
Da série, Belos Poemas Que Viraram Músicas, destaco hoje, Azulão, um curto e singelo poema de Manuel Bandeira, musicado três vezes - fato comum na obra do escritor. A versão mais famosa é a do pianista Jayme Ovalle (Jayme Rojas de Aragón y Ovalle), as demais foram compostas por Radamés Gnattali e Camargo Guarnieri.
Comento: Ovalle era amigo íntimo de Manuel Bandeira e musicou, além da obra em questão, outros poemas do poeta, como: Modinha e Berimbau. Dono de um temperamento boêmio e grande capacidade criativa, o pianista também desfrutava da amizade de figuras proeminentes da cultura brasileira como: Gilberto Freyre, Fernando Sabino,Vilas-Lobos, Sérgio Buarque de Holanda, Di Cavalcantie e Carlos Drumond de Andrade.
Ovalle
Estavas bem mudado
Como se tivesses posto aquelas barbas brancas
Para entrar com maior decôro a Eternidade.
Nada de nós te interesava agora
Calavas sereno e grave
Como no fundo foste sempre
Sob as fantasias verbais enormes
Que faziam teus amigos rir e
Punham bondade no coração dos maus.
O padre orava:
- “O côro dos anjos te receba…”
Pensei comigo:
Cantando Estrela brilhante
Lá do alto mar!…
Levamos-te cansado ao teu último endereço
Vi com prazer
Que um dia afinal seremos vizinhos
Conversaremos longamente
De sepultura a sepultura
No silêncio das madrugadas
Quando o orvalho pingar sem ruído
E o luar for uma coisa só.
Em 1980, o escritor Otto Lara Resende escreveu:"Quem um dia vai refazer os passos de Jayme Ovalle e identificar as numerosas marcas e impressões digitais que deixou neste mundo, no Rio, em Nova York, em Londres?" O escritor Humberto Werneck , parece ter aceitado o desafio de Lara Resende e, em 2008, lançou o livro "O Santo Sujo - A vida de Jayme Ovalle," edição da Cosac Naify, uma respeitável obra sobre a vida do compositor Jayme Ovalle.
Comento: Ovalle era amigo íntimo de Manuel Bandeira e musicou, além da obra em questão, outros poemas do poeta, como: Modinha e Berimbau. Dono de um temperamento boêmio e grande capacidade criativa, o pianista também desfrutava da amizade de figuras proeminentes da cultura brasileira como: Gilberto Freyre, Fernando Sabino,Vilas-Lobos, Sérgio Buarque de Holanda, Di Cavalcantie e Carlos Drumond de Andrade.
Ma
nuel bandeira, por sua vez, gostava muito de música, tanto erudita quanto popular, tocava um violão sem muitas pretensões e segundo o livro "Vida Musical", de Vasco Mariz, é um dos poetas mais preferidos dos músicos do Brasil, com pelo menos 48 poemas musicados 72 vezes, estes dados são de 1997, portanto, o número deve ser bem maior.
A reconhecida atração dos compositores pela obra de Manuel Bandeira chamou atenção até da academia: José Francisco da Gama e Silva Júnior em sua tese de doutorado “O processo da criação e da composição poética” a respeito da musicalidade dos versos de Manuel Bandeira, cita o seguinte comentário de Andrade Muricy:
“Os músicos sentem que poderão inserir a sua musicalidade – de música propriamente dita – naquela musicalidade subentendida por vezes inexpressa ou simplesmente indicada. Percebem que a sua colaboração não irá constituir uma superestrutura, mas que se fundirá com a obra poética intimamente: o poema e o seu análogo tonal se encaixam em perpétua aliança, como em Azulão”
O gosto do poeta Manuel Bandeira por música o levou a ter parceiros de peso, dentre eles: Villa-lobos e Radamés Gnattali. Algumas vezes, Bandeira fez letra especialmente para músicas, é o caso de "Portugal, meu Avozinho” feita para um Samba de Ari barroso. Vasco Mariz afirma, ainda, em seu livro, que os versos de Azulão foram feitos posteriormente à música de Jayme Ovalle.
Jayme Ovalle faleceu em 1955, em sua homenagem, Bandeira escreveu o poema "Ovalle", não só uma despedida, mas uma comovente afirmação de amizade.
nuel bandeira, por sua vez, gostava muito de música, tanto erudita quanto popular, tocava um violão sem muitas pretensões e segundo o livro "Vida Musical", de Vasco Mariz, é um dos poetas mais preferidos dos músicos do Brasil, com pelo menos 48 poemas musicados 72 vezes, estes dados são de 1997, portanto, o número deve ser bem maior.A reconhecida atração dos compositores pela obra de Manuel Bandeira chamou atenção até da academia: José Francisco da Gama e Silva Júnior em sua tese de doutorado “O processo da criação e da composição poética” a respeito da musicalidade dos versos de Manuel Bandeira, cita o seguinte comentário de Andrade Muricy:
“Os músicos sentem que poderão inserir a sua musicalidade – de música propriamente dita – naquela musicalidade subentendida por vezes inexpressa ou simplesmente indicada. Percebem que a sua colaboração não irá constituir uma superestrutura, mas que se fundirá com a obra poética intimamente: o poema e o seu análogo tonal se encaixam em perpétua aliança, como em Azulão”
O gosto do poeta Manuel Bandeira por música o levou a ter parceiros de peso, dentre eles: Villa-lobos e Radamés Gnattali. Algumas vezes, Bandeira fez letra especialmente para músicas, é o caso de "Portugal, meu Avozinho” feita para um Samba de Ari barroso. Vasco Mariz afirma, ainda, em seu livro, que os versos de Azulão foram feitos posteriormente à música de Jayme Ovalle.
Jayme Ovalle faleceu em 1955, em sua homenagem, Bandeira escreveu o poema "Ovalle", não só uma despedida, mas uma comovente afirmação de amizade.
Ovalle
Estavas bem mudado
Como se tivesses posto aquelas barbas brancas
Para entrar com maior decôro a Eternidade.
Nada de nós te interesava agora
Calavas sereno e grave
Como no fundo foste sempre
Sob as fantasias verbais enormes
Que faziam teus amigos rir e
Punham bondade no coração dos maus.
O padre orava:
- “O côro dos anjos te receba…”
Pensei comigo:
Cantando Estrela brilhante
Lá do alto mar!…
Levamos-te cansado ao teu último endereço
Vi com prazer
Que um dia afinal seremos vizinhos
Conversaremos longamente
De sepultura a sepultura
No silêncio das madrugadas
Quando o orvalho pingar sem ruído
E o luar for uma coisa só.
Em 1980, o escritor Otto Lara Resende escreveu:"Quem um dia vai refazer os passos de Jayme Ovalle e identificar as numerosas marcas e impressões digitais que deixou neste mundo, no Rio, em Nova York, em Londres?" O escritor Humberto Werneck , parece ter aceitado o desafio de Lara Resende e, em 2008, lançou o livro "O Santo Sujo - A vida de Jayme Ovalle," edição da Cosac Naify, uma respeitável obra sobre a vida do compositor Jayme Ovalle.
ela num canta ela grita
ResponderExcluirkkkkkkkk
putz !
a criatura é uma droga é igual a xuxa só é cantora pq é bonita !
elas deviam si esforçar pra ser igual a esses cantores ai:de ivete sangalo,restart,luan santana,nx zero,fresno,strike,hevo 84 i cine
coisas assim
aff'