domingo, 25 de dezembro de 2011

Frase do Dia. Clarice Lispector.

"Mais já que há de escrever, que ao menos não se esmague as entrelinhas." 

(Clarice Lispector)
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sábado, 24 de dezembro de 2011

Propaganda de Natal do Banco Nacional.

Em tempos de Natal, de olho no período de maior consumo da população, as agências de publicidades se desdobram para lançar propagandas criativas. O resultado nem sempre é satisfatório e geralmente descambam para a mesmice. Não é o caso da propaganda de Natal do extinto Banco Nacional. A Peça é um exemplo de sucesso e é uma das mais lembradas no período natalino. Se o Banco Nacional não mais existe, a música, pela mensagem, simplicidade e beleza, jamais será esquecida. 

Uma curiosidade: A idéia da propaganda foi do publicitário Lula Vieira que convidou Edison Borges de Aguiar, conhecido como Passarinho, compositor dos bons que chegou a fazer parceria com Dolores Duran em várias músicas de qualidade. Fala-se que, na época, início dos anos setenta, a canção já existia e não tinha, como argumento, o Natal. Na verdade, seria gravada comercialmente por um grupo musical. Passarinho percebeu o potencial da composição, fez algumas alterações e transformou “Para não ser Triste” ou “Quero Ver Você Não Chorar”, como também é conhecida, em um grande clássico do Natal. No decorrer dos anos, a propaganda foi apresentada em várias versões. Aprecie uma das mais conhecidas. Ninguém esquece a aflição do garoto para chegar a tempo de concluir a mensagem final do coral: “Muito amor e paz prá você...Prá você”. A peça é de 1988 e foi dirigida por Walter Sales Júnior


Um Feliz Natal a todos os leitores.


 
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Frase do Dia. Fernando Pessoa.

“Organiza tua vida como uma obra literária, pondo nela tanta unidade quanto seja possível”

(Fernando Pessoa)
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Renato Russo e Flávio Venturini. Uma parceria fruto do acaso.


Em 1987, Flávio Venturini, na época vocalista do grupo 14 Bis, ensaiava os acordes de uma nova música. Por coincidência, Renato Russo passava pela sala onde estava o cantor e ouviu a melodia. O falecido vocalista da Legião Urbana gostou e pediu para compor a letra. Após três meses estava pronta “Mais Uma Vez” que logo iria se transformar em um grande sucesso nacional. 

Comento: sobre o encontro, Flávio Venturini declarou em entrevista ao Site musica.uol.com.br: 

A gente se conheceu no estúdio da EMI. Eu estava gravando com o 14 Bis o disco "Sete", e o pessoal do Legião também estava gravando (o disco "Dois"). Meu encontro com o Renato foi superlegal, ele disse que me conhecia desde o Terço (grupo em que Venturini tocou nos anos 70) [...]. Nesse dia eu estava ensaiando numa das salas do estúdio, tocando uma música inédita. O Renato entrou e pediu para escrever a letra... Eu disse "claro"! 

Ele escreveu baseado na idéia de que um pai dizia para o filho que o sol voltaria a brilhar depois da tempestade. Eu gostei da idéia, a gente conversou, e ele ficou de me entregar a letra. Eu mandei pra ele a base da música e três meses depois ele me entregou a letra. Ele demorou três meses para terminar, ele estava ocupado com a gravação do segundo disco do Legião.Daí eu o convidei para participar da gravação do 14 Bis e ele participou.” 

Ouça a bela música da dupla. No primeiro vídeo a versão de Renato Russo, autor da letra . No segundo, a versão do autor da base da melodia. Venturini confessou que Russo alterou alguns trechos da música.






Fonte: http://musica.uol.com.br/especiais/2003/03/27/ult1541u19.jhtm
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domingo, 4 de dezembro de 2011

Frase do Dia. Eurípedes.

"O que é a abundância? Um nome, nada mais. Ao sensato basta o necessário." 

(Eurípedes)
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A história da Música "Minha História" de Chico Buarque.

Curiosidades da Música Popular Brasileira

A música “Minha História” tem alguns fatos curiosos na sua gênese e na própria justificativa do seu nome. A música original, 4 marzo 1943, também é conhecida como Gesú Bambino - Menino Jesus em italiano - foi composta no início dos anos setenta na Itália por Lúcio Dalla (foto a esqueda) e Palotino e abordava a história das mães solteira adolescentes sob a ótica dos filhos, frutos de relacionamentos com soldados estrangeiros no período da 2° grande guerra, daí seu subtítulo: “Os filhos da guerra”. A versão italiana foi premiada com o 3º lugar do Festival de San Remo de 1971. 

Chico Buarque, amigo de Dalla, com o brilhantismo de sempre, adaptou a letra para nossa realidade tratando a música sob o prisma de um filho de uma prostituta de caís. O compositor brasileiro brincava em relação ao subtítulo da música italiana – Filhos da Guerra - dizendo que sua música seria chamada filhos da Puta. Brincadeiras à parte, Buarque resolveu colocar o nome de “Menino Jesus”. Era tempo de ditadura, os militares não gostaram e, como era comum na época, censuraram. O cantor resolveu colocar o nome definitivo “Minha história”. 

A respeito do título definitivo, O jornalista Wagner Homem, em uma apresentação teatral chamada “Histórias de canções - Chico Buarque”, baseada no livro com mesmo título de sua autoria, conta uma história hilária: Chico Buarque estava dando uma entrevista para um jornalista cubano quando ouviu o seguinte comentário do desinformado profissional: "o que me impressiona, senhor Chico, é como o senhor conseguiu chegar tão longe sendo filho de uma prostituta”.


Ouça a versão original cantada por Lúcio Dalla. Depois, a versão do compositor brasileiro e, no terceiro vídeo, os dois cantando juntos. Percebam a diferença nos arranjos das duas versões. Aproveite também para ouvir a história da música contada pelo próprio Wagner Homem, no último vídeo. 

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sábado, 26 de novembro de 2011

Frase do Dia. Aristóteles.

"A sociedade mais próxima da perfeição, politicamente falando, é aquela na qual a classe média é mais numerosa que as outras classes e tem tudo sob seu controle"

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sábado, 5 de novembro de 2011

Versões My Way. Nina Simone.

Uma bela interpretação da cantora, compositora e pianista Eunice Kathleen Waymon, que ficou conhecida pela nome artístico de Nina Simone. Nina de pequena. Simone em homenagem a atriz preferida, a francesa Simone Signoret.

A contestação e versatilidade era uma das características da cantora que também era uma grande pianista. Isso, talvez, explique a roupagem personalizada do arranjo, e da interpretação para essa incomum versão de "My Way". A americana esteve duas vezes no Brasil e chegou a gravar com Maria Bethania. Faleceu em 2003.
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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Homenagem a Drummond. Canção Amiga. Vídeo

Milton Nascimento canta Canção Amiga.
  
No dia do aniversário de Carlos Drummond de Andrade – o poeta nasceu em 31 de outubro de 1902 - reproduzo um vídeo despretensioso e amador que fiz, há quase dois anos, em homenagem ao poeta de Itabira e a Milton Nascimento. 

Cada dia mais me impressiona a força da Internet e dos grandes poetas. Jamais imaginaria que o vídeo teria tantos acessos. Até hoje, mais de 14 mil pessoas conferiram o trabalho que focava belos poemas que se transformaram em músicas. 

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domingo, 30 de outubro de 2011

Frase do Dia. Alexandre Dumas.

"Os entes queridos que perdemos não são sepultados na terra, mas em nossos corações. Foi Deus que assim o quis para que eles nos acompanhem para sempre."

(Alexandre Dumas)
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Borboleta Gentil. Senhorita Odete.

A valsa “A Borboleta Gentil” foi gravada, provavelmente, entre 1902 e 1904, pela “Casas Edison do Brasil”, do tcheco Fred Figner, considerado o pioneiro da indústria fonográfica brasileira. Trata-se, portanto, de umas das primeiras gravações de voz feminina no Brasil. Pouco se sabe sobre a intérprete, a Srta. Odete. Ao que parece, o prenome Senhorita, naquela época, era bastante comum, a se notar pelas gravações de outras cantoras do período, a exemplo da Srta. Consuelo que chegou a gravar com outro pioneiro, o cantor Baiano, o lundu “E durma-se com um barulho deste”. O tratamento caracterizava que se tratava de moça solteira e também representava um padrão já utilizado por cantoras francesas que também adotaram o Mademoiselle.

Naqueles tempos de gravações mecânicas a presença feminina na música não era bem vista pela sociedade, salvo as interpretações privadas nos salões das casas. Talvez seja essa a explicação para tão pouca informação sobre as senhoritas pioneiras. Ouça a valsa. Fonte: Cardoso Filho, Marcos Edson, Vozes sem os seus corpos: o som da canção gravada por cantoras no começo do século XX no Brasil
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domingo, 23 de outubro de 2011

Frase do Dia. Michel de Montaigne.

"O arqueiro que ultrapassa o alvo falha tanto como aquele que não o alcança." 

(Michel de Montaigne) Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

A curiosa história da música Botões de Laranjeira.

No início de 1942, o compositor Pedro Caetano, autor de mais de 400 composições no período conhecido como “Era de Ouro do rádio”, participava de uma festa, quando foi abordado por uma fã. A jovem queria ser homenageada com uma melodia. Pedro, apesar de não gostar de fazer música por encomenda, ao saber o nome da fã, resolveu fazer uma exceção. A concessão do compositor tinha um motivo: a jovem se chamava Maria Madalena de Assunção Pereira. O nome parecia musical e não demorou muito para sair o Samba-Choro. “Maria Madalena de Assunção Pereira, teu beijo tem aroma de botão de laranjeira...”. 

A música ”Botões de Laranjeira” logo interessou Ciro Monteiro, que resolveu gravá-la. Não contava, o grande cantor, com um empecilho. A censura da época, imposta pelo famigerado DIP – Departamento de Imprensa e Propaganda do Governo Vargas que, ao exemplo da sua sucessora - a censura da ditadura militar dos anos sessenta e setenta - metia o bedelho em tudo, atazanando a vida dos artistas. Dessa vez, o órgão não liberou a letra argumentando tratar-se de nome próprio, portanto, seu uso feria a privacidade das pessoas. 

A solução para resolver a bobagem, como sempre, foi o uso de artifícios criativos. Cesar Ladeira, famoso apresentador de programas musicais da época, propôs substituir o “de Assunção” por “dos Anzóis”. Afinal, não seria crível que alguém no mundo real tivesse esse sobrenome. O apresentador brincava com o ridículo da situação argumentando: “se alguém aparecer com esse nome, mande prender porque isso não é nome que se use”. O argumento deu certo.Os censores, em raro momento de lucidez, aceitaram o argumento e liberaram a música que se tornou um grande sucesso. 

A história é contada por Jairo Severiano, no livro "Uma história da música popular brasileira – das origens à modernidade", lançado pela editora 34. O próprio Pedro Caetano confirmou o episódio em depoimento gravado. No depoimento, ele confessava que, na maioria das vezes, cantava a música com o nome original. Ouça o samba na voz do autor e, no segundo vídeo, interpretada por  Ciro Monteiro, o preferido de Pedro Caetano, gravando pelo menos vinte músicas do compositor. 


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quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Frase do Dia. Niccolo Tommaseo

“O homem a quem a dor não educa, será sempre uma criança.” 

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domingo, 9 de outubro de 2011

O que é saudade para Antonio Pereira e para Chico. Buarque

Saudade, decididamente, é palavra difícil de conceituar. Há quem diga que saudade se sente, não se conceitua. Não é o que pensava o poeta popular Antônio Pereira de Moraes, um modesto agricultor que, apesar da sua pouca instrução formal, definiu, de forma brilhante, seu conceito de saudade:

Saudade é um parafuso 
Que na rosca quando cai, 
Só entra se for torcendo, 
Porque batendo num vai 
E enferrujando dentro 
Nem distorcendo num sai. 

Se quiser plantar saudade 
Escalde bem a semente,
Plante num lugar bem seco 
Onde o sol seja bem quente 
Pois se plantar no molhado 
Quando crescer mata gente"


De forma mais elaborada, Chico Buarque também definiu, com rara felicidade, o que é saudade. Os versos de “Pedaço de mim”, por si, já é um verdadeiro tratado do que é saudade. O parafuso que enferruja e não sai, para Chico, “É arrumar o quarto de um filho que já morreu” ou “uma fisgada em um membro já perdido”.

Brilhante, não? Coisas que só a sensibilidade dos poetas, iletrados ou não, consegue traduzir. Confesso que não consegui escolher qual dos dois poetas melhor definiu a palavra. Fico com ambos.

Ouça pedaço de mim na voz de Zizi Possi. O poema completo de Antônio Pereira de Moraes, o poeta da saudade, pode ser saboreado aqui. 





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sábado, 8 de outubro de 2011

Frase do Dia. Conde de Cavour.

"Descobri a arte de enganar os diplomatas: Eu falo a verdade, e eles nunca acreditam no que digo" 

(Camillo di Cavour)
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A edição de outubro da Revista Singular.

Saiu mais uma edição da Revista Singular. Seu editor, o jornalista Eliezer Rodrigues, feliz da vida, reuniu amigos e colaboradores para a tradicional degustação. Como sempre, a publicação superou as expectativas dos leitores.

Recheadas de matérias interessantes e livre de apelos consumistas, a revista já resiste há dez anos, período em que se tornou bastante respeitada no meio cultural cearense.Nesta edição, novamente tive o prazer de participar, como colaborador, em um artigo sobre um fato curioso ocorrido em um encontro de Noel Rosa com o pintor brasileiro Di Cavalcanti. 

A revista também está disponível em meio digital. Para acessá-la entre no blog da Singular (aqui).
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domingo, 25 de setembro de 2011

Frase do Dia. Albert Einstein

"O destino da humanidade repousa essencialmente e mais do que nunca sobre as forças morais do homem. Se quisermos uma vida livre e feliz, será absolutamente necessário haver renúncia e restrição. Desarmamento e segurança só se conquistam juntos."

(Albert Einstein)
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Soneto a Quatro Mãos.Paulo Mendes Campos e Vinícius de Moraes


          






Soneto a Quatro Mãos
 
Paulo Mendes Campos
e Vinícius de Moraes

Tudo de amor que existe em mim foi dado.
Tudo que fala em mim de amor foi dito.
Do nada em mim o amor fez o infinito
Que por muito tornou-me escravizado.

Tão pródigo de amor fiquei coitado
Tão fácil para amar fiquei proscrito.
Cada voto que fiz ergueu-se em grito
Contra o meu próprio dar demasiado.

Tenho dado de amor mais que coubesse
Nesse meu pobre coração humano
Desse eterno amor meu antes não desse.

Pois se por tanto dar me fiz engano
Melhor fora que desse e recebesse
Para viver da vida o amor sem dano.

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Tico Tico no Fubá a quatro mãos. Qual a Melhor Versão?

Há algum tempo postei um vídeo onde o "Duo Siqueira" tocava o clássico “Tico Tico no Fubá”, de Zequinha de Abreu. Até aí nada demais. Muita gente toca com maestria a famosa música. Ocorre que a dupla toca a quatro mãos, em um mesmo violão. O desempenho da dupla brasileira, por inédito e brilhante, estourou na internet. Pois bem. Meu velho amigo Carlos Anselmo, que sempre envia ótimas colaborações para o blog, me alertou para um vídeo bem interessante. Um quarteto russo resolveu inovar mais ainda e, desta vez, executa o choro a oito mãos, em dois violões. O resultado é muito bom. Fica aqui o desafio para decidir: qual a melhor versão? Escolha a sua.


Comento: uma curiosidade sobre "Tico Tico no Fubá": comenta-se que a música foi apresentada pela primeira vez em um baile da cidade de Santa Rita do Passa Quatro, em 1917. A canção, ainda sem nome, teria causado rebuliço no salão, o que levou a um comentário de um dos participantes: “até parece Tico Tico no Farelo”. Foi o mote para o título inicial da composição: “Tico-Tico no Farelo”. O nome atual, “Tico Tico no Fubá”, só surgiria em 1931. O motivo: descobriram que já existia outra canção com o mesmo título, de autoria do violonista Canhoto.


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domingo, 18 de setembro de 2011

Versões”My Way”. Andrea Bocelli.

Mais uma versão de “My Way”, uma das canções mais regravadas da história da música contemporânea internacional. O renomado tenor italiano Andrea Bocelli foi mais um que deixou sua marca como intérprete da música eternizada por Frank Sinatra . Uma bela e comportada interpretação. Pela simplicidade, ficou bonito. 
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domingo, 4 de setembro de 2011

Frase do Dia. Thomas Jefferson.

"Se os homens são puros , as leis são desnecessárias; se os homens são corruptos, as leis são inúteis"

(Thomas Jefferson)
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Como nasceu a música "Ingazeiras", de Ednardo.

No início dos anos setenta, o falecido jornalista Júlio Lerner (foto), lançou um programa, na TV Cultura, que desafiava a criatividade tempestiva dos compositores. O programa, inicialmente, teria a participação do MPB4 que, ao conhecer o roteiro desafiador do programa, não aceitou o convite. O respeitado jornalista procurou, então, o compositor Belchior, que convidou o “Pessoal do Ceará”, como era denominado um grupo de cearenses que viria a fazer história na MPB, dentre eles Ednardo, Rodger Rogério e Jorge Melo - Fagner estava gravando um disco e não participou.

O programa, denominado “Propostas”, em síntese, tinha como base uma conversa prévia dos compositores com uma personalidade brasileira ilustre. No dia seguinte, o convidado era entrevistado pelo jornalista e, de acordo com as respostas, o apresentador desafiava os músicos a comporem uma música relacionada às declarações do entrevistado. Um detalhe: os compositores tinham de dois a quatro dias para concluírem o trabalho. Dessa forma, nasceram algumas músicas do “Pessoal do Ceará”. Uma delas foi “Ingazeiras” de Ednardo. O compositor cearense declarou, no ótimo livro “No Tom da Canção Cearense – Do rádio e tv, dos lares e bares na era dos festivais (1963 - 1979), do pesquisador Wagner Castro, que a música foi inspirada em uma resposta do Aldemir Martins. O artista plástico (foto à direita), cearense do Cariri, teria declarado “eu nasci lá nas ingazeiras (...) eu sou uma pessoa muito atirada, fui criada na verdade no oco do mundo”. O mote caiu como uma luva para Ednardo, então em busca do sucesso no difícil mercado do sul do país. 

Talvez a própria identificação do compositor cearense com o tema o tenha inspirado a compor, em tão pouco tempo, uma das suas mais belas obras.Ouça a música.



Letra:


Ingazeiras Ednardo

Nasci pela Ingazeiras
Criado no ôco do mundo
Meus sonhos descendo ladeiras
Varando cancelas
Abrindo porteiras
Sem ter o espanto da morte
Nem do ronco do trovão
O sul, a sorte, a estrada me seduz
É ouro, é pó, é ouro em pó que reluz
É ouro em pó, é ouro em pó
É ouro em pó que reluz
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segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Frase do Dia. Manuel Bandeira.

"[...] Não adianta apreender o futuro. Vivemos anos apreendendo um perigo imaginário que não acontece; somos surpreendidos por uma desgraça em que jamais havíamos pensado. A sabedoria está em pôr o coração à larga e entregar a alma a Deus [...]"

(Manuel Bandeira)

Extraído da crônica "Momentos inesquecíveis", publicado no "O globlo", em 1957.No texto, o poeta fala da juventude, quando tinha tuberculose,  e do terror que tinha em morrer sem a mão do seu pai, em um local distante. O poeta, após entender a lição acima, perdeu o medo e viajou para a Suiça. Complementa. "[...] Não morri lá. Não morrerei com a mão do meu pai. Ele é que morreu com a sua mão na minha. Eis o momento mais inesquecível."

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Oh, Saudade da Paraíba. Terra do verdadeiro forró "Pé de Serra".


Recebi a dica do meu amigo Carlos Anselmo. As meninas do Clã Brasil dão um show ao interpretar “Sebastiana”, do grande Rosil Cavalcanti. Lembraram meus bons tempos de estudante, em Campina Grande. Lá, no  final dos anos setenta, dancei muito forró com cheiro de lenha queimada, no frio gostoso da Serra da Borborema. São João simples, descalço, animado, mas  sem os exageros e luxo de hoje. Forró agarradinho... até o dia raiar. Oh, saudade!

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domingo, 28 de agosto de 2011

Frase do dia. Oscar Wilde.

"A Sinceridade é perigosa quando relativa, e catastrófica quando absoluta"

(Oscar Wilde)

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Como foi criado o choro "Lamentos", de Pixinguinha.


Na década de 1920, o pioneiro grupo de choro “Oito Batutas”, acabara de retornar de uma temporada na França, convidado pelo bailarino Duque. O grupo era formado por grandes nomes da música, dentre eles, Donga e o lendário Pixinguinha, que naquele tempo tinha a flauta como seu principal instrumento. O sucesso na França levou o jornalista Assis Chateaubriand a convidar o grupo para uma homenagem em um hotel do Rio de Janeiro. O evento daria o mote para a criação de um grande choro da MPB.

Pixinguinha teria sido barrado na entrada do hotel. O porteiro informou que lamentava, mas a ordem era que negros deveriam entrar pelos fundos. Pixinguinha, resignado, desculpou o funcionários: ”Lamento, mas sei que o senhor está cumprindo ordens” e atendeu as orientações do também constrangido porteiro.Entraram pela cozinha ouvindo os comentários revoltados de Donga, este bem mais contestador: “que absurdo, que vexame, que vergonha nós passamos” e Pixinguinha: “Eu lamento, mas não vamos comentar mais esse assunto”. Antes de receberem a homenagem, alguém se referiu ao fato e também lamentou o episódio. Pixinguinha, sempre resignado, novamente retrucou: “Eu lamento, todos lamentam, mas vamos evitar comentários”. Donga percebeu a repetição da palavra durante a noite e sugeriu: “Pixinguinha você disse a palavra “lamento” três vezes, por que não escreve um choro com esse nome?”.

Quem contou essa versão da gênese do choro foi outro famoso flautista brasileiro, Altamiro Carrilho, em depoimento registrado no livro “Os sorrisos do Choro”, escrito por Julie Koidin, curiosamente, uma americana também flautista e apaixonada pelo choro.Julie lembrou a Altamiro que a letra do choro tinha sido feita muitos anos depois. Altamiro confirmou, e atribuiu a letra a Hermínio Bello de Carvalho. Na verdade, a memória traiu nosso grande flautista, a letra de "Lamentos" é de Vinicius de Moraes, que escreveu o poema apenas para a primeira parte da melodia, em 1962, e não fez referências alguma ao episódio do hotel. Na verdade, a letra não tem nada a ver com a versão apresentada pelo flautista. Altamiro afirma ter ouvido a história do próprio Pixinguinha, de quem era grande amigo. O certo é que o choro tem uma linha melódica triste, até mesmo melancólica, portanto, se alinha à suposta inspiração contada por Altamiro. 

Comento: O choro “Lamentos” foi alvo de outra polêmica quando lançado em 1928. O crítico musical Cruz Cordeiro, em artigo para a sua revista Phono-Art, considerado a primeira revista especializada em música do Brasil, em novembro de 1928, teria acusado Pixinguinha e Donga de ter americanizado o famoso choro. O crítico, para muitos, um pioneiro na atividade de crítica musical,após comentar três discos gravados pela Orquestra Pixinguinha-Donga, escreveu:

O quarto disco contém dois choros: um de Pixinguinha, “Lamentos”, outro de Donga, “Amigo do povo”, sobre os quais não podemos deixar de notar que em suas músicas não se encontra um caráter perfeitamente típico. A influência das melodias e mesmo do ritmo das músicas norte-americanas é, nesses dois choros, bem evidente. Este fato nos causou sérias surpresas porquanto sabemos que os compositores são dois dos melhores autores da música típica nacional. É por esse motivo que julgamos esse disco o pior dos quatro que a Orquestra Pixinguinha-Donga ofereceu nesta quinzena”.

Dois anos depois, Cordeiro acrescentaria suas considerações ao famoso choro “Carinhoso”:

O disco 12.877 da Parlophon apresenta a Orquestra Pixinguinha-Donga. De um lado o maxixe de Peri, “Não diga não”. Excelente música, muito típica, sentimental, bem ritmada e dançada. No complemento, vamos encontrar um choro de Pixinguinha, “Carinhoso”. Parece que o nosso popular compositor anda muito influenciado pelo ritmo e pela melodia da música de jazz. É o que temos notado desde algum tempo, mais de uma vez. Nesse seu choro, cuja introdução é um verdadeiro fox-trot, apresenta em seu decorrer combinações da música popular yankee. Não nos agradou”. 

As declarações do falecido crítico musical até hoje geram protestos de musicólogos com Tariq de Sousa, Jairo Severiano, dentre outros. Por outro lado, o filho de Cruz Cordeiro publicou um artigo em que tenta justificar o contexto em que foi escrito os polêmicos artigos. O texto A PHONO-ARTE, “LAMENTOS” E “CARINHOSO” DE PIXINGUINHA - Artigo do Filho em defesa do Pai pode ser lido na íntegra em http://www.revistaphonoarte.com/pagina13.htm.

Fontes:

Sítio: http://www.revistaphonoarte.com.

Koindin, Julie, Os Sorrisos do Choro –Uma Jornada Musical através de caminhos Cruzados, Editora Global Choro Music, 1° edição,2011.

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segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Frase do Dia. Abbé Raynal.

"Há uma infinidade de erros políticos que, uma vez cometidos, tornam-se princípios"

(Guilherme Thomas François Raynal)  Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Jackson do Pandeiro... E do violão.

Mais um vídeo do grande Jackson do Pandeiro. Desta vez o cantor aparece tocando violão, fato não muito comum nas suas apresentações. Nascido José Gomes Filho, o paraibano conta a origem do seu nome artístico: os velhos filmes de faroeste do cinema mudo.

O programa apresenta uma impropriedade ao atribuir a autoria da  música “Aquilo Bom” ao Rei do Baião, Luiz Gonzaga. Na verdade, a obra é do próprio Jackson, em parceria com José Batista, gravada no disco "Ritmo, Melodia e a Personalidade de Jackson do Pandeiro" (foto), em 1961.



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sábado, 6 de agosto de 2011

Frase do Dia. São Francisco de Assis.

“[...] Se tivéssemos bens, precisaríamos dispor também de armas para defendê-los.É da riqueza que provêm discussões e brigas, e assim se impende de muitas maneira tanto o amor a Deus quanto o amor ao próximo.Por isso não queremos possuir nenhum bem material neste mundo.”
 
(São Francisco de Assis)
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Wanderléa em três tempos. Qual a melhor versão?

Costumeiramente, lanço a provocação nesse blog, por meio da enquete “Qual a melhor versão?”. Normalmente, o critério que utilizo é apresentar uma bela música interpretada por astros do passado e do presente - parece-me interessante ver a roupagem que gerações diferentes dão a uma mesma obra. 

Dessa vez, lanço um desafio diferente: qual a melhor versão cantada por uma mesma cantora?  A versão tímida,  da jovem Wanderléa, então em início de carreira, no turbulento ano de 1968; a da já bem mais experiente artista, dez anos depois, em 1978; ou a madura, e ainda em forma, intérprete, quarenta  anos depois do primeiro vídeo. Já tenho minha opinião formada: o tempo melhorou a cantora, que passou a cantar com mais "Ternura". E para você, qual a melhor versão?

O título da música, por sinal, é Ternura, de Roberto Carlos e Erasmo Carlos.



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domingo, 24 de julho de 2011

Frase do Dia. Francesco Guicciardini.

"A liberdade política existe quando a lei é mais poderosa que os que a querem violentar"

(Francesco Guicciardini)
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terça-feira, 19 de julho de 2011

Alô, Seu Jackson do Pandeiro e Dona Elba Ramalho. Também fui feliz no meu Bodocongó.

Quem acompanha meu humilde blog sabe da admiração que tenho por meu conterrâneo, o grande Jackson do Pandeiro. Sempre que encontro um vídeo dele procuro divulgar, afinal, coisa boa deve ser dividida.

Desta vez, a alegria de ouvir o paraibano foi dupla. Neste vídeo, ele canta “Bodocongó, música de Humberto Teixeira e Cícero Nunes. Bodocongó é o nome de um açude de Campina Grande, a Rainha da Borborema, minha querida terra natal. O açude deu nome ao bairro localizado na saída para o sertão. Lá fica a Universidade Federal de Campina Grande, onde, em 1982, ganhei diploma e deixei grandes amigos. A UFCG, naquele tempo, era chamada de Universidade Federal da Paraíba ou Poli.

Jackson Do Pandeiro, embora tenha nascido em Alagoa Grande, pequena cidade localizada a poucos quilômetros de Campina, viveu um bom tempo na bela cidade da Serra da Borborema. 

Ouça Bodocongó na voz do Rei do Ritmo, gravada em 1966 e a versão cantada pela também paraibana e ex-moradora de Campina Grande, Elba Ramalho. 

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Frase do DIa . Montesquieu.

"O luxo arruína as repúblicas; a pobreza arruína as monarquias”

(Montesquieu)
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domingo, 17 de julho de 2011

Versões My Way. Nina Hagen.

Desta vez, o clássico “My Way” é interpretado em alemão. Uma extravagante versão punk da, não menos extravagante, cantora alemã Nina Hagen. A cantora é bastante conhecida do público brasileiro. Aqui esteve para uma disputada apresentação na primeira versão do Rock in Rio realizado em 1985. A Alemã Catharina Hagen, seu nome de batismo, teve um breve namoro com o cantor punk Supla, filho do senador Eduardo Suplicy e Marta Suplicy. O relacionamento rendeu o hit “Garota de Berlim” gravado pelo cantor e que teve participação especial da própria Nina Hagen.

A intérprete, apesar do exagero vocal e visual incomum, tem formação musical clássica, o que pode se perceber em algumas das suas apresentações. Ultimamente, vem divulgando sua conversão religiosa. A nova fase cristã da cantora, que ela afirma ser antiga, rendeu o disco “Personal Jesus” com músicas bem mais calmas, mesclando country, blues e temas gospel. Ritmos bem diferentes daqueles da jovem rebelde de 1985. 

Embora etravagante, a versão barulhenta da alemã é bem mais aceitável que a versão maluca do Sex Pistol, já apresentada neste Blog. Consulte a aba "Versões My Way" aí, à direita, e  confira.

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Frase do Dia. Marcel Proust.

"Trate de conservar um pedaço de céu acima da sua vida"


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domingo, 10 de julho de 2011

Um conselho de Billy Blanco. Acabe essa banca, doutor.

Ultimamente, um deputado extremista vem propagando seus preconceitos de forma absurdamente explicita. As declarações do político estão disseminadas com amplo destaque na imprensa. E o pior: com o apoio de parte da população. 

As declarações abusivas do fundamentalista me remeteram a obra de um grande compositor brasileiro. Nunca é demais relembrar Billy Blanco. William Blanco Abrunhosa Trindade, um paraense que cantou o Rio de Janeiro, é autor de sucessos como: “Teresa da Praia”,"Pistom de Gafieira",  “Estatuto da Gafieira”, ” Mocinho do Rio” e “Sinfonia do Rio”, este último, uma suite composta de dez sambas feita em parceria com Tom Jobim, tranformou-se em um verdadeiro hino à Cidade Maravilhosa. São centenas de composições - a quantidade nem ele mesmo sabia ao certo. Perguntado quantas músicas tinha feito, respondeu: "eu tenho umas quatrocentas e tantas, quase quinhentas".

Mas e porque o preâmbulo deste texto? Explico: Billy Blanco é autor de um verdadeiro manifesto contra o preconceito, o orgulho, a soberba e a vaidade. Trata de “Banca do Distinto”, uma bem humorada crítica àqueles que se acham superiores por sua condição econômica, cor ou mesmo origem social. No final da canção o grande compositor alerta. A morte, inexorável, se encarrega de deixar o preconceituoso, querendo ou não, igual a todos. 

O compositor paraense faleceu na última sexta-feira, oito de julho de 2011, aos 87 anos. Uma longa e produtiva vida. Sua partida, com certeza, deixa uma imensa lacuna na Música Popular Brasileira. Sua obra, entretanto, pela qualidade, ficará eterna.

“Banca do Distinto” foi composta em 1951, mas, pelo visto, a mensagem ainda é muito atual. Como tantas outras músicas de Billy Blanco, logo se tornou um clássico e foi gravado por muita gente: Elis Regina, Maria Medalha, Wanderléa,  Dóris Monteiro, Dolores Duran e Leila Pinheiro. Ouça a composição na voz do autor e de algumas das cantoras citadas. Escolha a sua versão. Difícil mesmo, será saber qual a melhor. 

E  lembre-se: “a vaidade é assim, põe o bobo no alto, e retira a escada...”, portanto, acabe essa banca, doutor!

Wandeléa
Maria Medalha
Dóris Monteiro
Elis Regina

A Banca do Distinto
Billy Blanco
Composição: Billy Blanco
Não fala com pobre, não dá mão a preto
Não carrega embrulho
Pra que tanta pose, doutor
Pra que esse orgulho
A bruxa que é cega esbarra na gente
E a vida estanca
O enfarte lhe pega, doutor
E acaba essa banca
A vaidade é assim, põe o bobo no alto
E retira a escada
Mas fica por perto esperando sentada
Mais cedo ou mais tarde ele acaba no chão
Mais alto o coqueiro, maior é o tombo do coco afinal
Todo mundo é igual quando a vida termina
Com terra em cima e na horizontal Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Frase do Dia. Jorge Luis Borges.

" Você pode tudo nesta vida. Só não pode se fazer infeliz." 

(Jorge Luis Borges)
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sábado, 9 de julho de 2011

Roberto Martins. De policial a grande compositor.

O compositor carioca Roberto Martins (1909- 1992), um dos grandes das décadas de trinta e quarenta, tem no seu currículo mais de 350 composições. Tanta produtividade e o sucesso de sambas, como: Favela, com Valdemar Silva e “menos Eu” com Jorge Farah. O primeiro composto em 1936, o segundo em 1937, permitiram ao artista abandonar definitivamente sua profissão de então. Roberto era policial.

A escolha parece ter sido certa, Roberto Martins após optar definitivamente pela profissão de músico tornou-se um grande compositor. São da sua lavra composições de sucessos que atravessam o tempo como: “Cai, Cai”, Cordão dos Puxa-Sacos, parceria com Frazão e” Pedreiro Waldemar”, com Wilson Batista. Nem só de marchinha e sambas carnavalesco viveu o compositor. É dele a autoria de clássicos como “Renúncia” com Mário Rossi e o delicioso samba “Beija-me” sucesso na voz de Ciro Monteiro e regravado com competência por Zeca Pagodinho.

Roberto também é responsável, mesmo que indiretamente, pela criação de um dos sambas mais conhecidos dos brasileiros. Freqüentador assíduo do Café Nice, ele, no estabelecimento, em um dia de carnaval, teceu um comentário despretensioso ironizando a própria esposa que, apesar de estar fantasiada de baiana não se mostrava muito animada para o carnaval. O fato deu a inspiração para a criação do samba “Falsa Baiana” do mineiro Geraldo Pereira (ver aqui). 

Ouça três sucessos de Roberto Martins na voz de grandes cantores do passado e da atualidade. Escolha a sua versão preferida.

Beija-me ( com Ciro Monteiro)
Beija-me ( com Zeca Pagodinho)
Renúncia (Nelson Gonçalves)
Renúncia (Zélia Ducan)
Favela (Francisco Alves)

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domingo, 26 de junho de 2011

Frase do Dia. Carlo Dossi.

"Por que, ó bobos, fazer trapaças fora da lei quando é tão cômodo fazê-las dentro da lei?"


(Carlo Dossi) Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Di Cavalcanti e o Desenhista Noel Rosa.

Considerado um dos maiores compositores da história da Música Popular Brasileira, Noel Rosa também tinha talento para arte de desenhar. A famosa autocaricatura, tantas vezes apresentadas em suas biografias, é um exemplo do talento do Filósofo do Samba. Ao que parece, o nosso eterno Poeta da Vila era consciente de que seria difícil viver de samba. Teve, portanto, em alguns momentos, a pretensão de se tornar desenhista. Se na música o sucesso foi estrondoso, na arte do desenho nem tanto. Uma história contada por André Diniz, no livro “Noel – O Poeta do Samba e da Cidade”, bem ilustra esta aspiração do autor de “Com que Roupa”.

O autor do livro conta que Noel teria se encontrado com o Pintor Di Cavalcanti que conversava com o amigo Nássara em um Café do Centro do Rio. No encontro viu uma boa oportunidade para apresentar seus desenhos e obter uma avaliação abalizada. Di Cavalcanti não deu muito atenção, observava os traços, mas preferia pedir ao poeta que cantasse uma música. Noel insistia nos desenho, Cavalcanti novamente no samba. Após várias tentativas infrutíferas na busca de uma opinião do pintor, Noel, finalmente, desistiu. Fala-se que desde encontro de grandes artistas, sobrou apenas uma profunda mágoa por parte de Noel em relação ao Pintor, que duraria toda a curta, mas profícua carreira do Poeta da Vila.

Ouça a divertidíssima “Gago Apaixonado” cantada pelo próprio Noel Rosa. Um exemplo de outro dom do compositor: o humor.

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quinta-feira, 23 de junho de 2011

Frase do Dia. Sêneca.

"A embriaguês não cria os vícios. Apenas põe-nos em evidência".


(Lúcio Aneu Sêneca) Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Dóris Monteiro. Afinal, samba é a melhor maneira de se conversar.


Nos final dos anos sessenta, início dos setenta, a voz suave e inconfundível de Dóris Monteiro era bastante comum nas vitrolas dos brasileiros. Com efeito, ouvir Dóris nos dava a certeza que samba “é a melhor maneira de se conversar”.“Mudando de Conversa”, a música de Maurício Tapajós e Hermínio Bello de Carvalho, magistralmente interpretada pela cantora, nos remete a saudade dos velhos amigos, das rodas de conversas nos bares e botecos da cidade, sempre ao som de um bom violão. Bons tempos, bons momentos que o próprio tempo, inexorável, se encarrega de desfazer.

E por falar em saudade... No segundo vídeo, Dóris fala sobre seus amigos, Billy Blanco, Dick Farney, Lúcio Alves, Nora Ney e João Goulart.  No último vídeo, ainda nos tempos da televisão em  preto e branco, uma apresentação  da cantora, interpretando “Mocinho Bonito”, composição do amigo Billy Blanco. 

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segunda-feira, 20 de junho de 2011

Frase do Dia. Charles Chaplin.

"Bom mesmo é ir a luta com determinação, abraçar a vida e viver com paixão, perder com classe e vencer com ousadia, porque o mundo pertence a quem se atreve e a vida é muito para ser insignificante"

(Charles Chaplin)



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domingo, 19 de junho de 2011

Dom e Ravel. A dupla que desagradou a direita e a esquerda.

“Na época da ditadura eles nunca pediam nada. Eles mandavam. O medo pairava porque nós ouvíamos os papos que sumiu fulano, desapareceu cicrano! Os artistas procuravam tomar precauções.”

(Ravel)

No início dos anos 70, a dupla Dom e Ravel provocou a ira dos opositores da ditadura militar instaurada no Brasil ao lançar o Hit “Eu Te Amo Meu Brasil” música que ficaria conhecida como um verdadeiro hino da ditadura militar. Eram tempos de chumbo, a seleção de futebol era tri-campeã mundial e o país crescia a olhos vistos. Era o chamado Milagre Econômico, fruto da facilidade de financiamentos externos. O PIB brasileiro crescia a uma taxa impressionante de quase 12% ao ano. Já naquele tempo, o Ministro Delfin Neto prometia dividir a renda, mas primeiro teria que deixar o “bolo crescer”, o que nunca aconteceu, para desespero dos truculentos generais de plantão... Os brasileiros não sabiam o que estava por vir.

Esta era a parte visível do início dos anos setenta. Contrastando com o otimismo do momento favorável da macroeconomia, práticas deploráveis aconteciam nas escuridões dos porões da ditadura: estudantes, jornalistas, políticos, líderes sindicais e outros representantes da sociedade, opositores do regime de exceção, eram barbaramente torturados e até mesmos assassinados. Não havia distinção entre aqueles que optaram pela luta armada e os que usavam a palavra como arma. Foi criado o slogan “Brasil, Ame-o ou Deixei-o!”, porém, diante do acirramento da repressão, muitos, mesmo sem deixar de amar o país, optaram pela segurança do exílio voluntário. O governo retrucou com outra frase: "Quem não vive para servir ao Brasil, não serve para viver no Brasil" o que dá uma noção do maniqueísmo oficial.

Todos sabemos os desdobramentos deste período negro da história: no rastro da crise do petróleo, decorrente dos conflitos do oriente médio, o país entrou em uma profunda recessão econômica, a liquidez acabou e os juros dos empréstimos subiram levando a dívida externa às alturas. A crise na qual foi jogado o país duraria décadas para ser sanada. Alguns anos depois veio a hiperinflação e os brasileiros passaram a ganhar milhões - apenas nos seus contracheques. Salários falsamente milionários que eram pulverizados em poucos dias devido à desvalorização da moeda. É verdade! Sofri isso na pele. Meu contracheque era apresentado na casa dos milhões, que mal davam para chegar ao fim do mês. 

No início dos anos setenta eu era garoto e custava a acreditar que aquele aparente inofensivo general risonho e simpático que gostava de futebol e assistia jogos do Grêmio de Porto Alegre seria protagonista do período considerado o mais violento da ditadura. Até o dia em que, num almoço na casa de um colega, testemunhei um fato que me marcou: o menino, provavelmente repetindo o que ouvira de um adulto, inocentemente chamou o presidente de “Garrafa Azul M...”. Nem eu nem o garoto tínhamos a menor noção de política, mas a reação da mãe dele para um comentário hoje tão inofensivo foi de pânico imediato. Com os olhos arregalados, a senhora o repreendeu e o admoestou a nunca falar aquilo em público. Percebi, naquele dia, o pavor que provocava uma ditadura.

Voltando a Dom e Ravel, nos tempos em que frases como “Ninguém Segura este país” eram comuns nas propagandas oficiais, a dupla foi duramente criticada por suas canções consideradas alienadas, para muitos, completamente alinhadas com a estratégia de propaganda do poder: vender a imagem de um país de jovens, portanto com um futuro promissor, “Um país que vai prá frente”, frase de outra peça publicitária do governo. O marketing oficial também queria passar a imagem de uma nação limpa e próxima do desenvolvimento. Quem tem mais de cinquenta anos, certamente se lembrará do simpático personagem Sujismundo, que servia de mote para o bordão “Povo limpo é povo desenvolvido”. Mas, para ter um povo desenvolvido era necessário reduzir o enorme índice de analfabetismo. Para tanto, foi criado o MOBRAL – Movimento Brasileiro pela Alfabetização e Dom e Ravel foram, novamente, associados ao poder com a música “Você também é responsável”, escolhida como tema do movimento pelo ex-ministro da Educação, General Jarbas Passarinho. Em entrevista ao site http://www.censuramusical.com Ravel negou que a canção tenha sido criada para tal e insistiu que nunca fez músicas encomendadas: “Há alguns comentários que a música 'Você também é responsável' foi feita para o MOBRAL, mas nunca fizemos músicas encomendadas pra ninguém, não! [...].

É fato, a canção, de forte apelo emocional, já havia sido gravada em 1969, portanto, não foi criada especificamente para o Mobral. Entretanto, transformou-se em uma espécie de hino do movimento, o que reforçou, para muitos, a percepção de alinhamento da dupla com o regime militar. Também é fato que a obra dos dois irmãos cearenses, intencionalmente ou não, se adequava à onda patriótica que pretendia impor os poderosos de coturno e, apesar do sucesso inicial, custaria caro aos dois cantores nascidos na pequena Itaiçaba, cidade do interior do Ceará. Veio o pior. Os cantores estigmatizados pela esquerda como “A Dupla da Ditadura”, curiosamente, caiu em desgraça com os militares e seus seguidores da direita ao lançar, em 1974, a música “Animais Irracionais” que falava das injustiças sociais – a obra foi censurada pelos militares - talvez já não fossem mais conveniente para o novo momento de pessimismo econômico que surgia. Sobre o assunto Ravel declarou: 

“Eu que já era perseguido pela esquerda que dizia que eu era engajado da direita, passei a ser perseguido pela direita também”. Ravel confessou que a música foi feita para pararem de chamá-los de “puxa-sacos” do governo. 

A dupla, aos poucos, caiu no ostracismo, mas nunca deixou a mente daqueles que viveram os momentos duros da ditadura. Até hoje, os dois são fonte de fortes discussões entre as duas correntes políticas. Eustáquio Gomes de Farias, o Dom, faleceu em dezembro de 2000, em decorrência de um câncer de estômago. Eduardo Gomes de Faria, o Ravel, faleceu na última quinta-feira, 16 de junho de 2011, aos 64 anos, de um ataque cardíaco. Morreu negando seu alinhamento com o poder. Ravel afirmava que suas músicas, na verdade, preenchiam uma lacuna de uma tendência mundial da época: a “música com uma temática construtiva”. Insistiu que foram usados pelos militares e somente não se opuseram à suposta apropriação política por mero temor das conseqüências.Uma frase reflete a revolta de Ravel quanto o que considera patrulhamento dos dois lados:  

“Eu sofri exílio no meu próprio país e nunca fui remunerado pelo governo”

Ouça alguns sucessos da dupla e faça a sua avaliação.Em outro vídeo, com incorporação desativada, Sílvio Santo confessa que utilizou a dupla como parceiro na sua busca pela conquista do seu canal de TV junto ao governo militar (acesse em  http://youtu.be/J3CNxsKmdx8).

Eu Te Amo Meu Brasil.


Você Também é Responsável


Animais Irracionais

Obrigado ao Homemdo Campo
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Frase do Dia. Francis Bacon.

"O homem é aquilo que sabe"

(Francis Bacon)
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quinta-feira, 9 de junho de 2011

Versões My Way. Comme D’habitude. Mireille Mathieu e Claude François.


Este interessante vídeo, decididamente, merece entrar na galeria de “Versões My Way”. Uma apresentação rara da cantora francesa Mireille Mathieu cantando junto com Claude François, o autor da versão original de “My Way”, na França chamada de Comme D’habitude.
Claude François faleceu precocemente aos 39 anos, vítima de choque elétrico. Ver mais aqui.


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