segunda-feira, 27 de setembro de 2010

A entrevista de Geraldo Vandré.

Finalmente, após quase quatro décadas de isolamento voluntário, o cantor e compositor, Geraldo Vandré, resolveu romper o silêncio. O paraibano, autor de “Pra Não Dizer que Falei das Flores”, música considerada um hino contra a ditadura militar, concedeu uma entrevista ao repórter Geneton Moraes Neto, exatamente no dia em que completava 75 anos de idade. Esta foi a primeira entrevista para a televisão, desde que voltou do exílio, em 1973.

Para ver a entrevista clique aqui
Veja mais de Geraldo Vandré aqui.Onde Andará Geraldo Vandré


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domingo, 26 de setembro de 2010

Frase do Dia. Alexis de Tocqueville.

"Na política, os ódios comuns são a base das alianças."

(Alexis de Tocqueville)
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CAGECE e Hospital de Messejana são premiados no Prêmio da Gestão Pública.

Duas organizações públicas cearenses foram contempladas com o Prêmio Nacional da Gestão Pública – PQGF - ciclo de 2010. A CAGECE – Companhia de Água e Esgoto do Ceará foi reconhecida na faixa Prata e o Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes foi contemplado com a faixa Bronze.

O PQGF visa incentivar as organizações públicas na busca da excelência, por meio da adesão ao Modelo de Excelência da Gestão, uma ferramenta eficaz de gestão, cujos postulados, dentre outros, pressupõem: a visão sistêmica, foco no bom atendimento aos cidadãos usuários, gestão com base nos princípios constitucionais da administração pública, gestão por processo e gestão por resultados.

O Prêmio anual, que já está no seu 12° ciclo, é patrocinado pelo Ministério do Planejamento, no âmbito do Gespública, programa voltado para redução da burocracia estatal e melhoria da gestão dos órgãos públicos, baseado na avaliação continuada da gestão, auto-avaliação, plano de melhoria, avaliações periódicas e simplificação de processos.
A cerimônia de homenagens aos vencedores do Prêmio Nacional da Gestão Pública no Ciclo 2010 será realizada em novembro deste ano.
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Inmetro e Hemorio receberão o troféu PQGF em 2010

Trofeu PQGF 2010: Planejamento divulga lista dos homenageados

23/9/2010

Por decisão do Conselho do Prêmio Nacional da Gestão Pública (PQGF), o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) e o Instituto Estadual de Hematologia Artur de Siqueira Cavalcanti (Hemorio) foram as instituições destacadas entre as organizações públicas do país com alto desempenho em gestão pública em 2010.

Ambas as organizações alcançaram a Faixa de Reconhecimento Ouro e, pelo índice elevado de pontuação obtido, irão receber o Troféu PQGF 2010. O troféu é a instância máxima da premiação concedida pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. O Hemorio já havia sido premiado em 2007.

No total, 11 instituições foram selecionadas para figurarem este ano como modelos de atuação, em razão do nível de desempenho institucional apresentado e das boas práticas gerenciais desenvolvidas. A cerimônia de homenagens aos vencedores do Prêmio Nacional da Gestão Pública no Ciclo 2010 será realizada em novembro deste ano.

Na Faixa de Reconhecimento Prata, os reconhecidos são: Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), Departamento de Água e Esgoto de Penápolis/SP (DAEP/SP), Diretoria de Crédito do Banco do Brasil S/A , Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (Hemopa).

Os reconhecidos na Faixa Bronze são: Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS) e o 15º Batalhão Logístico (15º BL), ambos do Exército Brasileiro, a Unidade de Serviços Compartilhados da Petrobras, Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes/Ceará, e Centro de Análises de Sistemas Navais (CASNAV) da Marinha do Brasil.

O 12º PQGF recebeu inscrições de 34 organizações e destas 29 foram confirmadas como candidatas, sendo 20 da Administração Direta e Indireta, sete da Categoria Especial Saúde e duas da categoria Especial Saneamento.

Homologação dos Resultados

O anúncio oficial dos vencedores do PQGF em 2010 foi feito hoje (23), em ato no salão nobre do Ministério do Planejamento, com a presença do secretário-executivo adjunto, Francisco Gaetani, representando o ministro Paulo Bernardo, e do presidente do Conselho do Prêmio, empresário Jorge Gerdau Johannpeter. A reunião foi aberta pelo secretário adjunto de gestão, Walter Emura, e contou também com as participações do diretor do Departamento de Programas de Gestão da Secretaria de Gestão, Bruno Palvarini, e do gerente do PQGF, Cesar Pereira Viana.

Gaetani destacou que a premiação é um estímulo para outras organizações públicas melhorarem os serviços oferecidos. “No setor público nós precisamos valorizar o que dá certo e precisamos reforçar as iniciativas que várias áreas do governo estão desenvolvendo com vistas ao estabelecimento de processo de melhorias contínuas”, afirmou. “Então, a premiação nada mais é do que o reconhecimento, o aplauso e a valorização desse esforço, dessas organizações que hoje são exemplos para várias outras seguirem esse caminho”, acrescentou.

Walter Emura afirmou que o Prêmio contribui para fortalecer a capacidade institucional dos órgãos e entidades públicas federais, estaduais e municipais. “É importante que esse fortalecimento se dê em todas as instâncias”, disse, ao defender, nesse processo, a valorização do bom gestor. “Nosso esforço é sair da lógica de punição do mau gestor e caminhar para o reconhecimento e a premiação do bom gestor”, destacou, acrescentando que o PQGF é o coroamento dessa meta.

Segundo Jorge Gerdau, a iniciativa do PQGF, de reconhecer e premiar, é mais um esforço no sentido de valorizar a tecnologia de gestão. “A vantagem desse processo para o país e para as instituições é conseguir trabalhar de uma forma mais econômica e com maior qualidade de serviços para a população”, destacou. Sobre o resultado alcançado pelo Inmetro e Hemorio, observou que essas organizações não estão em primeiro lugar apenas porque estão na faixa Ouro: “Elas apresentaram mais do que um sistema de gestão excelente; apresentaram uma constância de propósitos, já que perseguem a melhoria da gestão há muito tempo”.

Bruno Palvarini destacou a importância dos ciclos do PQGF reconhecerem os resultados gerados pelas organizações para os cidadãos e para a sociedade, “de forma alinhada à missão do Programa GesPública e às estratégias da Secretaria de Gestão”, citando como exemplo o Decreto 6.932/2009, de Simplificação do Atendimento ao Cidadão. Acrescentou que a cerimônia de premiação deste ano “já reconhecerá as organizações públicas que desenvolveram e divulgaram Cartas de Serviços e, a partir de 2011, o PQGF contará com critérios específicos para o atendimento ao cidadão”.

Cesar Viana afirmou que o resultado deste ano “expressa o reconhecimento pela busca constante da excelência do sistema de gestão organizacional, com foco em resultados”. Segundo Viana, os princípios constitucionais que regem a administração pública e os fundamentos da gestão contemporânea norteiam as organizações e, por meio do servidor, suas implementações “permitem o sucesso demonstrado hoje no reconhecimento do Prêmio Nacional da Gestão Pública, cuja meta deve ser o cidadão e a sociedade”. De acordo com o gerente do PQGF, mesmo as organizações não reconhecidas, mas participantes do Ciclo de Premiação, receberão os relatórios de avaliação de seus sistemas de gestão, permitindo rever processos, metodologias, planos e estratégias, alavancando sua gestão. “A gerência do PQGF parabeniza a todas as pessoas e organizações que participam do GesPública”, concluiu.

Fonte: Ascom Planejamento
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Lula e a Imprensa.

A popularidade de Lula continua a impressionar. Futuramente, tenho certeza, este fenômeno político será objeto de estudo à parte.

Nunca na história deste país se viu uma campanha tão politizada na mídia. Revistas e jornais, a chamada grande mídia, dominada por um pequeno grupo de famílias, mesmo arriscando sua credibilidade e a de, outrora, jornalistas bem reputados, dispararam uma das mais virulentas coberturas jornalística contra um presidente, em uma pauta eivada de proselitismo político e com alvo óbvio: a eleição presidencial.

O que impressiona é a resistência de Lula. Até o momento, o presidente mais popular da história do país segue firme, incólume, sem abalo no seu impressionante índice de aprovação. Apenas 4% da população desaprovam a sua gestão. Não sei se outro político resistiria a uma agenda tão negativa da mídia.  Há quem diga: “É a economia, Estúpido!”, para justificar tanta popularidade. Outros preferem, numa explicação metafísica, atribuir tanta popularidade ao carisma  pessoal do presidente. O fato é que Lula parece ser  PHD em política, o que leva seus desafetos ao desespero.

Pelos indicadores, até o momento, a campanha da grande mídia não vem surtindo efeito. Mas, como bem diz o impagável Luis Fernando Veríssimo, ainda teremos alguns dias de manchetes de jornais e mais duas capas da Veja. A frase irônica de Veríssimo, bem situa o momento que passamos. 

Outro fato a se destacar é a falta de transparência nos editoriais dos órgãos da imprensa.  Poucos veículos admitem sua posição ideológica e qual candidato apóia. A Carta Capital, única revista a fazer o contraponto em favor de Lula - além de alguns blogueiros de peso como: Luis Nassif, Paulo Henrique Amorim e Carlos Azenha - declarou, em editorial, o apoio à candidata da situação, Dilma Rousseff. A concorrente mais poderosa,  a revista Veja, ainda não mostrou sua cara oficialmente, embora todos saibam qual é, e não me pergunte o porquê. O mesmo se espera da Folha de São Paulo, com pauta claramente oposicionista, mas ainda reticente em oficializar sua posição. Ponto para o Estadão. Mesmo tardiamente, hoje, em editorial ressentido, declarou seu apoio à candidatura José Serra, acabando com a hipocrisia da chamada pauta “imparcial”.

Nesta luta insana, perdem todos, principalmente, a credibilidade da imprensa, que, se não foi atingida mortalmente, sairá gravemente ferida.

Ainda há tempo. É hora de recuperar os destroços, e retornar para o leito do jornalismo descontaminado dos interesses políticos e econômicos, do jornalismo plural, onde a opinião não é confundida com notícia, do jornalismo sem maniqueísmo, sem manipulação. Caso isso não acorra, correremos o risco da validação, no sentido pejorativo, de uma frase antiga, do jornalista americano A. J. Liebling: "A liberdade de imprensa só pertence aos donos da imprensa".
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terça-feira, 21 de setembro de 2010

Frase do Dia. Robert Hare.

"O psicopata é como o gato, que não pensa no que o rato sente. Ele só pensa em comida. A vantagem do rato sobre as vítimas do psicopata é que ele sempre sabe quem é o gato".

(Robert Hare)
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Propagandas Interessantes – Campanha de Jânio Quadros na TV - 1960.

Procuro sempre garimpar propagandas que acho interessantes. A maioria delas é antiga e remete aos meus bons tempos de juventude. Esta, com certeza, não é da minha época e foge ao padrão. Trata-se, de acordo com o título do vídeo, da primeira propaganda eleitoral veiculada na televisão brasileira. 

O ano era 1960. Jânio Quadros, à época candidato a presidente do Brasil, mesmo sabendo que a quantidade de aparelhos de TV’s no país era muito pequena, portanto, com poucos telespectadores, acreditava na força do chamado “segmento formador de opinião”. 



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domingo, 19 de setembro de 2010

Frase do Dia. Aristóteles.

"Todos os homens desejam ardentemente conhecer"


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Paul McCartney em dois momentos.

Michelle



My Love.
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sábado, 18 de setembro de 2010

Frase do Dia. Jean Jacques Rousseau.

“O primeiro homem que, havendo cercado um pedaço de terra, disse “isso é meu”, e encontrou pessoas tolas o suficiente para acreditarem nas suas palavras, este homem foi o verdadeiro fundador da sociedade civil. Quantos crimes, guerras e assassínios, de quantos horrores e misérias não teria poupado ao gênero humano aquele que, arrancando os marcos, ou tapando os buracos, tivesse gritado aos seus semelhantes: Livrem-se de escutar esse impostor; pois estarão perdidos se esquecerem que os frutos são de todos, e a terra de ninguém!”

(Jean Jacques Rousseau)
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Luis Nassif em Fortaleza.

Quem esteve em Fortaleza, nesta última sexta-feira, foi o jornalista Luis Nassif. O profissional se notabilizou por fazer o contraponto ao modelo, ainda maniqueísta, da grande e poderosa mídia nacional, que parece ainda não perceber as mudanças no perfil do leitor.  

Nassif, além de atazanar a grande imprensa, principalmente a revista Veja, é um apaixonado por música. Gosta de choro e até arrisca algumas apresentações no bandolim.

Na última sexta-feira, após uma palestra no Porto das Dunas, o jornalista esticou a noitada, em um sarau em Fortaleza, ouvindo o grupo “Cordas que Falam”. Aproveitou para gravar, no seu próprio celular, e divulgar em seu blog, o desempenho de Aparecida Silvino, cantora cearense que lá estava, brindando os presentes com sua bela voz.

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terça-feira, 14 de setembro de 2010

Frase do Dia. Jorge Luis Borges

"Não odeies o teu inimigo, porque, se o fazes, és de algum modo o seu escravo. O teu ódio nunca será melhor do que a tua paz."

(Jorge Luis Borges)
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domingo, 12 de setembro de 2010

Onde andará – Hermes Aquino.

Hermes Aquino foi um estrondoso sucesso em 1976, com “Nuvem passageira”, música trilha da novela Casarão, que tinha no elenco grandes nomes da dramaturgia brasileira, como: Paulo Gracindo,  a atriz Yara Côrtes e  Mário Lago. A canção logo caiu no gosto do público pela beleza da música e letra coberta de figuras de linguagens românticas.

O compositor, nos tempos de sucesso, além de Nuvem Passageira, chegou a emplacar várias músicas em trilhas de novelas, como: Longas Conversas ("Te Contei?"),  Santa Maria ("A Sucessora), Chuvas De Verão (“Marron Glacê”) e Senhorita (“Pecado Rasgado”).

O autor de “Desencontro de Primavera (1977)”, nasceu em 21/5/1949, no Rio Grande Sul. O blog do jornalista Emilio Pacheco (emiliopacheco.blogspot.com), disponibilizou uma foto recente do cantor. Atualmente, Hermes já não ostenta a longa e espalhafatosa cabeleira dos anos 70, nem o bigode estilo mexicano. Mora na sua Porto Alegre, cidade que cultua, tendo a homenageado em uma de suas músicas. Um retorno às origens após o fim da fase de sucesso. Fala-se  que, na verdade, a carreira foi interrompida prematuramente devido a conflitos com a sua gravadora. 

Além de continuar cantando  e compondo, Hermes Aquino é publicitário, produtor de jingles e escreve artigos, não necessariamente relacionados à música, para jornais locais.

Os fãs do gaucho podem recordar seus sucessos antigos e músicas inéditas em uma rádio na internet (http://hermexradio.2ya.com/) especializada em Hermes Aquino. Lá, com um pouco de sorte, você vai ter oportunidade de ouvir até uma versão de Nuvem Passageira em inglês.

Mais de "Onde Andará"

lídia Brondi

Ernest Borgnine


Sílvia Kristel


Geraldo vandré

Gilson de Sousa

para ver mais  clique no marcador "Onde Andará" na coluna direita.  

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terça-feira, 7 de setembro de 2010

Miguel Gustavo e o Hino do Sesquicentenário da Independência do Brasil.

Há exatos 28 anos, o Brasil, em plena ditadura militar, comemorava o Sesquicentenário da Independência. O mote dos cento e cinqüenta anos do grito do Ipiranga não seria desperdiçado pela propaganda do poder, comandado pelo General Emílio Garrastazu Médici. 

Era tempo de propagandas ufanistas como: “Brasil Ame-o ou Deixe-o”, “Este é um país que vai prá frente” e a importância do sesquicentenário poderia ser mais uma alavanca para exacerbar o sentimento de patriotismo do brasileiro. Uma forma de desviar a atenção para as agressões aos Direitos Humanos, vilipendiados nos escuros porões da ditadura. 

No rastro deste acontecimento, vários eventos foram criados, inclusive um torneio de futebol, chamado Taça da Independência, com a participação de várias seleções, dentre elas, a seleção brasileira e a portuguesa.

Mas marcante mesmo - além da transferência dos restos mortais de D. Pedro I, de Portugal para o Brasil, por meio de negociações entre o governo brasileiro e o português - ficou um hino, criado especialmente para a comemoração, composto pelo carioca Miguel Gustavo, um criativo compositor, jornalista, poeta e radialista.

Miguel Gustavo Werneck de Souza Martins é autor da famosa música ”Pra Frente Brasil”, imortalizada na Copa do Mundo do México de 1970. A música foi vencedora de um concurso organizado pelos patrocinadores das transmissões dos jogos e se transformou, com certeza, na mais conhecida de todas as copas.

Miguel, embora sem formação musical, era muito versátil. Criou jingles de grande sucesso, como o das Casas Bahia, e muitas canções de sucessos gravadas por artistas de peso como: Elizeth Cardoso; Dircinha Batista; Jorge Veiga; Carminha Mascarenhas; Isaura Garcia; Araci de Almeida, dentre muitos outros.

Outra característica marcante do compositor era a sátira e o humor. É dele “Café Soçaite’, uma bem-humorada sátira ao colunismo social carioca dos anos cinqüenta. Também de destaca, na obra de Miguel, uma série de hilários sambas de breque gravados por Moreira da Silva e que até hoje são apreciados por brasileiros de todas as idades: O conto do pintor, O rei do gatilho, O último dos Moicanos, O sequestro de Ringo, O rei do cangaço e Morengueira contra 007.

Voltando ao Hino do Sesquicentenário da Independência, lembro que a música, cantada pelo grande cantor Miltinho, talvez pelo fenômeno da repetição exaustiva em rádios e televisões, caiu no gosto do público. Eu, por exemplo, tinha apenas doze anos e até hoje lembro a letra completa: “Marco extraordinário, Sesquicentenário da Independência. Potência de amor e paz. Este Brasil faz coisas. Que ninguém imagina que faz...”.

Miguel Gustavo faleceu em 22 de janeiro de 1972, curiosamente, no ano do Sesquicentenário, aos 50 anos de idade. No mesmo ano, em homenagem ao jornalista, a MPM propaganda lançou um disco brinde para o Natal com  músicas do compositor, dentre elas, uma  faixa com uma interpretação de Ângela Maria para “Brasil eu adoro você” e, ao final, o Hino do Sesquicentenário. Os comentários são do próprio Miguel Gustavo. Ouça.

Letra:
“Marco extraordinário
O Sesquicentenário da Independência!
Potência de amor e paz
Este Brasil faz coisas
Que ninguém imagina que faz.

É Dom Pedro I
É Dom Pedro do Grito
Esse grito de glória
Que a cor da história à vitória nos traz
Na mistura das raças
Na esperança que uniu
No imenso continente nossa gente, Brasil"
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Frase do Dia. Darcy Ribeiro.

"O Brasil, último país a acabar com a escravidão tem um perversidade intrínseca na sua herança, que torna a nossa classe dominante enferma de desigualdade, de descaso."

(Darcy Ribeiro)
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domingo, 5 de setembro de 2010

Revista O Cruzeiro. O acervo digitalizado.

Aos entusiastas de iniciativas voltadas para a preservação histórica, indico um site digno de registro: O acervo digitalizado da famosa revista “O Cruzeiro” que reinou soberana pelos anos 20 até meados dos anos setenta. O material está disponível no site Memória Viva, especializado em biografias de pessoas famosas da recente História do Brasil, que desde o dia 4 de outubro de 2003, passou a disponibilizar da edição on line da revista que fez história no jornalismo brasileiro.

De acordo com o editorial do site: “Não são reproduções de páginas de O Cruzeiro. É uma versão on line mesmo. Com atualização semanal, o internauta poderá ver a capa da revista, entrar no sumário, escolher a matéria, ler na íntegra, ver as fotos tratadas... do mesmo jeito que se vê no site de uma revista atual”. Lá, será possível se encantar com a primeira edição, de 1928, e a última, de 1975. Também estão disponíveis as dez primeiras capas e outras curiosidades.

Com certeza, uma ótima oportunidade de se deliciar com as matérias históricas da revista que mais tempo se manteve em circulação na história da imprensa brasileira: Oportunidade de ler ou rever reportagens da dupla David Nasser e Jean Manzon, as crônicas de Raquel de Queiroz e as impagáveis charges do “Amigo da Onça”, um dos mais famosos personagens do humor brasileiro, fruto da criatividade do cartunista pernambucano Péricles. 

A revista O Cruzeiro foi fundada por Carlos Malheiro Dias, sua primeira edição foi publicada em 10 de novembro de 1928 pelos Diários Associados de Assis Chateaubriand. A publicação desapareceu em julho de 1975, vítima da falta de gestão e da concorrência de revistas mais profissionalizadas como Manchete e Fatos e Fotos.

Veja algumas curiosidades sobre a revista publicadas no Memória Viva.

• A primeira edição de Cruzeiro é de 10 de novembro de 1928.
• A primeira personalidade a aparecer em uma capa foi o Rei Alberto da Bélgica, no número 2, e a primeira capa utilizando uma foto mostrava Santos Dumont (número 5).
• Ininterruptamente, a revista foi editada de 1943 a 1975.
• Grandes nomes fizeram história em O Cruzeiro. Dentre eles, Millôr Fernandes, Péricles de Andrade Maranhão (criador de O amigo da onça) e Rachel de Queiroz.
• Geralmente as capas traziam modelos, atrizes e mulheres bonitas. Eram raras as capas políticas. Getúlio Vargas, JK, João Goulart e Jânio Quadros estão entre essas raridades.
• A revista tem recordes ainda não quebrados como edições com mais de 750 mil exemplares (até hoje, proporcionalmente, a maior) e sua longevidade, 47 anos.
• A última edição de O Cruzeiro é de julho de 1975, com Pelé na capa, então jogador do Cosmos, vestido de Tio Sam.



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Frase do Dia. Arthur Schopenhauer.

"O destino embaralha as cartas, e nós jogamos"

(Arthur Schopenhauer)

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sábado, 4 de setembro de 2010

O Bar do Anísio – Berço de sucessos do Pessoal do Ceará.

“... o Anísio era uma pessoa muito amiga da gente. Era aquele cara que dava opinião nas músicas: ‘essa eu gosto, essa eu não gosto, essa aqui, meu filho, você canta que vai ser sucesso’. Beira Mar foi uma delas.” Ednardo

O extinto Bar do Anísio, localizado à beira mar de Fortaleza, é considerado o berço de muitos sucessos do chamado pessoal do Ceará, grupo de talentosos cearenses que ganhou projeção nacional. 

O local ficou famoso por ser o ponto de encontro dos jovens artistas cearenses na década de sessenta. O ambiente simples, o belo cenário natural de uma beira mar ainda descalça, a brisa da praia do Mucuripe e a simpatia do proprietário, eram o atrativo para noitadas culturais dos talentosos artistas da cidade. 

O bar foi descoberto por Roger, por volta do ano de 1965. O proprietário, Sr. Anísio, era um ascensorista que, em um encontro casual com o cantor cearense, o convidou a conhecer o seu barzinho, que acabara de abrir na beira mar.

No Anísio, Ednardo, Fagner, Belchior, Augusto Pontes, Rodger, Fausto Nilo, dentre outros, se reuniam para cantar e mostrar suas composições. Todos acalentavam o sonho do sucesso, da gravação do primeiro disco, só possível, naquela época, no sudeste do país. 

Sobre o bar, Augusto Pontes, uma espécie de guru dos futuros astros cearenses, declarou:
''Quase tudo no movimento cultural, com repercussões até hoje, nasceu lá, no Bar do Anísio, na Beira-Mar. Nem o Estoril tem essa memória que querem colocar, porque é posterior'' – [...]'O pessoal frequentador, apesar de identificado com a esquerda, era muito ligado nas artes. Às noites estávamos todos lá: Paulo Limaverde, Cláudio Pereira, Flávio Torres, Rodger, Ednardo, o Fagner era rapazola, menor de idade, e chegava numa rural Willys, mas ia embora cedo porque não podia varar a madrugada que o Juizado não permitiria. Ele não era discriminado, apenas não tinha a nossa idade. O que não surgiu nas casas da Teti, do Rodger, do Evangelista, é porque foi produzido no Anísio, de onde descíamos para demonstrar na praia o fruto de nossa criatividade. '' 

No bar, Belchior ouviu, várias vezes, uma frase de efeito que Augusto Pontes gostava de repetir: “Eu sou apenas um rapaz latino americano sem parentes militares, sem parentes no poder.Apenas eu, a pé, só eu, a pessoa eu”. 

O mote para a famosa composição do cearense estava dado. Era tempo de ditadura e a expressão irônica de Augusto sobre o poder dos militares, por segurança, foi adaptada por Bechior para: "Eu sou apenas um rapaz latino americano sem parentes importantes". 

Em outro desses encontros boêmios no Anísio, o cantor Ednardo lembra que estava em companhia do seu amigo Augusto Pontes, quando surgiu o argumento para a criação da música “Carneiro”. O depoimento é do próprio Ednardo, reproduzido no ótimo livro “No tom da canção cearense – Do rádio e TV, dos lares e bares na era dos festivais (1963 – 1979, do historiador Wagner Castro.

“Muitas músicas minhas e do Augusto Pontes, por exemplo, Carneiro, veio de conversas de bares; daquela época dos anos de chumbo da ditadura pesada. Aquela coisa todinha e a gente já pensando em sair daqui de Fortaleza e ir para o Rio de Janeiro, aí ei falei: eu estou doido de vontade de ir para o Rio de Janeiro, Augusto. Aí o Augusto falou assim: “eu também, mas não tenho dinheiro”; aí eu falei: pô, joga no bicho porque se você ganhar quem sabe...Então vamos jogar Carneiro.
A gente começou a juntar essas coisas todas: “Então, amanhã se der carneiro, vou me embora daqui pro Rio de Janeiro” (...) As coisa vem de lá, eu mesmo vou buscar, e vou voltar em vídeotapes e revistas supercoloridas; aí o Augusto disse: pra as meninas meio distraídas repetir a minha voz; aí eu disse: Augusto; que Deus salve todos nós” 

O cantor, no mesmo livro, afirmou que outras músicas suas foram criadas no famoso bar, a exemplo de Alazão e a poética “Beira Mar”.

“... Vida, vento, vela leva-me daqui.”

O Bar do Anísio, como tantos outros recantos da boemia cearense, não resistiu ao tempo e à especulação imobiliária: foi demolido para dar lugar a mais um dos grandes prédios que hoje infestam a beira mar de Fortaleza. Com o fim do famoso bar, se prenunciava também o fim dos bons tempos de boêmia, dos barzinhos e românticas rodas de violão na orla, agora transformada em um imenso paredão de suntuosos edifícios e hotéis.

“... É a vida, é a vida... Simplesmente, e nada mais...




Fontes:


http://www.raimundofagner.com.br/festival_aqui1968.htm


http://www.fa7.edu.br/recursos/imagens/File/jornalismo/materiaprima/2008.2.pdf


Castro, Wagner; “No tom da canção cearense – Do rádio e TV,dos lares e bares na era dos festivais (1963 – 1979),Edições UFC, 2008, 292 páginas

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