(Marco Aurélio)
domingo, 30 de setembro de 2012
sábado, 29 de setembro de 2012
Momentos de Hebe Camargo na Record.
O vídeo apresenta bons momentos de Hebe Camargo na Record. Lá pelos anos sessenta e setenta, a grande apresentadora, que hoje nos deixa, também cantava, participava de programas humorísticos e até novela. Realmente uma grande perda para a televisão brasileira.
Lupicínio Rodrigues. Uma história em cada música.
Curiosidades da Música Popular Brasileira.
“Eu não tenho nada com o ambiente artístico brasileiro. Eu não sou músico, não sou compositor, não sou cantor, não sou nada. Eu sou boêmio”.
Foi com essas palavras que o compositor Lupicínio Rodrigues se definiu em uma entrevista ao jornal "O Pasquim" , realizada nos anos 70 (Edição N.I 225 - 23 a 29-10-73). A declaração está em parte correta. Como cantor não era dos melhores - a voz era pequena e limitada, mas como compositor, foi um dos melhores do Brasil. Portanto, há de se atribuir a auto-avaliação ao excesso de modéstia do gaucho. Realmente, ele era boêmio e a vida de boêmia lhe propiciou os argumentos de muitas das suas composições.Talvez esteja aí o elo para seu orgulho em se confessar apenas um homem da noite. Foram vários casos amorosos seguidos de desilusões que se transformaram em inspiração para muitas de suas músicas de sucesso.Lupicínio era um mestre em tranformar suas agruras amorosas e fatos do cotidiano em belas música. Sobre esse assunto ele declarou na mesma entrevista:
“Meu camarada, eu realmente tive muitas namoradas na minha vida. Umas me fizeram bem, outras me fizeram mal. As que me fizeram mal foram as que mais dinheiro me deram”- disse, se referindo à inspiração para as músicas -“porque as que me fizeram bem eu esqueci”. Complementou.
A mulata Iná foi foi seu primeiro amor e a primeira desilusão. Ele a conheceu quando tinha apenas 17 anos e, aos 22, ao ser abandonado, compôs "Nervos de Aço”. Jairo Severiano e Zuza Homem de Melo, no livro “A Canção no Tempo” esclarece a razão do abandono: “o poeta prometia, mas não se decidia a casar...”. Para Iná, o gaucho escreveu também "Zé Ponte", "Xote da Felicidade" e outras que não cita na entrevista.
A música "Vingança" foi outro desses casos baseado em fato real. A mulher, uma carioca, chamada Mercedes, viveu com o compositor por seis anos e depois tentou traí-lo com um garoto de 16 ou 17 anos que era seu empregado. Alertado pelo garoto sobre a tentativa de traição, Lupicínio abandonou a moça e empreendeu sua “vingança” poética. Indagado sobre como veio a inspiração, o compositor declarou:
“Era época do carnaval, ela endoidou. Botou um “Dominó". "Dominó” é aquela fantasia preta, que cobre tudo. No carnaval, feito louca foi me procurar. Uma certa madrugada, ela, num fogo danado - parece que deu fome - entrou num bar onde a gente costumava comer. Foi obrigada a tirar o "Dominó” pra comer, e o pessoal a reconheceu. Perguntaram - “Ué, Carioca, que você está fazendo aqui a essa hora”? Cadê o Lupi?" Ela sozinha.” E continuou: “Ai ela começou a chorar. Eu estava num restaurante do outro lado. Uns amigos chegaram e me disseram: encontramos a Carioca vestida de "Dominó”, num fogo tremendo. Começou a chorar e perguntar por ti. O que que houve, vocês estão brigados?" Aí foi que eu fiz o "Vingança". Na mesma hora comecei, saiu (canta) "Gostei tanto, tanto, quando me contaram ... ".
Tempos depois, em uma crônica escrita para o jornal última Hora, em 1963, justificou a dureza dos versos: “nunca se está livre de ter, num momento de rancor, algum desejo de vingança”.
Existe muitas outras histórias para explicar outras músicas do nosso Rei da Dor de Cotovelo. “Se Acaso você Chegasse” um grande sucesso,composto em parceria com Felisberto Martins, em 1936, é outro caso de música baseada em um fato real, tendo como protagonista o artista e um amigo chamado Heitor Barros, de quem havia tomado a namorada, mas não queria perder a amizade. Também tem a história de "Esses moços", mas isso já e assunto para outro post.
Comento: Lupicínio Rodrigues (Porto Alegre, 16 de setembro de 1914 — Porto Alegre, 27 de agosto de 1974) era o quarto de 21 filhos. Um raro caso de sucesso fora do eixo Rio São Paulo. Nunca deixou sua Porto Alegre querida. Proprietário de restaurantes, costumava receber amigos e artistas, como Jamelão, para canjas nas intermináveis madrugadas frias da capital do Rio Grande do Sul. Aos 12 anos, já fazia composição para os blocos carnavalescos de sua cidade. O grande compositor confessava que começou a cantar, lá pelo início da década de 1930, imitando Mário Reis. Declarou, certa vez, que o compositor Jourbert De Carvalho era o seu “professor de versos”.
Da lavra de Lupicínio saíram versos que ficaram eternos na música brasileira. Quem não se lembra de: “Se eles julgam que o futuro / só ao amor dessa vida conduz / saibam que deixam o céu por ser escuro / e vão ao inferno à procura da luz" ou “Ela nasceu com o destino da lua / pra todos que andam na rua / não vai viver só pra mim" e “É melhor brigar junto do que chorar separado”. Admirador de Jamelão, seu interprete preferido, foi gravado por um incontável número de intérpretes de peso.
Outra curiosidade sobre Lupicínio. São dele os conhecidos versos e a melodia do Hino do Grêmio de Porto Alegre: "Até a pé nos iremos / para o que der e vier. Mas o certo é que nós estaremos com o Grêmio onde o Grêmio estiver”.
Vingança
Nervos de Aço
Zé Ponte (com Nina Wirtti e Yamandu Costa)
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domingo, 16 de setembro de 2012
Frase do Dia. Montaigne.
“O homem não é tão atingido pelo que acontece, mas pela sua opinião a respeito do que acontece.”
(Michel Eyquem de Montaigne)
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Cordas de Aço - Cartola.
Qual a melhor versão?
Cordas de Aço, do genial Cartola, é uma daquelas músicas que, quem “é de violão”, se apaixona à primeira vista. É fato: o estilo intimista da canção cativa um grande número de cantores e cantoras - profissionais e amadores.A composição do mangueirense parece se contentar apenas com o violão, sem reclamar apoio de outros instrumentos, justificando os argumentos da sua letra.
Ouça a bela obra na voz do seu criador e, na sequencia: Luiz Melodia, Saulo Fernandes - vocalista da banda Eva, Gal Costa e Beth Carvalho. Fica aqui o desafio: escolha a melhor versão.
cartola
Luiz Melodia
Saulo Fernandes
Gal Costa
Beth Carvalho
Letra.
Cordas de Aço
Ah, essas cordas de aço
Este minúsculo braço
Do violão que os dedos meus acariciam
Ah, este bojo perfeito
Que trago junto ao meu peito
Só você violão
Compreende porque perdi toda alegria
E no entanto meu pinho
Pode crer, eu adivinho
Aquela mulher
Até hoje está nos esperando
Solte o teu som da madeira
Eu você e a companheira
Na madrugada iremos pra casa
Cantando...
Este minúsculo braço
Do violão que os dedos meus acariciam
Ah, este bojo perfeito
Que trago junto ao meu peito
Só você violão
Compreende porque perdi toda alegria
E no entanto meu pinho
Pode crer, eu adivinho
Aquela mulher
Até hoje está nos esperando
Solte o teu som da madeira
Eu você e a companheira
Na madrugada iremos pra casa
Cantando...
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quinta-feira, 13 de setembro de 2012
domingo, 9 de setembro de 2012
O adeus a Roberto Silva. Nosso eterno Príncipe do Samba.
O estilo elegante e sincopado de Roberto Silva deixará saudades. O cantor, falecido aos 92 anos, era respeitado por artistas da velha e nova geração que consideravam uma honra cantar ao lado do nosso eterno Príncipe do Samba. É o caso confesso de Caetano Veloso, Roberta Sá e Paulinho da Viola, dentre outros. Caetano, por exemplo, ao final de uma apresentação em parceria com o cantor, declarou humildemente: "cantar com Roberto Silva é inacreditável".
Sempre admirei o estilo de Roberto Silva, mas nunca havia testemunhado suas interpretações ao vivo. Em 12 de outubro de 2009, tive, finalmente, a grande felicidade em assistir a um show do cantor. Foi no BNB Clube, em Fortaleza, Ceará. Uma verdadeira aula de profissionalismo. Um desempenho impecável de 90 minutos. Nem parecia ter os 89 anos de idade de então. O sambista parecia um menino no palco. A elegância era a de sempre. Dançou, brincou com o público e cantou muito, nos presenteando com grandes sucessos como: Maria Teresa, Emília, Escurinho, Rosa, Falsa Baiana, Juraci, dentre tantos outros. Tudo isso sem ensaio, como me confessou um integrante do regional que o acompanhou.
Ficou inesquecível. Como registro do show do sambista que hoje nos deixa, ficou a foto desse post, tirada ao final da apresentação daquele que considero um dos maiores cantores da história da nossa MPB .
Juraci com Casurina
Falsa Baiana com Roberta Sá
Seu Libório
Normélia
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