quinta-feira, 29 de abril de 2010

O talento de Armandinho – Sai do Caminho.

O talentoso baiano Armandinho , um dos maiores solistas do Brasil, dá um show no Bandolim tocando “Sai do Caminho”. O frevo foi composto por outro mestre: Jacob do Bandolim.

O acompanhamento luxuoso é do respeitado conjunto "Época de Ouro" criado em 1964 pelo próprio Jacob do Bandolim.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Frase do Dia - Augusto Detoeuf.

"Com dinheiro podemos fazer tudo, menos homens."

(Augusto Detoeuf)
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

O Centenário de Custódio Mesquita.

Esta semana foi marcada pela do centenário do grande compositor, pianista, regente e ator Custódio Mesquita de Pinheiro. O músico nasceu em 25 de abril de 1910, e, pela dimensão qualitativa da sua obra e contribuição para a música popular brasileira, não teve, no seu centenário, a comemoração devida.

Além de compositor refinado, Custódio Mesquita era um músico talentoso, dominava, com maestria, a bateria e o piano, instrumento no qual costumava se apresentar.

Boa pinta, andava sempre bem vestido, mas não era de muita conversa, embora tivesse grande apego às madrugadas e rodas boêmias, para muitos, o motivo da sua morte.

O grande compositor carioca faleceu precocemente aos 34 anos, em 13 de março de 1945, vítima de problemas hepáticos, deixando mais de uma centena de grandes composições. Não se sabe, ao certo, o número de músicas compostas pelo artista, pois muitas composições não foram registradas.

Firmou parcerias com gigantes como Noel Rosa, Orestes Barbosa, Hervé Cordovil, Luis Peixoto e Evaldo Rui, dentre outros. No teatro, onde atuou como co-autor em pelo menos 30 peças, encontrou em dois grandes atores, dois grandes amigos e parceiros em músicas antológicas, onde se destacam: “Velho Realejo” e “Mulher” que fez com Sadi Cabral e “Nada Além”, em parceria com Mário Lago.

A música “Mulher”, composta em 1948, foi trilha sonora de dois filmes e tema de abertura do seriado "Mulher", da Rede Globo. Outras músicas foram gravadas por vários nomes de peso da MPB, o belo samba-canção “Saia do caminho”, composto com Evaldo Rui, um dos seus parceiros preferidos, foi gravado, por exemplo, por Dalva de Oliveira, Ângela Maria, Gal Costa, Nana Caymmi e Miúcha.

A melodia de Custódio Mesquita é considerada requintada e harmoniosa. A sua morte prematura não impediu que sua obra fosse considerada uma das precursoras da moderna canção popular, que viria logo depois, com Tom Jobim, Newton Mendonça, Dolores Duran, Antônio Maria, Tito Madi e outros grandes nomes da chamada vertente moderna do Samba-Canção e ,posteriormente, culminando com a Bossa Nova.

Ouça, na voz única de Orlando Dias, “Nada Além”, um dos maiores sucessos de Custódio Mesquita.


Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

domingo, 25 de abril de 2010

Frase do Dia - Mikhail Naimy

"Para os burros a voz mais melodiosa é o ornejo do burro"

(Mikhail Naimy) Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Boitempo - Carlos Drummond de Andrade

Entardece na roça
de modo diferente.
A sombra vem nos cascos,
no mugido da vaca
separada da cria.
O gado é que anoitece
e na luz que a vidraça
da casa fazendeira
derrama no curral
surge multiplicada
sua estátua de sal,
escultura da noite.
Os chifres delimitam
o sono privativo
de cada rês e tecem
de curva em curva a ilha
do sono universal.
No gado é que dormimos
e nele que acordamos.
Amanhece na roça
de modo diferente.
A luz chega no leite,
morno esguicho das tetas
e o dia é um pasto azul
que o gado reconquista. Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

sábado, 24 de abril de 2010

No tom da Canção Cearense – Um livro sobre a música cearense.

Há alguns meses me encontrei com o historiador, músico e compositor Wagner Castro. Sabia que ele havia escrito um livro sobre a música do Ceará, demonstrei meu interesse pelo assunto e recebi um exemplar autografado. Por um desses lapsos imperdoáveis, esqueci o livro no taxi que me transportara para casa. O pior, o motorista não se dignou a devolvê-lo.

Passado algum tempo, consegui outro exemplar, desta vez, cedido pelo meu amigo Fernando Montenegro, que sabedor do meu interesse pelo assunto, comprou outro livro, em um restaurante frequentado pelo escritor.

Valeu a pena. O livro "No Tom da Canção Cearense: do rádio e tv, dos lares e bares na era dos festivais (1963-1979)" é uma delícia. Wagner faz uma criteriosa e desafiadora pesquisa sobre a Música Popular Cearense. A obra é fruto da tese de mestrado do historiador e veio para preencher uma lacuna sobre o assunto. Com certeza, o livro já se tornou uma referência no acervo dos amantes da história da música cearense.

Para resgatar a memória de um rico período da chamada Música Popular Cearense, marcada, principalmente, pelos festivais e programas de auditórios locais, Wagner viaja pela fase do rádio e a transição para a televisão, sempre observando as condições sociais dos músicos e os ambientes onde surgiram as criações como: bares, universidades, conservatórios e demais cenários dos acontecimentos.

O escritor também se valeu, fortemente, do recurso de entrevistas com protagonistas importantes da música cearense no período, foram dezenas delas : Fagner, Belchior, Ednardo, Aderbal Freire , Augusto Pontes, dentre outros, que deram seus depoimentos e fizeram análises pessoais de um instigante período histórico da música cearense.

Para quem gosta de música é uma excelente pedida. A obra, pela profundidade da investigação do autor, se torna uma importante fonte de consulta para pesquisadores e é também fundamental para o entendimento de como foi forjada a base do movimento musical denominado Pessoal do Ceará, que revelou grandes artistas cearenses como: Fagner, Belchior, Ednardo, dentre outros.


Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Frase do Dia - Conde de Cavour.

"Descobri a arte de ludibriar os diplomatas: falo a verdade, e eles nunca acreditam no que digo"

(Conde de Cavour) Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Tiradentes – O preferido dos Sambas de Enredo.

Curiosidades da Música Popular Brasileira.

Hoje, 21 de Abril, é dia de homenagear Tiradentes, o herói da Inconfidência Mineira. O inconfidente, talvez por seu histórico libertário e trágico, é um dos mais cultuados heróis brasileiros, sendo um dos preferidos nos enredos das escolas de samba.

“Exaltação a Tiradentes”, um belo samba de enredo de Mano Décio da Viola, Penteado e Estanislau Silva, por exemplo, deu, em 1949, o campeonato à escola de Samba Império Serrano.

Comento: “Exaltação a Tiradentes” foi um grande sucesso e chegou a ser gravada por diversos grandes nomes da música Popular Brasileira, dentre eles: Elis Regina, Cauby Peixoto, Chico Buarque de Holanda e Roberto Silva.

Além do antológico samba de Mano Décio da Viola, foram levados ao asfalto diversos sambas-enredo com alusão ao nome de Tiradentes, comprovando a predileção dos sambistas pelo herói brasileiro. Dentre os vários sambas com citações do nome de Tiradentes, destacamos:

"Seis Datas Magnas" (Althair Prego - Candeia/Portela, 1953), "Três Épocas do Brasil" (Vila Isabel, 1966, "Histórias e Tradições do Rio Quatrocentão - Do Morro Cara de Cão à Praça Onze" (Waldir 59 - Candeia/Portela, 1965, "Movimentos Revolucionários e a Independência do Brasil" (ala dos compositores do Império Serrano, 1961), "História da Liberdade no Brasil" (Aurinho da Ilha/Salgueiro, 1967), "O Vale do São Francisco" (Cartola - Carlos Cachaça/Mangueira, 1948), "Vultos e Efemérides" (Simeão - Jorge Porqueiro, 1958).

Embora não tenha sido feito para samba-enredo, merece destaque - por citar duas vezes, de forma “sui-generis”, o nome de Tiradentes - o "Samba do Crioulo Doido”, uma hilária sátira composta em 1967, pelo impagável Sérgio Porto, o Stanislaw Ponte Preta. A letra da música cheia de desencontros históricos dizia em certo trecho, justificando o título:

Foi em Diamantina
Onde nasceu JK
Que a princesa Leopoldina
Arresolveu se casar
Mas Chica da Silva
Tinha outros pretendentes
E obrigou a princesa
A se casar
Com Tiradentes...

Não satisfeita, a imaginação fértil e brilhante de Sérgio Porto,nos presenteou, em outro trecho da música, com esta pérola do humor:

...Joaquim José
Que também é
Da Silva Xavier
Queria ser dono do mundo
E se elegeu Pedro II
Das estradas de Minas
Seguiu prá São Paulo
E falou com Anchieta
O vigário dos índios
Aliou-se a Dom Pedro
E acabou com a falseta
Da união deles dois
Ficou resolvida a questão
E foi proclamada
A escravidão
E foi proclamada
A escravidão...

Ouça Exaltação a Tiradentes, na voz de Elis Regina e “Samba do Crioulo Doido” interpretado pelo Quarteto em Cy.



Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

terça-feira, 20 de abril de 2010

Hino Oficial de Brasília

O Hino de Brasília foi oficializado pelo Decreto nº 51.000, de 19 de julho de 1961, assinado por João Goulart, após passar pelo crivo de uma comissão especial do Ministério da Educação e da Cultura.

A música foi composta pela pianista e professora de música Neusa França, que compôs os primeiros acordes dentro de um ônibus, no Rio de Janeiro. A letra, composta por Geir Nuffer, só seria escrita alguns meses depois.

A primeira apresentação do hino ocorreu em 16 de maio de 1960, na inauguração de um colégio de Brasília, o Caseb, na presença do então presidente do Brasil Juscelino Kubitscheck.

O primeiro vídeo apresenta a versão oficial do hino Brasiliense. O segundo vídeo apresenta a própria autora do hino, Neusa França, interpretando a sua obra.




Letra: Geir Campos
Música: Neusa Pinho França Almeida

Todo o Brasil vibrou
e nova luz brilhou
quando Brasília fez maior a sua glória
com esperança e fé
era o gigante em pé,
vendo raiar outra alvorada
em sua História

Com Brasília no coração
epopéia a surgir do chão
o candango sorri feliz
símbolo da força de um país!

Capital de um Brasil audaz
bom na luta e melhor na paz
salve o povo que assim te quis
símbolo da força de um país! Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

domingo, 18 de abril de 2010

Qual a melhor Versão - Faustina

No centenário do grande Jorge Veiga disponibilizo quatro versões do clássico “Faustina”, um grande sucesso do "Caricaturista do Samba".

A primeira versão é uma interessante apresentação de um mestre do chorinho, o flautista Altamiro Carrilho, em uma rara performance como cantor.

O segundo vídeo apresenta a versão solo da atriz, cantora e humorista Yvete Matos;

No terceiro, a gravação do cantor Almirante, "A mais alta patente do rádio";

Finalmente, um áudio com a gravação do homenageado: Jorge Veiga.

Escolha sua versão e divirta-se com a hilária música composta por Gadé.




Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Dia 100% alvinegro.

Hoje estou com a alma lavada. O domingo foi todo alvinegro. Botafogo campeão em cima do seu maior rival: o Flamengo. O Ceará Sporting sagrou-se campeão do segundo turno do cearense, vencendo o Guarani de Sobral por 1 X 0 e, finalmente, o meu querido Treze de Campina Grande saiu na frente do quadrangular final do campeonato paraibano vencendo o Sousa por 3X1.

Decididamente, o futebol é mais bonito em preto e branco. Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Botafogo campeão carioca de 2010 - Hora de comemorar.

Nunca é demais comemorar. Valeu, FOGÃO! campeão também em 2010.

veja o vídeo da comemoração.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Botafogo campeão carioca de 2010.



Já estava mais do que na hora. Valeu, FOGÃO! Campeão arrastão de 2010 em cima do Flamengo...É bom demais!

Veja os gols da vitória do Botafogo sobre o Flamengo por 2 X 1.




Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

As Senhoritas -As primeiras cantoras a gravar um disco no Brasil.

Curiosidades da Música Popular Brasileira.

No post anterior (aqui) falei sobre “Bahiano”, o primeiro cantor a gravar um disco no Brasil. Faltou falar sobre a primeira cantora a gravar. Quem foi?

Não se sabe ao certo. A coletânea “Histórias da Odeon” fala de uma certa Senhorita Consuelo, que, em 1902, gravou em um dueto com Bahiano, a música “Durma-se com um barulho deste” de autoria desconhecida. Fala-se também de outra senhorita, Odette, que também gravou em 1902.

Comento: Não obstante as duas cantoras terem gravado várias músicas neste período pioneiro, pouco se sabe sobre suas biografias, chegando ao cúmulo de sequer sabermos o nome completo das artistas. Vários pesquisadores e amantes da música lançaram suas teses para este descaso histórico.

O fato que é que, no período, a gravação feminina não tinha a dimensão da masculina. As dificuldades do processo mecânico de gravação e os valores socioculturais da época não permitiam uma atividade pública mais destacada das mulheres na música e, talvez, explique tão pouca informação sobre as gravações femininas no início de século.

Naquele período, marcado por uma cultura social machista, o máximo permitido às jovens senhoritas eram manifestações artísticas restrita ao ambiente privado. A exceção era as atrizes de teatro musicados que, eventualmente, gravavam. Sobre o assunto, o mestrando em música pela UFMG, Marcos Edson Cardoso Filho, se vale das palavras de Márcio ferreira de Souza para levantar a discussão acerca da presença feminina na indústria fonográfica brasileira no começo do século XX.

“A quase ausência das mulheres cantoras no nascente mercado fonográfico brasileiro tem raízes em fatores sócio-culturais dos quais podemos citar a cultura prevalecente de exclusão das mulheres do espaço público em uma época onde estas estavam associadas ao espaço privado, ao âmbito familiar e a própria música popular estava relacionada à marginalidade, considerada como atividade de malandros, boêmios, vagabundos etc. No caso específico das mulheres havia uma forte associação com a prostituição, afinal a música popular estava relacionada com a noite. Atividade que se fazia presente nos saraus, nos bailes e nos clubes noturnos. Hora de “mulher direita” estar dormindo (SOUZA, 2006, p. 2).”

Existiam também as limitações tecnológicas, como explica Marcos Edson:

“[...] os cantores de maiores sucessos geralmente eram oriundos de circos e apresentações de rua. As cantoras em sua maioria, eram atrizes de teatro e de revista, ambientes em que a projeção sonora e o entendimento do texto eram uma necessidade latente. Para as gravações, a explicação é muito simples: a agulha gravadora necessitava de muita energia sonora para fixar os sons na cera.

Para a música de concerto, o problema da projeção e da energia sonora era minimizado, sobretudo pela função da voz em tais contextos. Uma função que era estritamente musical, pois a voz tendia a nos remeter a um instrumento musical, fato proporcionado pela impostação do bel canto italiano. Paralelamente temos a canção popular, cujo entendimento do texto torna-se quase uma obrigação estética. Neste quesito, a partir das gravações, percebemos a voz dos cantores masculinos, mais facilmente captadas pelo aparato mecânico. Para as mulheres, tinha-se a necessidade de uma pequena impostação para aumentar a projeção, fato que levava consequentemente a um menor entendimento do texto [...].”

O período de ostracismo feminino iria se abrandar a partir da segunda metade dos anos 20. Em 1926, a voz feminina começou a ser divulgada com mais relevância nos catálogos de gravações mecânicas, com destaque para as cantoras Zaíra de Oliveira, Rosália Pombo, dentre outras. Logo depois, Araci Côrtes (foto a esquerda), uma celebrada cantora e atriz de teatro de revista, viria a se consagrar ao gravar sucessos inesquecíveis com: “Jura”, de Sinhô e “Linda Flor.

Uma curiosidade sobre O samba-canção Linda Flor: considerado um dos maiores clássicos da MPB, a música de Henrique Vogeler teve três versões de letras. A versão gravada por Araci Côrtes foi escrita por Luiz Peixoto e ficou definitiva, mas isso já é assunto para outro post.

Ouça a interpretação da Senhorita Consuelo e Bahiano, este, além da honra de ser considerado o primeiro cantor a gravar no Brasil, provavelmente foi o primeiro a gravar em dueto com uma mulher. O segundo áudio apresenta a senhorita Odette cantando “Corte Na Roça”.



Fontes:
Vozes sem os seus corpos: o som da canção gravada por cantoras no começo do século XX. Filho, Marcos Edson Cardoso. Disponível em Http://www.estudiobelohorizonte.com.br/pdfestudio/Vozes%20sem%20os%20seus%20corpos.htm

SOUZA, Márcio Ferreira. “Ô Abre Alas”: as mulheres em cena no nascente mercado fonográfico brasileiro. Anais do Seminário Fazendo Gênero 7. Florianópolis: UFSC. Disponível em: http://www.fazendogenero7.ufsc.br/simposios.html

Coletânea "História da Odeon
"
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Frase do Dia. Franz Grillparzer

"Existe um remédio para todos os tipos de culpa: reconhecê-las"

(Franz Grillparzer)
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

sábado, 17 de abril de 2010

O primeiro disco gravado no Brasil.

Curiosidades da Música Popular Brasileira.

O primeiro disco brasileiro foi gravado em 1902, pelo cantor Manuel Pedro dos Santos, mais conhecido como Bahiano (1870-1944), natural de Santo Amaro da Purificação, terra dos também baianos: Caetano Veloso e Maria Bethania.

Bahiano (foto) entrou para história da música brasileira ao gravar o Lundu “Isto é Bom”, de autoria do compositor Xisto da Bahia (1841-1894), por decorrência, o primeiro compositor a ter uma música gravada no Brasil.

Comento: O disco foi lançado comercialmente pela Casa Edison do Rio de Janeiro, do empresário de origem Tcheca Fred Figner (1866-1946), que depois viria a criar a famosa gravadora Odeon.

Os discos, na época, eram feitos de ceras de carnaúba e reproduzidos em gramofones que funcionavam a corda. Para gravar era utilizada apenas a energia mecânica, os cantores deviam ter vozes potentes e cantavam praticamente gritando para terem suas vozes captadas pelas máquinas de gravação.

Apesar de ser atribuída a Bahiano a honra de ser o primeiro a gravar um disco no Brasil – o N° de série do seu disco Zon-O-Phone era 10.001 - no ano de 1902 também foram lançados, simultaneamente, várias chapas para gramofones - um total de 228 - interpretados, na maioria das vezes, além de Bahiano, por Cadete, outro famoso cantor da época, e pela Banda de música do Corpo de Bombeiros. Existe ainda, no mesmo período, registro de 14 discursos de personalidades, estes lidos por locutores da casa.

O áudio abaixo apresenta a gravação pioneira de “Isto é Bom”. A qualidade da gravação é precária, mas apaixonante pelo seu valor histórico.

Fontes: História da ODEON (cedido gentilmente pelo meu amigo Carlos Anselmo)
Uma história da música Popular Brasileira. Severiano,Jairo. Editora 34 Ltda.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Lundu do Escritor Difícil - Mário de Andrade.

Eu sou um escritor difícil
Que a muita gente enquizila,
Porém essa culpa é fácil
De se acabar duma vez:
É só tirar a cortina
Que entra luz nesta escurez.

Cortina de brim caipora,
Com teia caranguejeira
E enfeite ruim de caipira,
Fale fala brasileira
Que você enxerga bonito
Tanta luz nesta capoeira
Tal-e-qual numa gupiara.

Mas gaúcho maranhense
Que pára no Mato Grosso,
Bate este angu de caroço
Ver sopa de caruru;
A vida é mesmo um buraco,
Bobo é quem não é tatu!

Eu sou um escritor difícil,
Porém culpa de quem é!...
Todo difícil é fácil,
Abasta a gente saber.
Bajé, pixé, chué, ôh "xavié"
De tão fácil virou fóssil,
O difícil é aprender!

Virtude de urubutinga
De enxergar tudo de longe!
Não carece vestir tanga
Pra penetrar meu caçanje!
Você sabe o francês "singe"
Mas não sabe o que é guariba?
— Pois é macaco, seu mano,
Que só sabe o que é da estranja Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Frase do Dia - Bertrand Russell

"Enquanto filosofamos acerca da vida, a vida se vai. E a morte , recebida de forma diferente por sábios e tolos, a todos trata da mesma maneira"

(Bertrand Russell) Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Centenário de Jorge Veiga – O caricaturista do Samba.

Hoje, 14 de abril de 2010, comemora-se o centenário de Jorge Veiga, um dos maiores sambista do Brasil. O título "Caricaturista do Samba", como ficou conhecido, foi dado por Paulo Gracindo, um grande amigo e admirador.

Carioca de Engenho de Dentro, Jorge Veiga, começou sua carreira em 1934, no início, influenciado pelo estilo de Sílvio Caldas, mas, aos poucos, incorporou um estilo próprio configurado pela leveza e humor que viria a transformá-lo em um dos maiores sucessos da música popular brasileira.

O tom malandro e sincopado da sua voz ficou registrado em sucessos inesquecíveis como: “Eu Quero É Rosetar” (Haroldo Lobo e Milton de Oliveira), “Café Society” (Miguel Gustavo) e “Bigorrilho” (Paquito, Sebastião Gomes e Romeu Gentil), "Faustina" (Gadé), "Acertei no milhar" ( Wilson batista e Geraldo Pereira), "Orora analfabeta" (Gordurinha e Nascimento Gomes), “Quem sou eu” (Gordurinha), "Perdeu-se uma valise" (Daniel Lustoza e Jorge Veiga) e muitos outros.

Tornou-se, em conjunto com Moreira da Silva, um símbolo do samba de breque, gênero derivado do samba, cuja característica é a parada brusca para comentários ou versos bem-humorados relacionados ao tema da música. Também fez sucessos com samba de gafieira onde se destaca “Estatutos da Gafieira” de Billy Blanco.

O cantor nasceu em 14/4/1910 no Rio de Janeiro, RJ onde faleceu em 29/06/1979. Ouça alguns trabalhos de Jorge Veiga e veja por que ele se eternizou na história da música brasileira.






Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

domingo, 11 de abril de 2010

Frase do Dia - Arthur Schopenhauer.

“É em ninharias e quando está desatento que o homem revela seu caráter”

(Arthur Schopenhauer) Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Botafogo na final do carioca de 2010.

Morro acreditando: chega dessa história de “tem coisas que só acontecem com o botafogo”. Dessa vez vai.

Que venha o Flamengo.

Atualizado em 18/04/2010: VALEU,FOGÃO! CAMPEÃO ARRASTÃO DE 2010.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

sábado, 10 de abril de 2010

Frase do Dia. Alfred de Musset.

“A política é uma delicada teia de aranha em que lutam inúmeras moscas mutiladas.”

(Alfred de Musset) Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

A dieta de Noel Rosa - Curiosidades da MPB.

Que Noel Rosa é um grande compositor; um dos maiores do Brasil, todo mundo sabe. O que nem todos sabem é que o Poeta da Vila era chegado a uma gaiatice. Um episódio hilário, atribuído ao compositor, bem ilustra esta sua faceta:

Certa vez, um amigo ao ver o autor de feitiço da Vila, em um bar, às sete horas da manhã, tomando cerveja e conhaque ao mesmo tempo, tentou convencê-lo a ter uma vida mais saudável, afinal, era de conhecimento de todos os sérios problemas de saúde do jovem poeta.

Noel era boêmio, adepto do cigarro e visto, constantemente, em mesas de bar, hábitos não condizentes com o seu estado de saúde. Preocupado, o amigo enaltecia as vantagens de uma boa alimentação, principalmente pela manhã, para recuperação das debilidades decorrentes da já avançada tuberculose que viria a matar o grande músico.

Noel não se deu por vencido e tentou convencer o preocupado amigo de que a cerveja tinha os mesmos nutrientes de um prato de feijão com arroz. O interlocutor retrucou “e o conhaque?” Incomodado com a insistência do zeloso companheiro, Noel respondeu de forma cínica:

“É que eu não consigo comer sem beber” e encerrou a conversa.

O vídeo abaixo apresenta Noel cantando “Gago Apaixonado”, uma das muitas músicas marcadas pela brilhante irreverência do cantor. A irreverência, a ironia e a gaiatice do Filósofo do Samba também são facilmente percebidas no timbre da sua voz. A gravação da voz do cantor tem mais de 80 anos. Confira.


Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Frase do dia - Woodrow Wilson.

"Um radical é alguém que vai longe demais; um conservador é alguém que não vai bastante longe; um reacionário é alguém que não anda"

(Woodrow Wilson)
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Frase do Dia.

"Há três acontecimentos na existência humana: nascimento, vida e morte. Nascemos sem saber, morremos sem querer e esquecemos de viver."

(Jean de la Bruyére)
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Silas de Oliveira- Samba não é coisa do diabo.

Curiosidades da MPB.

Silas de Oliveira, sambista do primeiro time, é considerado, por muitos, o maior compositor de samba de enredo do Brasil. Silas, desde jovem um apaixonado pelo samba, por ironia do destino, era filho de um fervoroso evangélico que detestava samba. Fala-se que o pai do compositor achava o mais famoso ritmo brasileiro uma “coisa do diabo”.

Comento: Silas de Oliveira Assumpção, para não contrariar a família, frequentava as rodas de samba e jongo escondido. Foi professor de português no colégio do pai. Subiu o morro pelas mãos de um jornaleiro bom de samba: Mano Décio da Viola. Lá tomou contato com as rodas de samba se tornando rapidamente um dos maiores expoentes de sambas de enredo.

Respeitado na Império Serrano, Silas dedicou 28 anos de sua vida à sua escola querida. Foram 16 sambas de enredo para a escola, dos quais 14 foram defendidos no desfile oficial. Emplacou todos os sambas da escola no período de 1964 a 1969, alguns em parceria, outros sozinho.

Foram sambas antológicos como "Aquarela brasileira" (1964), "Os Cinco Bailes da História do Rio", em parceria com Dona Ivone Lara e Bacalhau (1965), "Glórias e Graças da Bahia"– com Joacir Santana (1966). Uma curiosidade deste período: com "Pernambuco, Leão do Norte", samba enredo de 1968, Silas venceu o samba do antigo parceiro e incentivador: Mano Décio da Viola.


O músico nasceu em Madureira, subúrbio da Zona Norte do Rio de Janeiro, no dia 12 de Outubro de 1916. Como bom sambista, morreu, em 20 de maio de 1972,fazendo o que gostava: cantando suas belas composições, em uma roda de samba, no clube Asa, em Botafogo. Um infarto, no meio do samba "Os Cinco Bailes do Rio", encerrava a carreira de um dos maiores sambistas do Brasil.

Partiu nos legando obras-primas como “Meu Drama” também conhecida como “Senhora Tentação”, gravada por Cartola, “Apoteose ao Samba”, em parceria com Mano Décio e imortalizada na voz de Jamelão, além de “Aquarelas brasileira”, o seu maior sucesso, gravado por dezenas de grandes músicos brasileiros.

Ao ouvir Aquarela brasileira ficamos com a certeza:definitivamente, samba não é coisa do diabo.




Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

domingo, 4 de abril de 2010

Frase do Dia.

"As lágrimas de um herdeiro são risos velados"

(Publilius Syrus)
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Semana Santa em Quixadá.


Passarei a Semana Santa em Quixadá, uma das mais belas cidades do Ceará. Lá me encontrarei com meu amigo, o ex-prefeito da cidade e agora advogado Cristiano Goes, para comer uma tilápia assada, no restaurante do Abelardo.

Tenho um carinho todo especial por esta cidade e não me canso de contemplar suas formações rochosas que parecem terem sido feitas à mão.

A foto apresenta dois cartões postais da cidade do sertão central cearense: a pedra da Galinha Choca, uma impressionante escultura da natureza e o açude do Cedro, uma obra de arte da engenharia construída na época do Império.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...