segunda-feira, 21 de maio de 2012

Frase do Dia. Ogden Nash.

"Um pouco de surdez alivia o mais pesado dos deveres sociais - escutar os chatos."

(Ogden Nash)
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A pioneira Aracy Cortes. A Rainha do Teatro de Revista.

O vídeo apresenta uma comovente apresentação da lendária Aracy Cortes (1904- 1985), uma das pioneiras da Música Popular Brasileira e um dos maiores nomes do teatro de revista do Brasil. A “Rainha do Teatro de Revista” participava de um show bibliográfico apresentado pela também atriz e cantora Marília Barbosa, na Sala Sidnei Miller da Funarte, nos anos 80. Seria uma das suas últimas aparições públicas. Aracy faleceria pouco tempo depois, em 1985, aos 80 anos.

Comento:

"Dizem todos: / Tem uma graça feiticeira, / Só porque aqui nasci / Nesta terra brasileira / Com meu cheiro de canela / Minha cor de sapoti, / Dizem todos: / Lá vem ela! / O demônio da Araci"

O samba Graça de Araci, de Ary Barroso, composto em 1929, bem retratava a polêmica cantora, que, para muitos, é considerada a primeira grande cantora popular do Brasil. Dona de uma personalidade forte e comportamento bastante avançado para a época, Zilda de Carvalho Espíndola, a Aracy Cortes, teve uma vida marcada por pioneirismo e desafios aos costumes vigentes. Começou a se destacar na vida artística na década de 20, tempo em que poucas mulheres conseguiam espaço em um ambiente musical amplamente dominado por vozes masculinas. Ainda na primeira metade da década de 1920, desafiou a sociedade preconceituosa do início do século posando praticamente nua, protegida apenas pelo violão (foto do início do post). Em 1933 foi à primeira estrela de revista nacional a excursionar à Europa, a convite do empresário Jardel Jércolis. 

Tantas conquistas, ousadias e polêmicas, aliadas a um grande talento levaram o nome de Aracy Cortes a estar presente em qualquer publicação que discorra sobre a história da música brasileira. No vídeo abaixo, além de “Morena Faceira”, de Custódio Mesquita, música que ela gravou pela primeira vez em 1932, a artista canta, em dueto com a ótima Marília Barbosa, um dos seus maiores sucessos, “Linda Flor”, de Henrique Vongeler, Luís Peixoto e Marques Porto, grande sucesso de 1929 que se tornou um dos maiores clássicos da MPB.



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domingo, 6 de maio de 2012

Frase do Dia. Auguste Detoeuf.

"Com dinheiro podemos fazer tudo, menos homens."

(Auguste Detoeuf.)
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Ernesto Nazareth e seu fã Ruy Barbosa.


Curiosidades da Música Popular Brasileira.

Ernesto Nazareth (1863 – 1934), para muitos pesquisadores, é considerado o compositor mais original do Brasil. Mário de Andrade dizia que o artista que atuou no final do século XIX e primeira metade do século XX, conseguia ser popular e erudito ao mesmo tempo.

Embora não gostasse, o pianista, para sobreviver, costumava se apresentar em antessalas de cinemas. Curiosamente, um desses ambientes populares foi inspiração para uma das suas obras mais famosas. Trata-se do tango “Odeon”, inspirado no cinema do mesmo nome, onde Nazareth tocou, entre 1920 e 1924, para deleite de espectadores anônimos e também de gente famosa que chegava até uma hora antes da sessão para ouvi-lo. O baiano Ruy Barbosa, nosso “Águia de Haia”, por exemplo, não ligava para cinema, mas era visto costumeiramente na plateia ouvindo as peças de Nazareth, um dos seus pianistas preferidos.

Como tantos outros casos de grandes artistas, o músico teve uma vida marcada por problemas. Chegou a ficar totalmente surdo em 1933. Fala-se que a doença foi a causa da loucura que o levou ao hospício de onde fugiu para a morte, aproveitando um descuido da vigilância. Seu corpo foi encontrado, dias depois, na Cachoeira dos Ciganos.

Ouça o clássico “Odeon” obra que, como outras de Ernesto Nazareth, caiu rapidamente no gosto dos chorões do Brasil, que logo adaptaram suas peças, inicialmente feita para piano, para instrumentos mais populares como violão, cavaquinho e bandolim, confirmando, dessa forma, a afirmação de Mário de Andrade replicada no início desse post. São dois vídeos. No primeiro uma apresentação do grande maestro Radamés Gnattali a pedido de ninguém menos que Tom Jobim. No segundo, a versão de Jacob do Bandolim. Difícil será escolher a melhor.




Fonte:Cravo Albim, Ricardo, "O Livro de Ouro da MPB, A História da música Popular de Sua Origem até hoje",Editora Ediouro. Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...