Revelação, música que tornou Fagner conhecido do grande público, foi um estrondoso sucesso em meados da década de setenta. A canção, composta por Clodomir, conhecido como Clodo, e seu irmão Clésio, este falecido em 2010, marcou definitivamente uma geração. A receita era certa: além da bela melodia e letra, um bem elaborado arranjo, onde se destacam os solos vibrantes de Robertinho de Recife, aliado à voz rouca, vibrante e incomum do cantor cearense.
Os compositores da música são piauienses. Os dois, em conjunto com Climério, o outro irmão, são autores de pelo menos 150 músicas gravadas por grandes artistas como: Fagner, Dominguinhos, Tim Maia e Os Cariocas, Simone, MPB-4, Elba Ramalho, Ednardo, Amelinha, Zizi Possi, Fafá de Belém e Ângela Maria, dentre outros.
Revelação tem uma curiosidade na sua criação. Fala-se que a melodia teve três letras. A primeira clodo afirma desconhecer, a segunda o irmão Clésio, o autor da melodia, aproveitou o poema Memória, de Carlos Drummond de Andrade, que se encaixou perfeitamente à música. Clésio descobriu, algum tempo depois, que outro artista já havia musicado e gravado o poema. Desapontado e sem querer perder a criação, solicitou ao irmão parceiro que fizesse outra versão da letra. Fagner ouviu a música, gostou, gravou e o sucesso estourou nas rádios brasileiras. Antes, o cearense comentou ao autor da letra definitiva que eles iriam ficar de cabelos brancos e ainda ouvindo a música tocando nos rádios do Brasil. Fagner estava certo: mais de trinta anos depois, a música ainda é lembrada e muitos jovens que sequer viveram aqueles momentos dos anos setenta sabem sua letra de cor.
Outra curiosidade sobre os irmãos piauienses: em homenagem ao trio, Nara Leão, uma fã declarada dos compositores, compôs, em parceria com o Fausto Nilo e Fagner, a música Cli, Cle, Clo, lançada no disco “Romance Popular de 1981”. Cli, Cle e Clo são as iniciais dos nomes dos talentosos irmãos.
Ouça Revelação interpretada pelo cearense Fagner, em um vídeo apresentado em 1978 no Fantástico. Aproveite para ouvir também a composição de Nara Leão e, complementando, uma interpretação da música com a letra original e declarações interessantes de Clodo sobre a sua composição.
“Meu pai Herivelto Martins, ainda é o cronista maior de um Rio de Janeiro que abrigou em seu tempo as maiores cabeças musicais no nosso país. Com a força e sensibilidade de sua obra, liderou um momento artístico que enriqueceu a cultura popular do Brasil, deixando um legado de simplicidade e comunicação com a massa, numa linguagem de cores tão fortes que irão colorir para sempre a alma do povo brasileiro”. (Pery Ribeiro)
Há exatos cem anos, no dia 30 de janeiro de 1912, nascia Herivelto Martins, um dos maiores compositores da Música Popular Brasileira. Da sua lavra saíram sucessos como Ave Maria no Morro, Pensando em ti, Praça Onze, Segredo, Isaura, Atirastes uma Pedra e muitos outros. Herivelto dispensa comentários. As palavras do seu filho, o também cantor Pery Ribeiro, bastam para ilustrar a importância do compositor para a MPB.
No vídeo abaixo o próprio Herivelto lembra seus sucessos de carnaval, tema que explorou com rara desenvoltura. Destaque para um dos seus maiores sucessos, “Cabelos Brancos”, feita especialmente para o Carnaval e que, curiosamente, ninguém cantou. Ele confessaria que o fato foi uma das maiores decepções da sua carreira. A tristeza duraria pouco, a música viria a ser um dos seus maiores sucessos e até hoje é lembrada. Confira a entrevista do compositor.
Fonte: Centenário de herivelto Martins http://blogln.ning.com/profiles/blogs/centen-rio-de-herivelto-martins.
Desta vez, a versão escolhida de "My Way" é a do controvertido cantor, pintor, pianista, ator e poeta Herman Brood, uma lenda do rock da Holanda. O holandês teve uma vida desregrada com uma biografia marcada pela polêmica e abuso do uso de drogas e álcool, cujas conseqüências à sua saúde o levou ao suicídio em 2001, ao saltar do telhado do hotel Hilton Amsterdam. Comenta-se que a morte do artista aos 54 anos, foi considerada pelos holandeses o evento mais significativo da história da música do país.
A versão de “My Way” do roqueiro holandês, curiosamente, se mostra comportada e agradável não enveredando para o exagero das versões de outros roqueiros como a de Nina Hagen, com quem Brood teve um relacionamento, e a de Sid Vicious, esta, por sinal, considerada um sacrilégio para muitos amantes de uma das mais belas melodias da história da música.
Uma curiosidade sobre alguns intérpretes da canção: Herman Brood, Elvis Presley, Sid Vicious e Claude François, o autor da música original, todos, morreram prematuramente, vítimas das conseqüências do uso de drogas ou acidentes. Veja mais no marcador “Versões My Way”, aí à direita do Blog.
Há 31 anos, o 14Bis se firmava como grupo de ponta ao lançar “Planeta Sonho”, seu maior sucesso. Criado em 1979, o grupo mineiro ainda está na ativa e com a formação original, exceto Flávio Venturini, que optou pela carreira solo em 1987. O primeiro disco teve Milton Nascimento como produtor. Um padrinho de peso, à altura da qualidade dos músicos.
Cláudio Venturini, Hely Rodrigues, Sergio Magrão e Vermelho continuam empolgando muita gente. Recentemente estiveram em Fortaleza, no BNB Clube, onde levantaram a platéia com seus grandes sucessos.
Ouça os acordes vibrantes de “Planeta Sonho” em um vídeo de 1981, apresentado no Fantástico.
Em 19 de janeiro de 2012, Nara Leão completaria 70 anos. A cantora morreu precocemente em 1989, com apenas 47 anos, vítima de um coágulo na cabeça descoberto em 1979, o qual resistiu por dez anos.
Embora seja considerada a “Musa da Bossa Nova”, não se mantinha fiel a um único estilo. Gravou desde grandes sambistas como Cartola, Zé Kéti e Nelson Cavaquinho até Chico Buarque, passando por João do Vale, Roberto Carlos e Fagner, dentre outros grandes nomes da MPB.
Para comemorar a data, uma boa pedida é acessar o Site da cantora, montado recentemente por sua filha Isabel Diegues (aqui). Isabel não mediu esforços para preservar e divulgar a obra da mãe, que anda esquecida, não obstante sua importância para a MPB. O Site apresenta uma sequencia cronológica com resumo da vida da cantora, documentos, além da discografia com dados de cada lançamento. De acordo com a própria Isabel, o sitio não é uma obra acabada e será atualizado à medida que forem surgindo novas informações ou conteúdos musicais: “É um organismo vivo. O que for aparecendo, podemos incluir”, completou a autora da ideia.
Uma curiosidade: segundo a revista Época, a única música gravada pela cantora que não foi disponibilizada no site foi “Quero que vá pro inferno” de Roberto Carlos, gravada pela primeira vez em 1965. O motivo: o Rei, a partir da década de 80, implicou com a música, parou de cantá-la e desautorizou qualquer regravação ou reedição do hit. Mas uma das muitas manias do cantor.
Acesse o site. Antes, confira três ótimos vídeos da cantora que selecionei: “Penas do Tiê” (Você) de Heckel Tavares, “Camisa Amarela” de Ary Barroso e a singela modinha “Casinha Pequenina”, um clássico da MPB de autor desconhecido” .
O nosso grande Luiz Gonzaga, maior nome da música nordestina, era um arauto das coisas do sofrido sertão nordestino. O nosso Rei do Baião, em sua obra, falava das dificuldades que passava o sertanejo na luta eterna contra o clima adverso, na coragem, valentia e humildade de um povo que, embora muitas vezes fosse obrigado a deixar seu torrão, nunca esquecia as coisas da sua terra. É verdade, o sertanejo pode deixar o sertão, mas o sertão nunca deixa o sertanejo.
Muitas das suas músicas também falam de temas divertidos, carregados de ironia e sátiras. Lua sempre exaltava o senso de humor e as “tiradas irônicas” da sua gente. A esse respeito, ele costumava contar, entre risos, que, certa vez, em uma apresentação numa dessas pequenas cidades do interior nordestino cantava “A Volta da Asa Branca”, um dos seus grandes sucessos em parceria com Zé Dantas. Ao terminar um dos versos que exaltava as qualidades dos sertanejos -”... Sertão das muié séria dos homes trabaiador...” - um gaiato, na platéia, não quis perder a piada e gritou: “ faz tempo que o senhor não vem aqui, Seu Luiz!
Ouça os versos completo da bela toada. No primeiro vídeo, a versão original de Luiz Gonzaga. No segundo, Gilberto Gil dá um ritmo mais acelerado à canção. No último vídeo, apresento o arranjo estilizado do cantor e ator Rubi. Qual a melhor versão?
Começou o Pré-carnaval de Fortaleza. Logo, Logo, nossas pracinhas estarão lotadas de foliões. Uma ótima pedida para quem gosta da folia. Tem opção para todos os gostos. Os mais saudosistas optam pelos metais das bandinhas e suas tradicionais marchinhas carnavalescas, outros preferem o vigor das baterias.
Impressiona como cresce a animação nos últimos anos. A organização também. Destaque para o Grêmio Recreativo e Bloco Carnavalesco Unidos da Cachorra, um dos maiores da cidade, que inovou ao lançar Clipe Oficial do seu Samba Enredo. Confira.
Quem não se lembra das músicas "Sassaricando", "Lata d'água"...na cabeça, lá vai Maria, lá vai Maria, sobe o morro e não se cansa, "Mulher de Trinta"... voce, mulher, que já sofreu ..., "Poema do Adeus" e "Poema das Mãos" na voz de Miltinho", Barracão" ... de zinco, tradição do meu país ..., "Eu bebo sim" ... e estou vivendo, tem gente que não bebe e está morrendo, eu bebo sim?
Todas essas preciosidades e muitas outras que você certamente já cantou um dia têm em comum o autor. Antonio de Pádua Vieira da Costa, codinome Luís Antonio era conhecido nas rodas de boemia do Rio de Janeiro como Coronel. O apelido vem da sua formação militar - o compositor era oficial do exército, ex-pracinha da FEB na Itália e chegou a compor o Hino da AMAN - Academia Militar de Agulhas Negras.
Luís nasceu em 16 de abril de 1921, no Rio de janeiro e faleceu na mesma cidade, aos 75 anos, no dia 1º de dezembro de 1996. Suas músicas foram gravadas por artistas de peso, como: Dick Farney, Claudete Soares, Marlene, Elizeth Cardoso, Ademilde Fonseca, Dóris Monteiro, Cauby Peixoto, Maysa, Miltinho, Elza Soares, Linda Batista e até o Palhaço Carequinha, que gravou "O Engraxate".
Seu último sucesso foi “Eu Bebo sim” um samba bem humorado que estourou na década de setenta na voz de Elizeth Cardoso.
Como tantos outros grandes artistas, seu nome anda esquecido e poucos sabem, ao ouvir as músicas citadas no início desse post, quem é o autor da obra.
Como aconselhou meu amigo Carlos Anselmo, a quem agradeço a dica, deixe a cerveja gelar e se delicie com os sucessos do grande compositor na Radinha (aqui). Também separei alguns vídeos antigos com sucessos do artista.Vale a pena conferir.
Barracão (com Simone e Elizeth Cardoso, vídeo do início dos anos setenta)
Poema do Adeus (com Miltinho)
Lata D'água (com Marlene em cena do filme "Tudo Azul", anos 1950)
“Eu e o Rio” (com Clara Nunes ao vivo na Rádio Bandeirantes de S.Paulo 1973)
“Eu Bebo Sim” (com Elizeth Cardoso)
Fontes: Blog do Alê - http://www.aleporto.com.br/
http://www.radinha.com.br/luisantonio/ Carlos Anselmo Silva