domingo, 1 de agosto de 2010

As absurdas propagandas de cigarro.

Propagandas desinteressantes.

Há alguns dias, ouvi uma propaganda, em uma rádio local, que me chamou a atenção: tratava-se de uma campanha institucional contra o consumo de cigarros contrabandeados. A campanha alertava para os males que a compra de fumo pirata causava para a economia do país e os riscos para a saúde. 

O que me causou estranheza não foi a obvia menção aos riscos causados pelo cigarro, mas sim o autor da peça publicitária: uma famosa corporação que domina o mercado de cigarro no Brasil. 

Travestida de paladino da saúde, a empresa bradava contra a pirataria e alertava sobre os riscos à saúde que o consumo de cigarros ilegais proporcionava. Esqueceu, comodamente, de falar que o cigarro legalizado também causa estragos.

Na verdade, fica claro, a preocupação está nas perdas financeiras que a pirataria proporciona à atividade fumageira. Anualmente, fortunas deixam de ser arrecadadas pelos fabricantes. A arrecadação de impostos também é seriamente atingida com o comércio ilegal. 

O interessante, nisto tudo, e não custa lembrar, é que propagandas de cigarro são proibidas no Brasil e, ao que parece, a empresa encontrou uma brecha para divulgar seus produtos mesmo que de forma velada, na forma de campanha institucional.

O fato me remeteu aos anos setenta e oitenta, período da minha juventude, onde tive os primeiros contatos com o cigarro. Abro um parêntesis para confessar que fumei durante trinta anos. Estou livre do vício idiota há pelo menos seis anos, mas confesso: ainda tenho certa vontade de fumar, portanto, sei, na pele, o mau e a dependência que o tabaco me provocou. 

Na minha época de juventude, as indústrias de fumo faziam propagandas de cigarro de forma absurda. É certo, todos sabíamos o mal que fazia o fumo, mas convenhamos: os comerciais colaboravam muito na cooptação de jovens para o terrível hábito de fumar.

Lembro-me bem. As propagandas do cigarro da marca Hollywood, por exemplo, eram absurdamente contraditórias e subliminares. A mensagem que se procurava transmitir era, paradoxalmente, a da vitalidade e jovialidade, por meio da associação da imagem de belos atores e atrizes - todos com aparências extremamente saudáveis - com a prática de esportes radicais. Um detalhe: como uma espécie de elo entre eles, quem? Sempre a presença do “fiel companheiro” de aventuras radicais: o tabaco. 

O fundo musical das propagandas do cigarro também era um componente importante na armadilha preparada para os futuros dependentes. Eram músicas joviais, alegres, modernas e identificadas com o momento. Esta alusão, embora absurda no mundo real, ajudavam a garantir, por meio da mensagem subliminar, a associação desta imagem de juventude e vigor física ao reconhecidamente pernicioso cigarro.

E aí, garotos de 14, 15 anos viravam presas fáceis e clientes por anos - no meu caso, 30. 

Ps: Apresento o vídeo abaixo apenas como forma de constatação do argumento aqui traçado, portanto, diga não à propaganda de cigarro. Mesmo que seja feita de forma velada.

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Um comentário:

  1. Eu fumei por muitos anos, muitos maços de cigarros por dia. Faz dez anos ou mais que deixei esse hábito nefasto, com a ajuda da Actio Laser - para mim, a verdadeira mão de Deus. O site deles é www.actionlaser.com.br e têm representantes em vários estados, como verão na referida página. É um método canadense, criado por uma médica, e é claro que não tem propaganda... a máfia não deixa!

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