais dinheiro me deram”- disse, se referindo à inspiração para as músicas -“porque as que me fizeram bem eu esqueci”. Complementou.

A mulata Iná foi  foi seu primeiro amor e a primeira desilusão. Ele a conheceu quando tinha apenas 17 anos e, aos 22, ao ser abandonado, compôs "Nervos de Aço”. Jairo Severiano e Zuza Homem de Melo, no livro “A Canção no Tempo” esclarece a razão do abandono: “o poeta prometia, mas não se decidia a casar...”. Para Iná, o gaucho escreveu também "Zé Ponte", "Xote da Felicidade" e outras que não cita na entrevista.

A música "Vingança" foi outro desses casos baseado em fato real. A mulher, uma carioca, chamada Mercedes, viveu com o compositor por seis anos e depois tentou traí-lo com um garoto de 16 ou 17 anos que era seu empregado. Alertado pelo garoto sobre a tentativa de traição, Lupicínio abandonou a moça e empreendeu sua “vingança” poética. Indagado sobre como veio a inspiração, o compositor declarou:

Era época do carnaval, ela endoidou. Botou um “Dominó". "Dominó” é aquela fantasia preta, que cobre tudo. No carnaval, feito louca foi me procurar. Uma certa madrugada, ela, num fogo danado - parece que deu fome - entrou num bar onde a gente costumava comer. Foi obrigada a tirar o "Dominó” pra comer, e o pessoal a reconheceu. Perguntaram - “Ué, Carioca, que você está fazendo aqui a essa hora”? Cadê o Lupi?" Ela sozinha.” E continuou: “Ai ela começou a chorar. Eu estava num restaurante do outro lado. Uns amigos chegaram e me disseram: encontramos a Carioca vestida de "Dominó”, num fogo tremendo. Começou a chorar e perguntar por ti. O que que houve, vocês estão brigados?" Aí foi que eu fiz o "Vingança". Na mesma hora comecei, saiu (canta) "Gostei tanto, tanto, quando me contaram ... ". 

Tempos depois, em uma crônica escrita para o jornal última Hora, em 1963, justificou a dureza dos versos: “nunca se está livre de ter, num momento de rancor, algum desejo de vingança”. 

Existe muitas outras histórias para explicar outras músicas do nosso Rei da Dor de Cotovelo. “Se Acaso você Chegasse” um grande sucesso,composto em parceria com Felisberto Martins, em 1936, é outro caso de música baseada em um fato real, tendo como protagonista o artista e um amigo chamado Heitor Barros, de quem havia tomado a namorada, mas não queria perder a amizade. Também tem a história de "Esses moços", mas isso já e assunto para outro post.


Comento: Lupicínio Rodrigues (Porto Alegre, 16 de setembro de 1914 — Porto Alegre, 27 de agosto de 1974) era o quarto de 21 filhos. Um raro caso de sucesso fora do eixo Rio São Paulo. Nunca deixou sua Porto Alegre querida. Proprietário de restaurantes, costumava receber amigos e artistas, como Jamelão, para canjas nas intermináveis madrugadas frias da capital do Rio Grande do Sul. Aos 12 anos, já fazia composição para os blocos carnavalescos de sua cidade. O grande compositor confessava que começou a cantar, lá pelo início da década de 1930, imitando Mário Reis. Declarou, certa vez, que o compositor Jourbert De Carvalho era o seu “professor de versos”

Da lavra de Lupicínio saíram versos que ficaram eternos na música brasileira. Quem não se lembra de: “Se eles julgam que o futuro / só ao amor dessa vida conduz / saibam que deixam o céu por ser escuro / e vão ao inferno à procura da luz" ou “Ela nasceu com o destino da lua / pra todos que andam na rua / não vai viver só pra mim" e “É melhor brigar junto do que chorar separado”. Admirador de Jamelão, seu interprete preferido, foi gravado por um incontável número de intérpretes de peso.

Outra curiosidade sobre Lupicínio. São dele os conhecidos versos e a melodia do Hino do Grêmio de Porto Alegre: "Até a pé nos iremos / para o que der e vier. Mas o certo é que nós estaremos com o Grêmio onde o Grêmio estiver”.

Vingança



Nervos de Aço



Zé Ponte (com Nina Wirtti e Yamandu Costa)


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domingo, 16 de setembro de 2012

Frase do Dia. Montaigne.

“O homem não é tão atingido pelo que acontece, mas pela sua opinião a respeito do que acontece.”

(Michel Eyquem de Montaigne)
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Cordas de Aço - Cartola.


Qual a melhor versão?

Cordas de Aço, do genial Cartola, é uma daquelas músicas que, quem “é de violão”, se apaixona à primeira vista. É fato: o estilo intimista da canção cativa um grande número de cantores e cantoras - profissionais e amadores.A composição do mangueirense parece se contentar apenas  com o violão, sem reclamar apoio de outros instrumentos, justificando os argumentos da sua letra.

Ouça a bela obra na voz do seu criador e, na sequencia: Luiz Melodia, Saulo Fernandes - vocalista da banda Eva, Gal Costa e Beth Carvalho. Fica aqui o desafio: escolha a melhor versão.

cartola



Luiz Melodia


Saulo Fernandes


Gal Costa


Beth Carvalho




Letra.
Cordas de Aço
Ah, essas cordas de aço
Este minúsculo braço
Do violão que os dedos meus acariciam
Ah, este bojo perfeito
Que trago junto ao meu peito
Só você violão
Compreende porque perdi toda alegria
E no entanto meu pinho
Pode crer, eu adivinho
Aquela mulher
Até hoje está nos esperando
Solte o teu som da madeira
Eu você e a companheira
Na madrugada iremos pra casa
Cantando...
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quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Frase do Dia. Emerson.

" Um homem é o que ele pensa o dia todo".

(Ralph Waldo Emerson)


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domingo, 9 de setembro de 2012

O adeus a Roberto Silva. Nosso eterno Príncipe do Samba.


O estilo elegante e sincopado de Roberto Silva deixará saudades. O cantor, falecido aos 92 anos, era respeitado por artistas da velha e nova geração que consideravam uma honra cantar ao lado do nosso eterno Príncipe do Samba. É o caso confesso de Caetano Veloso, Roberta Sá e Paulinho da Viola, dentre outros. Caetano, por exemplo, ao final de uma apresentação em parceria com o cantor, declarou humildemente:  "cantar com Roberto Silva é inacreditável".

Sempre admirei o estilo de Roberto Silva, mas nunca havia testemunhado suas interpretações ao vivo. Em 12 de outubro de 2009, tive, finalmente, a grande felicidade em assistir a um show do cantor. Foi no BNB Clube, em Fortaleza, Ceará. Uma verdadeira aula de profissionalismo. Um desempenho impecável de 90 minutos. Nem parecia ter os 89 anos de idade de então. O sambista parecia um menino no palco. A elegância era a de sempre. Dançou, brincou com o público e cantou muito, nos presenteando com grandes sucessos como: Maria Teresa, Emília, Escurinho, Rosa, Falsa Baiana, Juraci, dentre tantos outros. Tudo isso sem ensaio, como me confessou um integrante do regional que o acompanhou. 

Ficou inesquecível. Como registro do show do sambista que hoje nos deixa, ficou a foto desse post, tirada ao final da apresentação daquele que considero um dos maiores cantores da história da nossa MPB .

Juraci com Casurina


Falsa Baiana com Roberta Sá

Seu Libório


Normélia


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sábado, 18 de agosto de 2012

Frase do Dia. H. H. Breckinridge.

"Para falar brevemente sobre um assunto, estude-o longamente."

(Hugh Henry Breckinridge) Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Lançada mais uma edição da Revista Singular.

Saiu mais uma edição da prestigiada Revista Singular. Como sempre, recheada de matérias interessantes em vários segmentos do jornalismo. Destaque para uma entrevista concedida por Carlos Drummond de Andrade ao jornalista cearense Edmilson Caminha, em 1984. O jornalista Eliezer Rodrigues, editor da revista, chama a atenção também para uma matéria sobre Thomaz Pompeu Gomes de Matos que há 70 anos entrou para a história da imprensa no Ceará, ao registrar flagrantes de um quebra-quebra, no Centro de Fortaleza.

                                                Baderna em Fortaleza, em 1942. Tomaz Pompeu fotografou tudo

Participo mais uma vez com um artigo sobre a criação da música Revelação, composição dos irmãos piauienses Clodo e Clésio. A música que lançou Fagner para o grande público tem uma interessante história na sua gênese.

A revista foi realizada tanto na versão impressa como na virtual. Confira a versão eletrônica no site da revista (aqui) Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

domingo, 12 de agosto de 2012

Nair de Teffé. A protetora dos músicos populares.

Já tive oportunidade de escrever nesse blog diversos exemplos do preconceito que sofriam os músicos populares no início do século. Instrumentos com pandeiro e violão eram considerados “coisa de malandro” e, por isso, os músicos eram perseguidos pela polícia. Alguns deles chegavam a ter seus dedos “vistoriados” pelos homens da lei, a procura de calos denunciadores da intimidade do músico com o violão ou cavaquinho. Ficou célebre, por exemplo, o episódio envolvendo a apreensão, pela polícia, do pandeiro do compositor João da Baiana (veja aqui). O grande Pixinguinha, Donga e os demais componentes dos Oito Batutas, mesmo depois de uma temporada de sucesso em Paris, chegaram a ser barrados na entrada  de um hotel onde seriam homenageados e tiveram que se submeter à humilhação de entrar pela cozinha. O episódio seria a inspiração para o Choro "Lamentos" (mais detalhes aqui).

É fato, parte da sociedade da época virava as costas para os músicos e ritmos populares como o maxixe, mas esses tinham também seus defensores. Pinheiro Machado, o poderoso senador pelo Rio Grande do Sul, foi um deles, protegendo nosso João da Baiana de novos constrangimentos, ao presenteá-lo com um novo pandeiro, dessa vez com uma dedicatória identificando-o como doador - ao ver a assinatura do senador no pandeiro, policial nenhum se atreveria a confiscá-lo.

Outra personalidade a desafiar os costumes foi Nair de Teffé, segunda esposa do Presidente da República, o Marechal Hermes da Fonseca, que governou o Brasil entre 1910 e 1914. Nair de Teffé Von Hoonholtz (1886-1981), seu nome de batismo, tinha 27 anos quando casou com o já quase sexagenário marechal. Tinha educação esmerada - chegou a estudar em Paris, Marselha e Nice. Era ótima caricaturista, tocava piano e tinha comportamento bastante avançado para a época.

A jovem primeira-dama escandalizou a sociedade conservadora do Rio de Janeiro ao promover saraus nos salões do Palácio do Catete, dando oportunidade ao músico Catulo da Paixão Cearense de introduzir o violão, instrumento, até então, renegado nos salões da elite brasileira. A primeira dama, realmente, tinha grande paixão pela música popular e ficara intrigada ao ouvir um comentário de Catulo de que nas recepções oficiais só se tocava música estrangeira. Assim, em 26 de outubro de 1914, aproveitando as solenidades de despedida da gestão do marido, abriu espaço, em uma recepção oficial, para a música brasileira com direito a desempenho pessoal tocando o maxixe “Corta-Jaca”, da lendária pianista brasileira Chiquinha Gonzaga, a quem a primeira dama nutria uma grande admiração. 

O evento ficaria conhecido como “A Noite do Corta-Jaca”. Anos depois, Rian - pseudônimo utilizado pela polêmica Primeira-dama (Nair ao contrário) - declararia que a festa foi um sucesso e definiu o evento com o termo “Noite prafrentex” e que havia desafiado a sociedade que valorizava o erudito em favor do ritmo popular brasileiro.Na verdade, o Maxixe já fazia sucesso na Europa, principalmente na França, onde foi difundido por artistas brasileiros, a exemplo do dançarino Duque. O ritmo era dançado com características sensuais e incomodava até a alta cúpula da Igreja Católica que o considerava, em conjunto com o tango argentino, ofensivo à moral e, portanto, proibida a cristãos. Ficaram famosas as quadrinhas popularizadas pelo espírito gozador do Carioca.

Se o santo Padre soubesse
O gosto que o tango tem,
Viria do Vaticano
Dançar o maxixe também.


Dentro desse clima de embate entre defensores do excomungado ritmo nacional e a corrente mais conservadora, o atrevimento da Primeira Dama gerou uma série de críticas. Jornais estamparam manchetes, muros amanheceram pichados com caricaturas de “Dudu da Urucubaca” - apelido conferido ao presidente, por ser considerado azarado e vítima de várias crises no seu governo, como a Revolta da Chibata. Quadrinhas satíricas apareciam nos jornais ridicularizando o velho presidente, coisas como:

O Duduzinho
Da Urucubaca
É o homenzinho
Do Corta-jaca

[...]


Mulata de perna grossa

Cavaca no chão, cavaca

Quero ver para quantos vales

No jogo do Corta-jaca

[...]


Não uso arma nenhuma,

Nem bacamarte, nem faca!

Uso apenas o meu “pinho”

Pra tocar o "Corta-jaca”!

...

Na quitanda tem legumes

No açougue carne de vaca

Na padaria tem roscas
No Catete “Corta-Jaca”.

[...]


Dentro desse clima, até o nosso grande Rui Barbosa, que era visto nos cinemas ouvindo os recitais de Ernesto Nazareth (ver detalhes aqui), indignou-se e proferiu um violento discurso no Senado Federal:

“[...] Uma das folhas de ontem estampou em fac-símile o programa da recepção presidencial em que diante do corpo diplomático, da mais fina sociedade do Rio de Janeiro, aqueles que deviam dar ao país o exemplo das maneiras mais distintas e dos costumes mais reservados elevaram o Corta-Jaca à altura de uma instituição social. Mas o Corta-Jaca de que eu ouvira falar há muito tempo, que vem a ser ele, Sr. Presidente? A mais baixa, a mais chula, a mais grosseira de todas as danças selvagens, a irmã gêmea do batuque, do cateretê e do samba. Mas nas recepções presidenciais o Corta-Jaca é executado com todas as honras da música de Wagner, e não se quer que a consciência deste país se revolte, que as nossas faces se enrubesçam e que a mocidade se ria?”

Hoje considerado uma tolice preconceituosa, o que Rui Barbosa buscava no discurso era desgastar, ainda mais, a imagem do presidente Hermes, seu opositor político e que o derrotara na última eleição presidencial, em um pleito, como era comum na época, marcado por denuncias de fraudes eleitorais. Nair iria se vingar publicando uma caricatura ridicularizando o nosso Águia de Haia. Fala-se que um irritado Rui Barbosa teria retrucado:  “Certas mocinhas se divertem fazendo gracejos à custa de homens sérios como eu.”

O desgaste político sofrido pelo presidente, que já não era muito popular, foi evidente, mas não adiantou tanta indignação dos mais conservadores e do nosso grande civilista baiano: aos poucos, nossos pioneiros do samba, graças a seus protetores e, obviamente, grande talento, foram ganhando espaço nos salões da classe média. O nosso maxixe ia amadurecendo, aos poucos ganhava um ritmo mais veloz que se consolidaria como o preferido dos brasileiros: nasceria em breve o nosso querido samba na forma que conhecemos agora.

Ouça o tango brasileiro "Corta-Jaca"  também conhecido como Gaúcho.




Fontes:
Lago, Mário, Na Rolança dos tempos, Editora José Olimpio, 2011.
Diniz, Edinha, Chiquinha Gonzaga. Uma história de Vida, Editora Zahar, 2009.

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domingo, 29 de julho de 2012

Frase do Dia. John Kennet Galbraith

"Nada é tão admirável em política quanto uma memória curta"

(John Galbraith)
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Como foi criada a música Serra da Boa Esperança.


Curiosidades de Música Popular Brasileira.


Serra da Boa Esperança”, clássico de Lamartine Babo gravado pela primeira vez em 1937, por Francisco Alves, tem uma hilária história na sua criação. Existem variações de versões para a gênese da música, entretanto, todas remetem a uma série de correspondências trocadas pelo compositor e um dentista-músico conhecido por Carlos Alves Netto que resolveu utilizar um nome de um mulher para conseguir fotografias autografadas. Uma dessas versões foi dada pelo principal protagonista do fato, o próprio Carlos Alves, ao Jornal o Globo, em 1980.

Ele contou que, em 1935, morava na cidade de Boa Esperança, em Minas gerais, onde fica localizada a serra homônima. Apaixonado por música, e também por ser músico, colecionava fotografias autografadas de artistas famosos da época. Como desejava incluir Lamartine Babo na sua coleção, solicitou uma fotografia ao compositor por meio de um carta utilizando seu próprio nome. Não obteve sucesso. Resolveu, então, colocar como remetente o nome de sua sobrinha Nair Pimenta de Oliveira, à época com apenas 10 anos. As correspondências, segundo o dentista, ganharam desenvoltura e passaram  a fluir “em versos, prosas, em sonetos bem compostos e paixão nas entrelinhas”. Entretanto, mesmo com várias cartas trocadas, “Nair” só conseguiu algumas fotografias 3x4. Resignado, o dentista resolveu acabar a farsa. Escreveu nova correspondência, ainda com o nome falso. informando que iria se casar e mudar-se para São Paulo. Encerrando definitivamente as correspondências da falsa “Nair”.

Um ano depois, em 1936, desta vez utilizando o próprio nome, Carlos voltou a escrever para Lalá convidando-o para o baile de estreia da orquestra que o dentista-músico ajudara a criar e se tornara maestro. Era a oportunidade que Lamartine queria para conhecer “Nair”... Não demorou muito, no dia 24 de julho do mesmo ano, o compositor chegou à cidade e se hospedou no hotel do pai de Carlos, onde também morava toda a família do anfitrião. Lalá sabia que o local era o endereço de correspondência da “admiradora”, mas, estranhamente, a única Nair que via era uma criança. O artifício do dentista só foi descoberto após uma inconfidência de uma das moradoras que resolveu colocar a história em pratos limpos. Apesar de inicialmente constrangido, a decepção de Lalá não durou muito tempo. A agradável e solidária companhia de um grupo de 20 jovens, rapazes e moças, que o compositor chamaria depois de “Minhas 20 saudades Dorenses” - a cidade à época se chamava Dores de Boa Esperança - amainaram seu desencanto.

Nós os poetas erramos / Porque rimamos também / Os nossos olhos nos olhos / De alguém que não vem”

Foram doze dias de estadia na pequena cidade que ficariam inesquecíveis para o compositor e aguçaram sua conhecida capacidade criativa. No dia 3 de agosto, olhando para a serra que originou o nome da cidade, batendo em uma caixa de fósforo, começou a solfejar e a escrever os primeiros versos de “Serra da Boa Esperança”, que logo foram transferidos para partitura pelo agora amigo Carlos Netto. Conta dona Carmem Cunha, uma das “vinte dorenses”, que em um piquenique de despedida, Lamartine cantou a música, acompanhado dos amigos, várias vezes e que todos já sabiam a letra de cor.

Comento: Lamartine voltaria à cidade mais uma vez, no carnaval de 1937, nesse período compôs a segunda parte de outro grande sucesso, a música “Vaca Amarela”, cuja primeira parte já havia sido feita justamente por Carlos Netto. A música foi gravada por Araci de Almeida.Lamartine só se casaria, anos depois,em 1951, aos 47 anos, com Maria José Barroso.


Ouça cinco versões de “Serra da Boa Esperança”, interpretada por grandes nomes da música brasileira. Escolha a sua preferida.

Francisco Alves

Gal Costa

Cascatinha e Ianhana

Sílvio Caldas

Altemar Dutra
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terça-feira, 24 de julho de 2012

Frase do Dia. William Shenstone


"Um avaro torna-se rico, fingindo ser pobre; um esbanjador torna-se pobre, fingindo ser rico."


(William Shenstone)
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domingo, 15 de julho de 2012

A música mais importante de Erasmo Carlos.

Curiosidades da MPB.

Sentado à Beira do Caminho”, música lançada por Erasmo Carlos em 1969, é considerada um marco na vida do compositor. O cantor chegou a declarar no programa Sarau, apresentado pelo jornalista Chico Pinheiro, tratar-se da música mais importante da sua vida.

A canção, para Erasmo, veio no momento certo, em um período de indefinição da sua carreira profissional, que começava a passar por dificuldades devido ao fim do sucesso do movimento da “Jovem Guarda”.Para Nelson Mota, em seu livro “Noites Tropicais”, o que “Quero que vá tudo pro inferno” simbolizou para o início da jovem guarda, “Sentado à beira do caminho” representou para o ocaso dos belos momentos do movimento também chamado de iê-iê-iê, uma febre entre os jovens em meados da década de 1960.

O tema da balada foi uma ideia de Roberto Carlos, parceiro na música, que percebendo o desgaste da fórmula juvenil da jovem guarda, já havia abandonado o programa homônimo em que se apresentava, partindo para uma fase mais madura, rumo ao título de maior ídolo da música brasileira. Erasmo Carlos e Wanderléia permaneceriam por pouco tempo no comando do programa que, àquela altura, era mais um entre tantos outros e se arrastava em um verdadeiro clima de melancolia.

Para alegria do "Tremendão", o sucesso da música foi imediato e mereceu destaque em um capítulo completo da novela “Beto Rockfeller”, um grande sucesso da TV TUPI, onde o ator Luís Gustavo, o protagonista principal, andava pelas ruas ao som do hit, naquilo que Nelson Mota Chamaria capítulo-clip, marcando uma reviravolta na carreira do cantor.

O sucesso inquestionável da música esta refletido nas dezenas de regravações,nos mais diferentes estilos, com direito a versões em espanhol e italiano. Selecionei quatro roupagens da canção mais importante de Erasmo Carlos. A primeira na voz de Zizi Possi, a segunda interpretada pelo grupo de rock “IRA”, a terceira é a gravação de Erasmo Carlos. Não deixe de conferir “L’Appuntamento", a versão italiana gravada pelo tenor Andrea Bocceli. A escolha é sua.

Zizi Possi

IRA

Erasmo Carlos


Andrea Bocelli
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sábado, 30 de junho de 2012

Frase do Dia. Paul Géraldy.

"Os jovens desejam: amor, dinheiro e saúde. Um dia, porém, dirão: saúde, dinheiro e amor."

(Paul Géraldy)
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domingo, 24 de junho de 2012

Arraiá da Confraria do Bigode. Homenagem ao Rei do Baião.



E por falar em Luiz Gonzaga, a Confraria do Bigode, localizada na Cidade 2.000, em Fortaleza, irá promover o primeiro Arraiá do Bigode, festa junina regada às mais variadas comidas típicas do período. O sanfoneiro Bené e seu conjunto animarão a noitada que será especialmente dedicada ao centenário de Luiz Gonzaga.

A iniciativa é do Grupo Gestor da Confraria. Meu amigo Eliezer Rodrigues, animado com o evento, promete a apresentação de um clipe-documentário sobre a obra do nosso inesquecível “Rei do Baião”.

Para eternizar o momento, os interessados podem adquirir camisas - por sinal de muito bom gosto - alusivas ao homenageado da noite por apenas R$ 15,00. A festa ocorrerá na próxima quinta-feira, dia 28 de junho, Vale a pena conferir.

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Luiz Gonzaga. O Pacificador de Exu.


No início da década de 1980, Exu não tinha apenas a fama de ser o torrão natal da revolucionária Bárbara de Alencar e de Luiz Gonzaga, nosso eterno “Rei do Baião”. A pequena cidade do sertão pernambucano também era conhecida pela violência decorrente de um sangrento conflito que perdurava há anos entre Sampaio, Saraiva e Alencar, três tradicionais famílias da região. As mortes se sucediam e, às vezes, pessoas que nada tinham com o conflito eram vítimas apenas por ter o sobrenome das famílias envolvidas.

A situação incomodava o autor de Asa Branca. Persistente, nunca perdia a chance de utilizar o seu prestígio para tentar pacificar a sua querida cidade. Dessa forma, manteve contatos com vários políticos, religiosos, militares e formadores de opinião sem, no entanto, conseguir o seu objetivo, salvo algumas tentativas infrutíferas de selar a paz por intermédio da igreja católica e exército.

Finalmente, em 1981, o maior nome da música nordestina obteve sucesso nos seus incontáveis pedidos. Ele estava no hotel Del Rey, em Belo Horizonte, no qual, por coincidência, também estava Aureliano Chaves, então Vice-Presidente de República. Lua não perdeu a oportunidade, pegou a Sanfona e foi ao encontro do político, que era seu fã e, ao som de “Boiadeiro”... “Vai boiadeiro que a noite já vem...”, pediu que o governo decretasse a intervenção no município.

Ao que parece, Aureliano sensibilizou-se com a súplica do cantador e, pouco tempo depois do encontro, aproveitando um período que esteve no exercício da Presidência da República, decidiu decretar intervenção militar no município. Assim, por um ano e meio, a cidade teve um dos maiores efetivos policiais de Pernambuco. Os bares não podiam funcionar depois da 22h e várias outras medidas de segurança foram tomadas. Para felicidade dos moradores, do mais popular dos exuenses e das próprias famílias envolvidas, que já demonstravam cansaço com o conflito insano, as medidas de segurança surtiram efeito e a cidade, finalmente, foi pacificada.

Ouça o registro do encontro de Luiz Gonzaga com Aureliano Chaves.

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Frase do Dia. Bernard Shaw.

"A opção entre democracia e autocracia é a opção entre a eleição por maiorias incompetentes e a nomeação por minorias corruptas."

(George Bernard Shaw)
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domingo, 10 de junho de 2012

A história da música "Carolina" de Chico Buarque.


 Curiosidades de Música Popular Brasileira.

A música “Carolina”, um grande sucesso de Chico Buarque, segundo o site do cantor foi composta às pressas em um avião ou num aeroporto – Chico não se lembra ao certo. O interessante é que o compositor não é um dos maiores admiradores da música e só a inscreveu no "II Festival Internacional da Canção", promovido pela Rede Globo, para se livrar de uma multa por abandonar, por absoluta timidez, o programa “Shell em Show” onde era apresentador em companhia de Norma Benguell. Para surpresa do autor, a canção, conhecida pelo seu lirismo, obteve o terceiro lugar.

Comento: Curiosamente, o samba romântico de Chico era um dos preferidos de um desafeto do compositor. Trata-se do General Costa e Silva, presidente do Brasil nos tempos de chumbo da ditadura militar. Em 1968, a Copacabana lançou o LP "As minhas preferidas: na voz de Agnado Rayol - Presidente Costa e Silva”, (foto) onde o cantor romântico Agnaldo Rayol, em pleno sucesso de carreira, interpretava música escolhidas pelo General do Ai-5. De democracia o General não entendia muito, mas em música há de se elogiar o repertório escolhido. Além de Chico Buarque incluía clássicos da MPB como “Feitio de Oração” de Noel Rosa e Vadico, “Ave Maria no Morro” de Herivelto Martins, “Na Baixa do Sapateiro” de Ary Barrosos e até o Choro “Lamento" de Pixinguinha e Vinícius de Morais, o último um ferrenho opositor do regime militar (veja a relação completa da músicas do disco abaixo) . 

Segundo o Blog “sanduichemusical.blogspot.com.br” o que o militar queria era passar uma imagem de homem ligado à cultura e à família. Não conseguiu... Passou para história como o instituidor do AI-5, instrumento arbitrário que impôs a censura nos meios de comunicação, em toda a produção cultural e artística e que não poupou Chico Buarque e Vinicius de Moraes. Ouça   Carolina na bela voz de Agnaldo Rayol, gravada no polêmico LP.



Relação de Músicas do LP

01 - Ave Maria no morro
..... (Herivelto Martins)
02 - Minha terra
..... (Waldemar Henrique)
03 - Feitio de oração
..... (Noel Rosa - Vadico)
04 - Prenda minha
..... (Motivo folclórico gaúcho)
05 - Chão de estrelas
..... (Sylvio Caldas - Orestes Barbosa)
06 - Canta Brasil
..... (Alcyr Pires Vermelho - David Nasser)
07 - Perfil de São Paulo
..... (Francisco de Assis Bezerra de Menezes)
08 - Lamento
..... (Pixinguinha - Vinicius de Moraes)
09 - Carolina
..... (Chico Buarque de Holanda)
10 - Noite cheia de estrelas
..... (Cândido das Neves)
11 - O que eu gosto de você
..... (Silvio César)
12 - Na baixa do sapateiro
..... (Ary Barroso)

Ficha Técnica

Produtor: Waldemar Cola Francisco
Técnico de gravação: Rogério Gauss
Gravação: Estúdio de Gravações Reunidos
Capa: Tony Koegl
Contracapa: Des. Dr. Milton Sebastião Barbosa
Diretor musical: Moacyr Silva
Maestros: Ciro Pereira e Ted Moreno
Direção geral: Paulo Rocco
Realização: Som Indústria e Comércio S/A

Fontes:
Motta, Nelson, Noites Tropicais: solos, improvisos e memórias musicais, editora Objetiva, 2001.
http://sanduichemusical.blogspot.com.br
http://www.chicobuarque.com.br Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Frase do Dia. Dalai - Lama.

“A raiva e o ódio são os nossos reais inimigos. São as forças que precisamos confrontar e vencer, não os 'inimigos' temporários que aparecem intermitentemente em nossas vidas.”

(Dalai-Lama)
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domingo, 3 de junho de 2012

Ave Maria no Morro. Música com versão para todos os gostos.


Qual a melhor versão?

Ave Maria no Morro”, música composta por herivelto Martins, um dos maiores compositores do Brasil, foi gravada pela primeira vez em 1942 pelo "Trio de Ouro", grupo que participava a lendária Dalva de Oliveira. O samba canção logo se tornou um dos maiores clássicos da MPB, contrariando um infeliz prognósticos de Benedito Lacerda de que a obra não faria sucesso por parecer “música de igreja”.

A canção foi cantada por vários interpretes de peso como: Caetano Veloso, João Gilberto, Trio Nagô, Ângela Maria, Caubi Peixoto, Gal Costa e Francisco Petrônio, dentre tantas outras dezenas de artistas. E não ficou só nisso: ultrapassou as fronteiras do país merecendo belas versões que vão desde a comportada da alemã Manuela, a erudita do tenor italiano Andrea Bocelli e a mais agitada do grupo de rock Scorpions. Ouça também a versão tradicional de Dalva de Oliveira, ainda nos tempos do "Trio de Ouro". Aprecie o estilo intimista de João Gilberto e a roupagem dada por Eduardo Araujo que foi um estrondoso sucesso no início da década de 1970. Escolha: “Qual a melhor versão?”.

Andréa Bocelli

Scorpions

Manuela

Dalva de Oliveira

João Gilberto

Eduardo Araujo
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segunda-feira, 21 de maio de 2012

Frase do Dia. Ogden Nash.

"Um pouco de surdez alivia o mais pesado dos deveres sociais - escutar os chatos."

(Ogden Nash)
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A pioneira Aracy Cortes. A Rainha do Teatro de Revista.

O vídeo apresenta uma comovente apresentação da lendária Aracy Cortes (1904- 1985), uma das pioneiras da Música Popular Brasileira e um dos maiores nomes do teatro de revista do Brasil. A “Rainha do Teatro de Revista” participava de um show bibliográfico apresentado pela também atriz e cantora Marília Barbosa, na Sala Sidnei Miller da Funarte, nos anos 80. Seria uma das suas últimas aparições públicas. Aracy faleceria pouco tempo depois, em 1985, aos 80 anos.

Comento:

"Dizem todos: / Tem uma graça feiticeira, / Só porque aqui nasci / Nesta terra brasileira / Com meu cheiro de canela / Minha cor de sapoti, / Dizem todos: / Lá vem ela! / O demônio da Araci"

O samba Graça de Araci, de Ary Barroso, composto em 1929, bem retratava a polêmica cantora, que, para muitos, é considerada a primeira grande cantora popular do Brasil. Dona de uma personalidade forte e comportamento bastante avançado para a época, Zilda de Carvalho Espíndola, a Aracy Cortes, teve uma vida marcada por pioneirismo e desafios aos costumes vigentes. Começou a se destacar na vida artística na década de 20, tempo em que poucas mulheres conseguiam espaço em um ambiente musical amplamente dominado por vozes masculinas. Ainda na primeira metade da década de 1920, desafiou a sociedade preconceituosa do início do século posando praticamente nua, protegida apenas pelo violão (foto do início do post). Em 1933 foi à primeira estrela de revista nacional a excursionar à Europa, a convite do empresário Jardel Jércolis. 

Tantas conquistas, ousadias e polêmicas, aliadas a um grande talento levaram o nome de Aracy Cortes a estar presente em qualquer publicação que discorra sobre a história da música brasileira. No vídeo abaixo, além de “Morena Faceira”, de Custódio Mesquita, música que ela gravou pela primeira vez em 1932, a artista canta, em dueto com a ótima Marília Barbosa, um dos seus maiores sucessos, “Linda Flor”, de Henrique Vongeler, Luís Peixoto e Marques Porto, grande sucesso de 1929 que se tornou um dos maiores clássicos da MPB.



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domingo, 6 de maio de 2012

Frase do Dia. Auguste Detoeuf.

"Com dinheiro podemos fazer tudo, menos homens."

(Auguste Detoeuf.)
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Ernesto Nazareth e seu fã Ruy Barbosa.


Curiosidades da Música Popular Brasileira.

Ernesto Nazareth (1863 – 1934), para muitos pesquisadores, é considerado o compositor mais original do Brasil. Mário de Andrade dizia que o artista que atuou no final do século XIX e primeira metade do século XX, conseguia ser popular e erudito ao mesmo tempo.

Embora não gostasse, o pianista, para sobreviver, costumava se apresentar em antessalas de cinemas. Curiosamente, um desses ambientes populares foi inspiração para uma das suas obras mais famosas. Trata-se do tango “Odeon”, inspirado no cinema do mesmo nome, onde Nazareth tocou, entre 1920 e 1924, para deleite de espectadores anônimos e também de gente famosa que chegava até uma hora antes da sessão para ouvi-lo. O baiano Ruy Barbosa, nosso “Águia de Haia”, por exemplo, não ligava para cinema, mas era visto costumeiramente na plateia ouvindo as peças de Nazareth, um dos seus pianistas preferidos.

Como tantos outros casos de grandes artistas, o músico teve uma vida marcada por problemas. Chegou a ficar totalmente surdo em 1933. Fala-se que a doença foi a causa da loucura que o levou ao hospício de onde fugiu para a morte, aproveitando um descuido da vigilância. Seu corpo foi encontrado, dias depois, na Cachoeira dos Ciganos.

Ouça o clássico “Odeon” obra que, como outras de Ernesto Nazareth, caiu rapidamente no gosto dos chorões do Brasil, que logo adaptaram suas peças, inicialmente feita para piano, para instrumentos mais populares como violão, cavaquinho e bandolim, confirmando, dessa forma, a afirmação de Mário de Andrade replicada no início desse post. São dois vídeos. No primeiro uma apresentação do grande maestro Radamés Gnattali a pedido de ninguém menos que Tom Jobim. No segundo, a versão de Jacob do Bandolim. Difícil será escolher a melhor.




Fonte:Cravo Albim, Ricardo, "O Livro de Ouro da MPB, A História da música Popular de Sua Origem até hoje",Editora Ediouro. Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Frase do Dia. Millôr Fernandes.

"Cuidado gente: a alma enruga antes da pele."

(Millôr Fernandes)

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Jessier Quirino por Eduardo Tornaghi.

 
“Jessier é um curtidor. Mestre com o rigor da forma, o humor e a crônica social implícitas na Poesia tradicional Nordestina. Da linhagem de Bráulio Tavares e Ariano Suassuna, ressalta e valoriza a erudição sertaneja”.


O ator Eduardo Tornaghi, também se rendeu ao talento de Jessier Quirino. Tornaghi fez muito sucesso atuando em novelas da Globo nos anos setenta e oitenta. Atualmente mantém um Blog focado em poesia chamado “Papos Poéticos” (aqui).


Aprecie um pouco da obra de Quirino comentada pelo ator.


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terça-feira, 3 de abril de 2012

Frase do Dia. André Malraux.

" São precisos 60 anos e não 9 meses para fazer um homem. " 

(André Malraux)
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domingo, 1 de abril de 2012

Paraíso Proibido x Balada de Agosto. Duas letras para uma só música de Fagner.


Qual a melhor versão?


Costumeiramente apresento nesse blog versão de uma bela música cantada por vários cantores. Batizei com o marcador “Qual a melhor versão?”- confira aí, ao lado direito do Blog. Dessa vez, entretanto, vou inovar apresentando a versão de uma mesma melodia com duas letras.

Trata-se de uma canção de Fagner, que Fausto Nilo escreveu e batizou como “Paraíso Proibido”, gravada no LP “Romance no Deserto, de Fagner”, em 1987. O Maranhense Zeca Baleiro ouviu uma fita com a música e fez uma nova letra para a canção e deu o título de “Balada de Agosto”. A nova versão foi gravada no CD “Fagner e Zeca Baleiro”, de 2003.


Um fato parecido já havia acontecido com Fagner no início da sua carreira, mas naquela época uma mesma letra de uma composição teria duas melodias. Trata-se de “Mucuripe”, que tinha, inicialmente, letra e música de Belchior e, posteriormente, Fagner compôs uma nova melodia que ficaria definitiva. Veja detalhes (aqui)
Sobre o assunto, Fausto Nilo, em entrevista apresentada no Site Oficial de Fagner, deu a seguinte declaração:

Não é a primeira vez que se tem uma melodia com duas letras. Se não me engano, Manhã de Carnaval tem duas letras. Mucuripe tem duas melodias. O Belchior tem um disco com uma música com duas versões, uma dele e outra do Gil. O Zeca Baleiro ouviu a melodia em uma fita e fez uma letra. O Fagner não lembrava mais da nossa (Paraíso Proibido), pois foi uma música que não se impôs. Eu gosto, mas ela ficou meio esquecida e isso é uma situação que não me incomoda. Eu disse: tudo bem, grava com outra letra. O Zeca conheceu a melodia, mas não conhecia com a minha letra. Eu acho que a letra do Zeca é melhor que a minha.”

Fausto Nilo já deu sua opinião. E você? Ouça as duas versões da música e avalie qual a melhor.


Atualização. 
Na verdade, a música teve três letras. A primeira Fagner utilizou um poema de Cecília Meireles. O cantor chegou a apresentar a música em alguns shows na segunda metade dos anos setenta, mas não chegou a gravar. Veja no terceiro vídeo a letra da primeira versão que o cearense chamou de “Malogrado”.

Paraíso Proibido

Balada de Agosto


Malogrado

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