quarta-feira, 28 de abril de 2010

O Centenário de Custódio Mesquita.

Esta semana foi marcada pela do centenário do grande compositor, pianista, regente e ator Custódio Mesquita de Pinheiro. O músico nasceu em 25 de abril de 1910, e, pela dimensão qualitativa da sua obra e contribuição para a música popular brasileira, não teve, no seu centenário, a comemoração devida.

Além de compositor refinado, Custódio Mesquita era um músico talentoso, dominava, com maestria, a bateria e o piano, instrumento no qual costumava se apresentar.

Boa pinta, andava sempre bem vestido, mas não era de muita conversa, embora tivesse grande apego às madrugadas e rodas boêmias, para muitos, o motivo da sua morte.

O grande compositor carioca faleceu precocemente aos 34 anos, em 13 de março de 1945, vítima de problemas hepáticos, deixando mais de uma centena de grandes composições. Não se sabe, ao certo, o número de músicas compostas pelo artista, pois muitas composições não foram registradas.

Firmou parcerias com gigantes como Noel Rosa, Orestes Barbosa, Hervé Cordovil, Luis Peixoto e Evaldo Rui, dentre outros. No teatro, onde atuou como co-autor em pelo menos 30 peças, encontrou em dois grandes atores, dois grandes amigos e parceiros em músicas antológicas, onde se destacam: “Velho Realejo” e “Mulher” que fez com Sadi Cabral e “Nada Além”, em parceria com Mário Lago.

A música “Mulher”, composta em 1948, foi trilha sonora de dois filmes e tema de abertura do seriado "Mulher", da Rede Globo. Outras músicas foram gravadas por vários nomes de peso da MPB, o belo samba-canção “Saia do caminho”, composto com Evaldo Rui, um dos seus parceiros preferidos, foi gravado, por exemplo, por Dalva de Oliveira, Ângela Maria, Gal Costa, Nana Caymmi e Miúcha.

A melodia de Custódio Mesquita é considerada requintada e harmoniosa. A sua morte prematura não impediu que sua obra fosse considerada uma das precursoras da moderna canção popular, que viria logo depois, com Tom Jobim, Newton Mendonça, Dolores Duran, Antônio Maria, Tito Madi e outros grandes nomes da chamada vertente moderna do Samba-Canção e ,posteriormente, culminando com a Bossa Nova.

Ouça, na voz única de Orlando Dias, “Nada Além”, um dos maiores sucessos de Custódio Mesquita.


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