sexta-feira, 2 de março de 2012

Patápio Silva. Um mito da flauta.


“Patápio significa a imagem perfeita de um herói, admirado, seguido, respeitado e idolatrado por mim e pela grande maioria dos flautistas brasileiros"
 (Altamiro Carrilho). 

Com efeito, Altamiro Carrilho fala do alto da sua competência como grande flautista. É verdade, em qualquer relação de grandes nomes da flauta no Brasil, o do itaocarense Patápio Silva (1880-1907), com certeza, estará presente. Apesar de ter falecido precocemente, com apenas 27 anos, é considerado um mito da música nacional e, em conjunto com Baiano e Cadete, um dos pioneiros na gravação de fonogramas no Brasil. 

Sua curta trajetória musical começou cedo. Em 1901 já era aluno Instituto Nacional de Música, onde concluiu com louvor o curso de flauta em tempo recorde - apenas dois anos, quando o normal era seis anos. Sua discografia, apesar de reduzida – são apenas 15 fonogramas, editados pela lendária Casas Edison do Brasil, do também lendário Frederico Figner – está entre as mais consagradas da época, sendo considerada uma referência para musicólogos e pesquisadores da MPB .São obras de rara beleza e, para os flautistas, de considerável dificuldade de execução, como: “Sernata D’Amore”, “Zinha”, "Primeiro Amor”, dentre outras.

A morte prematura do compositor, ocorrida em Florianópolis, onde fazia um concerto visando obter recursos para estudar na Europa, é atribuída a uma difteria, mas há especulações fantasiosas e jamais confirmadas, de que o músico foi vítima de um crime passional, envenenado a mando de um político enciumado. 

Ouça “Primeiro Amor” uma das suas composições mais conhecidas, a valsa, por sinal, chegou a ser tema da abertura da novela “Nina” apresentada em 1997 pela  TV Globo. Também aprecie a polca “Só para moer”, de Viriato Figueira da Silva, gravada em 1904. Dois belos exemplos do virtuosismo do jovem flautista dos  tempos das gravações mecânicas.



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