domingo, 6 de maio de 2012

Ernesto Nazareth e seu fã Ruy Barbosa.


Curiosidades da Música Popular Brasileira.

Ernesto Nazareth (1863 – 1934), para muitos pesquisadores, é considerado o compositor mais original do Brasil. Mário de Andrade dizia que o artista que atuou no final do século XIX e primeira metade do século XX, conseguia ser popular e erudito ao mesmo tempo.

Embora não gostasse, o pianista, para sobreviver, costumava se apresentar em antessalas de cinemas. Curiosamente, um desses ambientes populares foi inspiração para uma das suas obras mais famosas. Trata-se do tango “Odeon”, inspirado no cinema do mesmo nome, onde Nazareth tocou, entre 1920 e 1924, para deleite de espectadores anônimos e também de gente famosa que chegava até uma hora antes da sessão para ouvi-lo. O baiano Ruy Barbosa, nosso “Águia de Haia”, por exemplo, não ligava para cinema, mas era visto costumeiramente na plateia ouvindo as peças de Nazareth, um dos seus pianistas preferidos.

Como tantos outros casos de grandes artistas, o músico teve uma vida marcada por problemas. Chegou a ficar totalmente surdo em 1933. Fala-se que a doença foi a causa da loucura que o levou ao hospício de onde fugiu para a morte, aproveitando um descuido da vigilância. Seu corpo foi encontrado, dias depois, na Cachoeira dos Ciganos.

Ouça o clássico “Odeon” obra que, como outras de Ernesto Nazareth, caiu rapidamente no gosto dos chorões do Brasil, que logo adaptaram suas peças, inicialmente feita para piano, para instrumentos mais populares como violão, cavaquinho e bandolim, confirmando, dessa forma, a afirmação de Mário de Andrade replicada no início desse post. São dois vídeos. No primeiro uma apresentação do grande maestro Radamés Gnattali a pedido de ninguém menos que Tom Jobim. No segundo, a versão de Jacob do Bandolim. Difícil será escolher a melhor.




Fonte:Cravo Albim, Ricardo, "O Livro de Ouro da MPB, A História da música Popular de Sua Origem até hoje",Editora Ediouro. Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

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