domingo, 5 de setembro de 2010

Revista O Cruzeiro. O acervo digitalizado.

Aos entusiastas de iniciativas voltadas para a preservação histórica, indico um site digno de registro: O acervo digitalizado da famosa revista “O Cruzeiro” que reinou soberana pelos anos 20 até meados dos anos setenta. O material está disponível no site Memória Viva, especializado em biografias de pessoas famosas da recente História do Brasil, que desde o dia 4 de outubro de 2003, passou a disponibilizar da edição on line da revista que fez história no jornalismo brasileiro.

De acordo com o editorial do site: “Não são reproduções de páginas de O Cruzeiro. É uma versão on line mesmo. Com atualização semanal, o internauta poderá ver a capa da revista, entrar no sumário, escolher a matéria, ler na íntegra, ver as fotos tratadas... do mesmo jeito que se vê no site de uma revista atual”. Lá, será possível se encantar com a primeira edição, de 1928, e a última, de 1975. Também estão disponíveis as dez primeiras capas e outras curiosidades.

Com certeza, uma ótima oportunidade de se deliciar com as matérias históricas da revista que mais tempo se manteve em circulação na história da imprensa brasileira: Oportunidade de ler ou rever reportagens da dupla David Nasser e Jean Manzon, as crônicas de Raquel de Queiroz e as impagáveis charges do “Amigo da Onça”, um dos mais famosos personagens do humor brasileiro, fruto da criatividade do cartunista pernambucano Péricles. 

A revista O Cruzeiro foi fundada por Carlos Malheiro Dias, sua primeira edição foi publicada em 10 de novembro de 1928 pelos Diários Associados de Assis Chateaubriand. A publicação desapareceu em julho de 1975, vítima da falta de gestão e da concorrência de revistas mais profissionalizadas como Manchete e Fatos e Fotos.

Veja algumas curiosidades sobre a revista publicadas no Memória Viva.

• A primeira edição de Cruzeiro é de 10 de novembro de 1928.
• A primeira personalidade a aparecer em uma capa foi o Rei Alberto da Bélgica, no número 2, e a primeira capa utilizando uma foto mostrava Santos Dumont (número 5).
• Ininterruptamente, a revista foi editada de 1943 a 1975.
• Grandes nomes fizeram história em O Cruzeiro. Dentre eles, Millôr Fernandes, Péricles de Andrade Maranhão (criador de O amigo da onça) e Rachel de Queiroz.
• Geralmente as capas traziam modelos, atrizes e mulheres bonitas. Eram raras as capas políticas. Getúlio Vargas, JK, João Goulart e Jânio Quadros estão entre essas raridades.
• A revista tem recordes ainda não quebrados como edições com mais de 750 mil exemplares (até hoje, proporcionalmente, a maior) e sua longevidade, 47 anos.
• A última edição de O Cruzeiro é de julho de 1975, com Pelé na capa, então jogador do Cosmos, vestido de Tio Sam.



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5 comentários:

  1. salve, ricardo,

    parabéns pela divulgação do acervo digitalizado da inesquecível "o cruzeiro".

    ao lado dessa boa iniciativa, uma teima em não vingar, ou seja, o resgate da memória de um dos responsáveis da bossa nova, o pianista, compositor e letrista newton mendonça.

    hoje, domingo, ruy castro na folha de são paulo o homenageia.

    carlos anselmo


    Os 50 anos da morte de Newton Mendonça
    Enviado por luisnassif, dom, 05/09/2010 - 09:00

    Por Zeno José Otto

    Da Folha

    RUY CASTRO

    Por Newton Mendonça

    RIO DE JANEIRO - A música popular pode ser cruel. Dois homens passam anos compondo juntos, fertilizando-se um ao outro e, por vários motivos -um é cantor, o outro não; um é tímido, o outro, exuberante; um morre cedo, o outro segue freneticamente ativo-, o segundo engole o primeiro e, talvez "malgré lui", torna-se o único autor do que fizeram a dois.

    Foi assim com Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, criadores do baião; com Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito, autores de "Folhas Secas", "Pranto de Poeta", "A Flor e o Espinho"; e também assim com Tom Jobim e Newton Mendonça, autores de, entre outros, "Desafinado", "Samba de uma Nota Só" e "Meditação". Mas, para o vulgo, só houve Luiz Gonzaga, Nelson Cavaquinho e Tom.

    Newton Mendonça não cantava, era muito retraído e morreu aos 33 anos, em 1960 -justamente quando "Samba de uma Nota Só" começava a estourar. A posteridade converteu-o em letrista de Tom, como se ele fosse outro Vinicius ou Aloysio de Oliveira. Acontece que Newton era pianista, um músico completo -tanto quanto Tom, com quem compunha de igual para igual-, e só às vezes letrista.

    Sem ele naqueles anos cruciais, c. 1958, não teria havido a bossa nova. Não por acaso, das sete canções de Tom que, nesses mais de 50 anos, passaram de dois milhões de execuções, estão as três com Newton, fundamentais.

    Tom também morreu, em 1994, e desde então deu nome ao aeroporto internacional, ao entorno da Lagoa e a um instituto cultural e arrisca-se a virar estátua em Ipanema. Mas Newton nunca foi lembrado para batizar sequer uma sala de aula ou um torneio de peteca na praia.

    Vem aí o parque da Bossa Nova, a ser construído pelo governo do Rio no Leblon. Se o chamassem parque Newton Mendonça, em homenagem ao fundador mais esquecido da bossa nova, seria uma reparação justa -e ainda insuficiente.

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    Respostas
    1. Tem o caso do Vadico,sambista paulista,quase sempre ignorado pelos estudiosos do samba.

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  2. Boa noite, vale lembrar q a revista O Cruzeiro continuou depois disto se nao me engano foi ate 1982, tenho todos aqui...

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  3. Boa Tarde, meu nome é Gisele Ciszveski Pereira, estou a procura de uma Capa da Revista Cruzeiro, ode meu pai Batedor da Escolta da Força Publica do Estado de São Paulo, nos anos 50/60, aparece como batedor de um Presidente em primeiro plano, seu nome é 1º Pereira, caso tenham esta edição, solicito retorno por email gisele.ciszveski@gmail.com
    agradeço

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