(Garcia Lorca)
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
Versões My Way. Engelbert Humperdinck.
Mais uma versão de My Way. Desta vez, a do cantor anglo indiano Engelbert Humperdinck. Seu nome de batismo é Arnod George Dorsey. O cantor foi um grande sucesso nos anos 60 e 70.
O vídeo é bastante acessado no Youtube. Até a data desta post, já estava com mais de 960.000 acessos.
Você, prezado leitor, pode colaborar enviando vídeos ou dicas de novas versões de “My Way” para jrcdm27@yahoo.com.br, com o título “Versões My Way” e, se possível, algum histórico da versão e do intérprete. Se desejar, coloque o seu nome para que a fonte seja divulgada. Desta forma, teremos um interessante trabalho de catalogação de versões de uma das mais belas músicas da era moderna.
Para facilitar o acesso, criei um novo marcador chamado “versões My Way”, que você poderá acessar no frame “Marcadores”, aí, no lado direito deste blog.
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sábado, 29 de janeiro de 2011
A história da Música “Atrás da Porta”. Chico Buarque, Francis Hime e Elis Regina.
Atrás da Porta, primeira parceria de Chico Buarque com Francis Hime, música magistralmente interpretada por Elis Regina, tem uma história bastante curiosa na sua concepção.
Francis morava nos Estados Unidos e passava férias no Brasil. Em uma festa restrita a poucos amigos, encontrou-se com Chico Buarque e tocou a melodia da música, Chico gostou e começou a escrever, lá mesmo, a letra . Os dois não se lembram o motivo - Chico atribui ao excesso ou mesmo a falta de bebida e até falta de inspiração momentânea - o fato é que o letrista só conseguiu fazer uma parte da música.
A obra incompleta ficou esquecida por um tempo, até que Elis a ouviu e ficou maravilhada. Gravou o trecho com letra e deixou a segunda parte apenas orquestrada, uma forma, para muitos, de pressionar Chico a concluir a música. A fita chegou até Chico que imediatamente concluiu sua obra com os versos:
“Dei pra maldizer o nosso lar
Pra sujar teu nome, te humilhar
E me vingar a qualquer preço
Te adorando pelo avesso
Pra mostrar que ainda sou tua”
Fala-se que a antológica gravação de Elis foi influenciada pelo momento afetivo em que vivia. Em 1972, a cantora havia se separado de Ronaldo Bôscoli e engatava um novo romance com o pianista Cesar Camargo Mariano, justamente durante o período da gravação da canção. A história é contada de forma emotiva por Nelson Mota, no livro “Noites Tropicais - Solos, improvisos e memórias musicais”, da Editora Objetiva.
leia um trecho da versão de Nelson Mota e, logo após, confira o depoimento de Chico Buarque sobre Atrás da Porta:
"No Verão de 1972, Elis se separou mesmo de Ronaldo, num divórcio tão previsível quanto Tempestuoso [...] Roberto Menescal voltou a produzir seus discos, agora com a direção musical e o piano de César Camargo Mariano [...] Elis e César ficaram apaixonados pela música e a gravação foi marcada para dentro de três dias.
Nesse meio tempo, Menescal Francis tentariam dar uma pressão em Chico para terminar a letra. À noite, separada de Ronaldo, sozinha na casa branca da Niemeyer, Elis resolveu fazer uma sessão de cinema, convidando alguns amigos, entre eles César, para ver Morangos silvestres, de Bergman, um clássico-cabeça da época. Mal o filme começou, César recebeu um bilhete de Elis, foi ao banheiro ler e se espantou: era um “torpedo” amoroso. Atônito, César leu e releu, acreditou e sumiu: completamente fascinado por Elis, era tudo o que secretamente desejava. E temia. Então sumiu. Não foi encontrado nos dois dias seguintes em lugar nenhum, os amigos se preocuparam. Mas no dia e hora da gravação, duas da tarde, César estava no estúdio, Menescal se sentiu aliviado e Elis sorriu sedutora. César dispensou os músicos, pediu para todo mundo sair, para colocarem o piano no meio do estúdio, baixarem as luzes e deixarem só ele e Elis, para a gravação do piano e da voz-guia de “Atrás da porta”.Extravasando seus sentimentos, misturando as dores da separação com as esperanças de um novo amor, Elis cantou, mesmo sem a segunda parte da letra, com extraordinária emoção, com a voz tremendo e intensa musicalidade. Na técnica, quando ela terminou, estavam todos mudos. Elis chorava abraçada por César. Juntos, César e Menescal foram levar a fita para Chico, que ouviu, chorou, e terminou a letra ali mesmo, no ato".
(MOTTA, páginas 243-244)
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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
Frase do Dia. J. Edgard Hoover.
"Os direitistas estão conduzindo sua guerra privada. São contra o comunismo, sem serem a favor da liberdade. São contra a ignorância, sem serem a favor da educação. São contra o pecado, sem serem a favor de Deus."
(John. Edgard Hoover)
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quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
Rita Pavone em três momentos.
A cantora italiana Rita Pavone, um fenômeno de vendas na década de sessenta, marcou a juventude de muitos, hoje, sessentões e cinqüentões.
Apresento três momentos distintos da carreira da cantora: em 1964, com 19 anos, cantando o hit “Datemi un Martello,” um sucesso mundial; em 1987, aos 42 anos, em uma turnê no Brasil, cantando “Io Che Amo Solo Te” de Sérgio Endrigo e; em 2008, em plena forma, com 63 anos, cantando Fortissimo.
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
Frase do Dia. David Starr Jordan
"Sabedoria é saber o que fazer; habilidade é saber como fazer; virtude é fazer."
(David Starr Jordan)
(David Starr Jordan)
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Tom Jobim e Noel Rosa. Algo em comum além da música de qualidade.
Há exatos oitenta e quatro anos, em 25 de janeiro de 1927, nascia o grande Tom Jobim.
Pego o mote do aniversário para falar sobre uma coincidência envolvendo o nascimento do cantor e o de outro grande mito da música brasileira -Noel Rosa. O parto do autor de Garota de Ipanema foi realizado pelo médico José Rodrigues da Graça Melo, curiosamente, o mesmo que assistira, pouco mais de dezesseis anos antes, o parto de Noel.
Pego o mote do aniversário para falar sobre uma coincidência envolvendo o nascimento do cantor e o de outro grande mito da música brasileira -Noel Rosa. O parto do autor de Garota de Ipanema foi realizado pelo médico José Rodrigues da Graça Melo, curiosamente, o mesmo que assistira, pouco mais de dezesseis anos antes, o parto de Noel.
Tom Jobim não teve grandes problemas para nascer. Mesma sorte não teve o Poeta da Vila. Fala-se que sua mãe, Dona Martha, tinha a bacia pequena e o bebê era grande, o que gerou complicações no parto. Dr. Graça Aranha solicitou apoio de outro médico, Dr. Heleno da Costa Brandão, que optou pela utilização de fórceps. O procedimento acabou fraturando a mandíbula do futuro "Filósofo do Samba" que, além de provocar a deformação do seu queixo, causou-lhe sérios transtornos sociais por toda a sua curta e produtiva vida.
No primeiro vídeo Tom Jobim, Chico Buarque e Danilo Caymmi interpretam “Provei”, de Noel Rosa e Vadico. No segundo vídeo ouça Tom Jobim cantando "Três Apitos", um dos maiores clássicos de Noel Rosa.
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segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
Nando Reis em Quixadá. Vídeo.
E a Praça José de Barros, em Quixadá, mesmo debaixo de chuva, ficou pequena para o show de Nando Reis realizado na última sexta-feira. O evento faz parte da programação do “Projeto férias no Ceará”, promoção do Governo do Estado do Ceará.
Quixadá fica no Sertão Central do Ceará, a 160 quilômetros de Fortaleza. A cidade se destaca pelas suas impressionantes e belas formações rochosas, a exemplo da Pedra da Galinha Choca (foto acima) e já foi cenário para muitos filmes nacionais.
As informações são de Cristiano Goes, um quixadaense apaixonado por sua terra que lá esteve conferindo o evento. As imagens são do também amigo Edgardo Moraes.
domingo, 23 de janeiro de 2011
sábado, 22 de janeiro de 2011
Histórias de Ciro Monteiro.
O meu amigo Eliezer Rodrigues, editor da Revista Singular, garimpou um interessante vídeo, com uma passagem da vida do grande Ciro Monteiro. O fato me fez relembrar outra histórias engraçadas do Formigão que comentarei após reprodução do Post do jornalista.
“Chico Buarque, Ciro Monteiro e o Fluminense
(extraído de http://singularevista.blogspot.com/2010/12/chico-buarque-ciro-monteiro-e-o.html)
A história informal do Fluminense, campeão brasileiro de 2010, envolve duas personalidades da melhor qualidade pertencentes à Música Popular Brasileira: Chico Buarque e Ciro Monteiro (o cantor da caixinha de fósforo e intérprete de preciosidades do cancioneiro nacional, como Se acaso você chegasse – de Lupicínio Rodrigues e Felisberto Martins e Falsa baiana, de Geraldo Pereira, por exemplo). Ciro (faleceu em 1973, aos 60 anos), conhecido no meio artístico como Formigão, pois era viciado em doces, quando do nascimento de filhos de amigos, tinha o hábito de presentear o rebento com a camisa do Flamengo, seu time do coração. Por outro lado, é de domínio público a devoção que Chico tem pelo Fluminense, o Tricolor das Laranjeiras, e quando do nascimento de filha Silvinha, Ciro presenteou com uma camisa do rubro negro carioca. Chico não deixou por menos a brincadeira feita por Ciro, e fez um samba bem-humorado "agradecendo" o presente.
E neste vídeo antológico, gravado em 1972, o próprio Ciro conta o acontecido e canta a música Ilmo Sr. Ciro Monteiro, do amigo. Ao lado dele estão Sérgio Cabral, Elke Maravilha, Carminha Mascarenhas, Lúcio Alves e outros.”
Comento: Ao ver o Post de Eliezer Rodrigues me vieram à memória outras histórias engraçadas de Ciro Monteiro. O cantor nasceu em Niteroi, no Rio de Janeiro, em 28 de maio de 1913 e faleceu em 13 de julho de 1973.
Era reconhecido como boa praça e extremamente espirituoso. O Formigão, apelido dado pelo compositor e parceiro Eratóstenes Frazão, gozava da admiração de gente como Vinicius de Moraes, Chico Buarque e Paulinho da Viola, que se divertiam das tiradas espirituosas do cantor. Vinicius de Moraes chegou a declarar: “Ciro é um abraço em toda a humanidade”.
Era reconhecido como boa praça e extremamente espirituoso. O Formigão, apelido dado pelo compositor e parceiro Eratóstenes Frazão, gozava da admiração de gente como Vinicius de Moraes, Chico Buarque e Paulinho da Viola, que se divertiam das tiradas espirituosas do cantor. Vinicius de Moraes chegou a declarar: “Ciro é um abraço em toda a humanidade”.
O caricaturista e dirigente da Rede Globo, Mauro Borja Lopes, o Borjalo, foi testemunha de uma destas hilárias histórias de Formigão, registrada no livro “À mesa do Vilariño” do jornalista e compositor Fernando Lobo.
Lobo conta que Cyro Monteiro detestava viajar de avião, mas devido aos compromissos profissionais em São Paulo, onde apresentava o programa “Noite de Gala”, tinha que se resignar e enfrentar o pânico de avião, afinal, o salário era compensador.
Em um desses vôos, antes da decolagem, Ciro rezou em voz baixa, mas suficiente para os mais próximos ouvirem:
“Meu São Andreatto, protegei o comandante, pai de filhos lindos e marido de uma moça jovem. Protegei toda a tripulação”.
A decolagem foi feita sem problema, mas ao ver a aeromoça rindo piedosamente na sua direção, rezou novamente:
“São Andreatto, protegei-nos a todos. Fazei com que cheguemos são e salvos no Rio”.
“Mas quem é São Andreatto?”, perguntou o cidadão sentado ao lado.
“São Andreatto? São Andreatto nasceu em Lisboa em 1402. Não é muito divulgado e, portanto, me agarro a ele, pois sendo tão desocupado tem bastante tempo para me atender. Eu sei que São Andreatto está doido para se promover fazendo um milagre. A chance é essa”.
Fechou os olhos e dormiu, sem reconhecer Borjalo que estava ao seu lado.
Ciro não deixou de brincar até mesmo a poucos instantes da morte. O pesquisador Jairo Severiano conta em seu livro “Uma história da Música Popular Brasileira – Das origens à modernidade”, que o cantor, pouco antes de morrer, declarou à apresentadora de televisão Edna Savaget:
“Leve um recado para os amigos Vinicius de Moraes, Fernando Lobo e Reinaldo Dias Leme: diga para não chorar, porque tenho encontro marcado com Pixinguinha, Stanislaw Ponte Preta e Benedito Lacerda. Não bebo há dois anos e agora vou tomar o maior pileque da minha vida”
Outra graça ocorrida também pouco antes da sua morte está registrada no livro “Almanaque do Samba – A história do samba, o que ouvir, o que ler, onde curtir”, do pesquisador André Diniz:
Os médicos fizeram um teste de lucidez no cantor, que já estava em estado grave. Perguntaram-lhe seu nome e Ciro, com um riso maroto, respondeu: Roberto Carlos. Foi sua última piada.
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quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
Silvio Cesar e Chico Buarque - Histórias do" Esta noite se improvisa".
O programa “Esta noite se improvisa” foi um grande sucesso dos anos sessenta e setenta. A fórmula era divertida: Blota Júnior, o apresentador, desafiava: “A palavra é .... Ganhava o participante, na maioria artistas famosos, que acertasse o maior número de música contendo a palavra citada. A formula virou uma febre em todo o Brasil. Lembro-me que, ainda garoto, passávamos horas repetindo a brincadeira em rodas de amigos.
Esta história sobre o programa quem conta é o cantor e compositor Silvio Cesar:
"[...] encontrei o Nilton Travesso e ele me convidou a participar do "Esta noite se improvisa" - um dos shows de maior audiência no país. Era assim: o apresentador (Blota Jr.) propunha: "a palavra é..." e os participantes tinham de apertar uma campainha, ir ao microfone e cantar uma música que tivesse a palavra proposta. Se cantasse a música inteirinha, marcava 6 pontos. Se não, ponteava conforme os critérios de uma comissão julgadora. Dei sorte e me saí bem. O Travesso, então, me convidou a ficar fazendo o programa. Entre os artistas que participavam havia alguns que eram verdadeiras enciclopédias de música popular brasileira, como o Caetano Veloso, o Chico Buarque e o Carlos Imperial, por exemplo. Era tudo uma brincadeira, uma festa popular.[...] Havia prêmios para os artistas e para o público que apostasse neles: relógios, geladeiras e até automóveis. Entre nós predominava a camaradagem e não foram raras as vezes em que alguém ajudava o companheiro, mesmo com o protesto do Blota: "Não vale soprar!"
Uma vez, numa final, quando ele anunciou: "A palavra é... ESTRADA", apertei, precipitadamente, a campainha e quando ia me levantar, me dei conta de que não sabia nenhuma música com essa palavra. Fiquei indeciso por um momento que me pareceu uma eternidade e já ia desistir quando ouvi um sussurro: "Upa neguinho". Olhei na direção da voz e lá estava o Chico Buarque com um sorriso maroto nos lábios. Respirei aliviado, fui ao microfone e mandei: "Upa neguinho na estrada, upa pra lá e pra cá...etc ". 6 pontos. Na volta, pisquei pra ele agradecendo.
Nessa noite, o Chico ainda voltaria a surpreender. Era a última rodada e o Blota: "A palavra é...FUTEBOL". Silêncio. Ninguém apertou a campainha, só o Chico. Ele andou calmamente até o microfone e cantou um samba que falava em futebol. 6 pontos. Aplausos. O Blota já ia entregar o prêmio ao 'grande vencedor da noite', quando o Chico, sorrindo: 'Não posso aceitar, esse samba não fala em futebol, eu inventei agora. É que a última ponte aérea sai às 10 e eu preciso ir.' E saiu batido.”"
Sílvio Cesar teve seu auge na carreira nos anos sessenta e setenta. É autor de belas músicas como: "O Moço-Velho", "Maria, Maria, Maria","Levante os olhos" e "Vamos dar as mãos" . Ouça duas músicas do compositor:“Pra você”, um dos seus maiores sucessos e "Agarre seu Homem".
e .
Fonte: Site do cantor Sílvio Cesar. http://www.silviocesar.com
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
Frase do Dia. James Alfred Van Allen
"O pensamento faz o homem, por isso o bom pensamento é a coisa mais importante da vida ."
(James Alfred Van Allen)
(James Alfred Van Allen)
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quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
A volta do Cais Bar da Praia de Iracema.
“No Ceará as histórias vem do mar. No Cais Bar ancoram algumas dessas lendas que só os experimentados marinheiros entendem. E a gente chega lá e, entre um gole e outro, inventa novas histórias com as quais nos alimentamos e nos animamos a tocar a vida como se tudo fosse uma festa.”
(Declaração atribuída ao publicitário Augusto Pontes)
O Cais Bar, tradicional reduto da boemia fortalezense dos anos 80 e 90, irá reabrir. A iniciativa é do empresário Cláudio Ary e do antigo proprietário Joaquim Ernesto.
De acordo com coluna Vertical S/A, do jornalista Jocélio Leal, publicada no Jornal O POVO, a inauguração do bar está atrelada a inauguração do Acquario de Fortaleza a ser construído pelo Governo do Estado do Ceará, provavelmente em 2012.
Comento:
Tive bons momentos no Cais Bar, localizado na bucólica praia de Iracema dos anos 80. O bar, nos seus primórdios, tinha, a sua frente, apenas um pequeno estacionamento de piçarra e o mar aberto, iluminado pela lua, uma espécie de testemunha e cúmplice das noitadas intimistas de violões, cavaquinhos, bandolins e flautas... E muita gente cantando.
O silêncio do local dispensava microfones e caixas de som. Não havia, ainda, o calçadão, fruto de um projeto de urbanização que, inicialmente, trouxe um grande fluxo de cliente, mas, paradoxalmente, colaborou para o seu fechamento em 2003, devido à invasão do turismo sexual no bairro, hoje combatido.
Lá toquei meu violão amador e ouvi muita gente boa cantar e tocar até altas madrugadas. Também ficará inesquecível o painel com as caricaturas de grandes nomes da MPB, maravilhosa criação do artista plástico Válber Benevides, um retrato do espírito do bar que, por quase vinte anos, foi uma referência para poetas, músicos, artistas e boêmios da cidade.
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Frase do Dia. Paulo Freire.
"Educação não transforma o mundo. Educação muda pessoas. Pessoas transformam o mundo".
(Paulo Freire)
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terça-feira, 11 de janeiro de 2011
Relembrando Taiguara.
Taiguara, sem a menor dúvida, foi um dos artistas mais perseguidos da ditadura militar. O compositor sempre resistiu aos abusos da censura e, por isso, teve mais de 100 músicas censuradas.
Embora tenha sido um feroz contestador do estado de arbítrio, não perdeu a ternura e gravou também refinadas canções românticas.
Para relembrá-lo, apresento dois vídeos. No primeiro, Taiguara não resiste ao seu temperamento contestador e faz uma paródia política de um dos seus grandes sucessos “Universo do teu Corpo. No segundo vídeo, uma característica do compositor: a construção de obras de rara beleza, traduzida nos versos de “Teu sonho não acabou”.
O cantor e compositor faleceu em 1996, vítima de um câncer na bexiga.
Frase do Dia. Voltaire.
"Seria maravilhoso ver a própria alma. Conhece-te a ti mesmo(*) é excelente preceito, mas só a Deus é dado pô-lo em prática. Quem mais pode conhecer a própria essência?"
(Voltaire)
(*) Esta inscrição acha-se gravada no templo de Delfos
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segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
My Way. Qual a melhor versão?
“My Way”, uma composição de rara beleza melódica, com certeza é uma das canções mais gravadas no mundo. O título em inglês, embora mais conhecido, não é o original. A versão primeira é francesa e foi batizada como “Comme d'habitude”, de autoria de Claude François e Jacques Revaux, com letra de Claude François e Gilles Thibaut, lançada por Claude François, em 1967, na França.
A versão mais famosa, sem dúvida, é adaptação, em inglês, de Paul Anka, lançada por Frank Sinatra em 1968.
My Way é um dos maiores fenômenos da música mundial. Estimar a quantidade de versões e cantores que gravaram a música em vários idiomas, portanto, continua a ser um grande desafio para os pesquisadores.
Selecionei quatro versões que aprecio: a versão definitiva cantada por Frank Sinatra, a vibrante performance de Elvis Presley, uma boa e comportada interpretação de Robbie Williams e a versão original francesa, cantada pelo autor Claude François.
François faleceu jovem, em 1978, aos 39 anos. O cantor tomava banho em uma banheira e, ao tentar afastar uma lâmpada com as mãos molhadas, sofreu um forte choque elétrico.
Atualização:
Após este post, recebi sugestões para apresentar mais versões da música. Achei a idéia interessante, portanto, tentarei catalogar o máximo de versões nos vários idiomas.
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domingo, 9 de janeiro de 2011
Jessier Quirino - O matuto e a maconha.
Jessier Quirino continua impagável. Desta vez, o poeta paraibano conta o "causo" do matuto que fumou maconha pela primeira vez.
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Frase do dia. Gandhi
"Toda acumulação de riquezas para além das legítimas necessidades do rico é um ato de roubo. Não haveria possibilidade de cometer tais atos se houvesse leis sábias e justiça social."
(Mahatma Gandhi)
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“Duchas Corona” – Comercial Antigo,
O comercial das “Duchas Corona”, exibido em meados dos anos setenta, tinha no refrão "Duchas Corona um banho de alegria, no mundo de água quente", o seu ponto forte, até hoje lembrado por muitos quarentões e cinquentões.
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sábado, 8 de janeiro de 2011
João da Baiana, Pinheiro Machado e o pandeiro apreendido.
Curiosidades da Música Popular Brasileira.
A censura à livre manifestação artística não ocorreu apenas no negros período da ditadura militar, iniciada em 1964. Ficaram famosas as restrições aos músicos impostas pelo DIP – Departamento de Imprensa e propaganda instituído pelo Estado Novo, no governo de Getúlio Vargas.
Os funcionários do DIP - embora não tão truculentos quanto os censores da ditadura militar, comandados pela poderosa Dona Solange Maria , Chefe Divisão de Censura de Diversões Públicas (DCDP), da Polícia Federal - metiam o bedelho em tudo, desde a orientação para criação de sambas politicamente corretos, que enaltecessem o trabalho, até a proibição de letras que utilizassem nome de pessoas. Mas isto é assunto para outro post.
Os funcionários do DIP - embora não tão truculentos quanto os censores da ditadura militar, comandados pela poderosa Dona Solange Maria , Chefe Divisão de Censura de Diversões Públicas (DCDP), da Polícia Federal - metiam o bedelho em tudo, desde a orientação para criação de sambas politicamente corretos, que enaltecessem o trabalho, até a proibição de letras que utilizassem nome de pessoas. Mas isto é assunto para outro post.
Um dos casos mais célebres de restrição à livre manifestação cultural ocorreu no início do século. Naquela época, a música brasileira estava ainda definindo seus contornos e era bastante comum, músicos populares terem seus instrumentos aprendidos pela polícia.
No Rio de Janeiro do início do século, os instrumentos musicais populares, como: violões, cavaquinhos e pandeiros, eram considerados, de forma preconceituosa, símbolos da malandragem reinante no espaço chamado pelo compositor Heitor dos Prazeres de “Velha África”, perímetro que se estendia da zona do caís do porto até a cidade nova, tendo, como centro, a Praça Onze, área predominantemente habitada por negros forros oriundos da Bahia. Os abusos extrapolavam a ação de apreender o instrumento. Com efeito, algumas vezes, os policiais examinavam os dedos dos músicos em busca de calos, evidências do uso de instrumentos de corda, e aí era cadeia na certa.
O compositor João da Baiana, falecido em 1974, considerado um dos grandes precursores do samba e autor de sucessos como: “Cabide de Molambo”, “Patrão Prenda Seu Gado” e “Batuque na Cozinha” foi protagonista de um desses abusos. Ele era filho da baiana Perciliana Maria Constança, a tia Perciliana do Santo Amaro, que a exemplo de outras tias festeiras adeptas do candomblé, como Ciata e Amélia, tinha o samba nas veias.
João Machado Guedes, seu nome de batismo, certa vez, não compareceu a uma festa na casa do poderoso Senador Pinheiro Machado. O motivo: seu pandeiro havia sido apreendido pela polícia na famosa festa da Penha. Alguns dias depois, o senador (foto da direita), ao saber do ocorrido, mandou fazer um pandeiro na loja Cavaquinho de Ouro, do Seu Oscar. O político, um dos mais habilidosos e poderosos do período, era apreciador dos ritmos populares e teve o cuidado de gravar, no instrumento, uma dedicatória: “A minha admiração, João da Baiana – Senador Pinheiro Machado”.
João Machado Guedes, seu nome de batismo, certa vez, não compareceu a uma festa na casa do poderoso Senador Pinheiro Machado. O motivo: seu pandeiro havia sido apreendido pela polícia na famosa festa da Penha. Alguns dias depois, o senador (foto da direita), ao saber do ocorrido, mandou fazer um pandeiro na loja Cavaquinho de Ouro, do Seu Oscar. O político, um dos mais habilidosos e poderosos do período, era apreciador dos ritmos populares e teve o cuidado de gravar, no instrumento, uma dedicatória: “A minha admiração, João da Baiana – Senador Pinheiro Machado”.
Fala-se que a partir deste momento, João da Baiana nunca mais foi importunado pela polícia.
Ouça algumas da obras de João da Baiana. “Batuque na Cozinha”, “Cabide de Molambo”, “Patrão Prenda seu Gado”e Nana Boroquê. No quinto vídeo, João da Baiana e Donga falam sobre as origens do samba. Complementando, apresento um vídeo de 1969, realizado pelo cineasta francês Pierre Barouh com a participação de João da Baiana e Pixinguinha.
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domingo, 2 de janeiro de 2011
Pausa no Blog
Amigos! Não é para fazer inveja, mas estou na bela João Pessoa, curtindo minhas merecidas férias. Haja caranguejo, agulha frita, cerveja gelada, praia e muito sol.
O blog, por enquanto, ficará em pausa.
Um feliz Ano Novo a todos.
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