sábado, 31 de julho de 2010

Deixa Falar – Ismael Silva e a Primeira Escola de Samba.

Curiosidades da Música Popular Brasileira.

A primeira escola de Samba do Brasil, na verdade um bloco, foi a “Deixa Falar”, criada em 1928, por um grupo de notáveis sambistas do bairro do Estácio, dentre eles se destacava "O Grande Ismael Silva".

A criação do termo “Escola de Samba” sempre foi reivindicada por Ismael Silva. Alguns pesquisadores contestam a afirmação explícita de Ismael, mas o certo é que o sambista teve participação fundamental na fundação da primeira escola, em conjunto com outros brilhantes sambistas do bairro do Estácio de Sá, dentre eles se destacam: Alcebíades Maia Barcelos, conhecido como Bide, compositor do clássico “Agora é Cinza” e responsável por levar o Surdo e o Tamborim para a escola; Aurélio Gomes, a quem é atribuída a autoria de “Arrasta a Sandália”, em parceria com Baiaco; Nilton Bastos, Mano Rubens, Armando Marçal, maior parceiro de Bide e pai de Mestre Marçal; Brancura; Bucy Moreira, Mano Edgar, dentre outros.

Comento: A justificativa para o termo escola de samba originou-se da existência de uma Escola Normal no bairro e divergências com setores mais adeptos do samba tradicional da época. 

Ismael conta que o grupo havia mudado e modernizado o ritmo do samba e a forma de desfilar e, nas discussões com outras comunidades do samba, o grupo de Bambas da Estácio, como ficou conhecida esta turma de mestres do samba, aproveitava a existência da escola Normal para fazer um paralelo e debochando diziam: "Deixa falar... a escola do samba é aqui, porque daqui saí os professores do samba. Coisas deste tipo", confessava, entre risos, Ismael Silva.

O fato é que os Bambas do Estácio foram os responsáveis pela grande reformulação do samba e Ismael era um dos seus líderes. Saía o samba amaxixado, entrava um novo ritmo, mais vigoroso e animado. 

Sobre aquela época, o historiador Jairo Severiano lembra um depoimento de Ismael a Sérgio Cabral, publicado no livro “As escolas de Samba do Rio de Janeiro”: “O samba era assim: Tan tantan Tan Tantan. Não dava [...] Aí, a gente começou a fazer um samba assim: bum bum paticubum prugurundum...” 

O sambista confessou ainda que, embora fundador da “Deixa Falar”, seus sambas não eram cantados na escola. O motivo: ele já era profissional e a escola não cantava sambas gravados. Há quem diga que a verdadeira causa era uma espécie de sociedade que o sambista havia feito com Francisco Alves, onde o cantor das multidões se comprometia a pagar certa quantia e gravar as músicas do sambista e, em contrapartida, o compositor de “Antonico” cederia a parceria e daria exclusividade das músicas para Chico Viola. 

O compositor de “Nem é bom falar”, havia aceitado o acordo comercial, mediante a condição de Incluir também na parceria, seu velho amigo, o sambista Nilton Bastos, grande companheiro das rodas de samba do bar Apolo, bar do Compadre e outros botecos do Estácio, onde os sambistas se reuniam. 

Há quem diga que Nilton Bastos é o único compositor do sucesso “Se você jurar”, embora conste oficialmente a parceria com Ismael Silva. Os dois haviam feito um acordo de dividirem autoria em todas as músicas, mesmo que os sambas fosse compostos individualmente. Algo parecido com o que fizeram Roberto Carlos e Erasmo Carlos. Nilton morreria pouco tempo depois, em setembro de 1931.

A parceria comercial Ismael-Chico Alves durou sete anos e rendeu em torno de sessenta músicas gravadas. A sociedade foi encerrada devido à insatisfação de Ismael em ter seus sambas como exclusividade de Chico Alves e, possivelmente, divergências financeiras. 

Ismael morreu pobre, aos 72 anos, em 14 de março de 1978. Uma vida longa, comparada aos seus colegas da Estácio: a exceção de Bide, os componentes do principal núcleo dos Bambas do Estácio, responsáveis pela reformulação do samba, morreram jovens: Nilton Bastos aos 32 anos, vítima de tuberculose, Mano Edgar aos 31 anos, assassinado em uma mesa de jogo, Brancura, enlouqueceu e faleceu aos 27 anos. 

A escola Deixa Falar não durou muito. De acordo com  o historiador Jairo Severiano, em seu Livro “Uma história da música popular brasileira – Das origens à modernidade”, Editora 34, a última notícia que se tem da escola foi publicada no jornal Diário Carioca, edição de 29 de março de 1933: 

“De ordem do Sr. Presidente da Junta Governativa, participo a todos os componentes dos extintos Deixa Falar e União das Cores que, devido à fusão de ambos, nasceu o bloco carnavalesco União da Estácio de Sá”.  

A nota era assinada por Júlio Santos, secretário do novo bloco, tocador de cavaquinho e primeiro mestre-sala da extinta “Deixa Falar".
 

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Frase do Dia.Jorge Luis Borges

"São poucos os políticos que sabem fazer política. Mas, quando um intelectual tenta entrar nesse meio, então é o fim do mundo."
(Jorge Luis Borges)
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

A Bossa Nova para Moreira da Silva.

Curiosidades da Música Popular Brasileira.

A Bossa Nova, responsável por uma verdadeira revolução na Música Popular Brasileira, não era uma unanimidade entre os músicos da época. O grande Moreira da Silva, Rei do Samba de Breque, por exemplo, não gostava muito.

Quem conta é o músico Carlinhos Lyra, um dos criadores do ritmo revolucionário que ganhou o mundo, em uma entrevista ao programa de entrevistas Roda Viva. Ele confidenciou, entre risadas, que Moreira (1902-2000), sem perder o humor, certa vez declarou:

”Eu não gosto de Bossa Nova, parece uma goteira: toque, toque”.

Moreira gostava mesmo era do samba sincopado, daquela malandragem bem-humorada do samba de breque, que até hoje agrada a todas as gerações. Com certeza, o sambista jamais se acostumaria com o “toque, toque” sofisticado da Bossa Nova.

Ouça uma obra prima de Kid Morengueira: O clássico do samba de breque, "Na subida do Morro", composição de 1952, do próprio sambista, em parceria com Ribeiro Cunha.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Jessier Quirino – Mais um show no BNB de Fortaleza.

O grande poeta Jessier Quirino retorna amanhã, 31 de julho de 2010, ao palco do BNB clube de Fortaleza. O paraibano, um dos respeitados mestre do improviso do Brasil, já é um velho conhecido dos cearenses que sempre lotam as casas de shows onde ele se apresenta.

Jessier é natural da minha querida Campina Grande, no show, aproveitará para apresentar seu novo livro "Berro D'água". A noite será aberta pelo cantor e compositor cearense Fernando Rosa, a partir das 21:00hrs.

A evento deste sábado, com certeza, será uma ótima oportunidade para ouvir poesias matutas de qualidade e músicas com temas nordestinos.A programação, portanto, é imperdível.Já comprei meu ingresso!


Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

domingo, 25 de julho de 2010

Frase do Dia. Immanuel Kant

"A moral, propriamente dita, não é a doutrina que nos ensina como sermos felizes, mas como devemos tornar-nos dignos da felicidade."

(Immanuel Kant)
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

domingo, 18 de julho de 2010

Frase do Dia. William Shakespeare.

"Em nossas loucas ilusões, renunciamos ao que posssuímos pelo que esperamos possuir"

(William Shakespeare)
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Reminiscências. Minha música brega preferida.

Na década de setenta, ainda garoto, liguei para um destes concursos de perguntas, tão comuns em programas de rádio. Acho, não tenho certeza, que era a Rádio Tabajara de João Pessoa, cidade onde passei parte da minha infância e adolescência.

A pergunta era ridícula e não foi difícil responder: em que data se comemorava o Dia do Soldado? Ora, em tempo de ditadura a data era mais do que lembrada pelos donos do poder, nas propagandas oficiais e aulas de "Educação Moral e Cívica" , portanto, qualquer estudante do ensino fundamental - na época era chamado de primário - sabia de cor o Dia do Soldado. Sem contar que o dia, em que liguei para o programa, era o próprio Dia do Soldado, data de nascimento de Duque de Caxias, 25 de agosto.

Feliz da vida e ansioso, peguei o ônibus Tambaú-Centro e fui receber o prêmio na sede da rádio. Que decepção! O prêmio, na verdade dois, não era exatamente o que eu esperava: no envelope, que abri esperançoso, estava uma entrada para uma festa, em um clube distante e mal afamado da cidade e um compacto simples, de um cantor que na época classificávamos como brega.

Deixando de lado as gozações dos amigos, passei a ouvir o disco, afinal, era fruto de uma conquista. Cheguei até a decorar a letra extensa da música. Confesso que, à época, tratava o estilo brega de forma preconceituosa, mas terminei gostando da simplicidade da música e a incorporei ao meu repertório de violão, os amigos, entre risinhos de cumplicidade, acompanhavam o refrão final.

Não sei por que me lembrei daquele episódio tão distante. Fucei no YouTube e não é que encontrei um vídeo com a música!

A canção é “Quarto de Mansão”, do cantor Paula de Paula. O vídeo foi feito em cima de uma montagem da Minissérie “Presença de Anita”, um grande sucesso da Rede Globo, que parece ter sido feita como uma luva para a música. 

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

terça-feira, 13 de julho de 2010

Frase do Dia. Raquel de Queiroz

"[...] tento, com a maior insistência, embora com tão precário resultado (como se tornou evidente), incorporar a linguagem que falo e escuto no meu ambiente nativo à língua com que ganho a vida nas folhas impressas.  Não que o faça por novidade, apenas por necessidade.

Meu parente José de Alencar quase um século atrás vivia brigando por isso e fez escola."

(Raquel de Queiroz)
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

O Adeus ao som transparente de Paulo Moura.

Ainda criança, virei um fã do estilo do clarinetista e saxofonista Paulo Moura, um dos maiores músicos do país. Sua interpretação era diferente, me chamava à atenção pela vitalidade. Um estilo de interpretação marcado pela qualidade e refinamento de um som tão transparente quanto seu belo clarinete, fato que o levou a ser um dos mais requisitados e respeitados artistas do país.

Lamentavelmente, o grande instrumentista nos deixou ontem, 12 de julho de 2010, aos 77 anos, vítima de câncer. O Ministro da Cultura do Brasil, Juca Ferreira, também um admirador do músico, traduziu, em nota oficial, o sentimento de pesar de todos os admiradores da música de qualidade.

"Sinto profundamente a morte de Paulo Moura.

Era um instrumentista e solista primoroso, além de compositor, arranjador e regente, conhecido e admirado no mundo todo. E ainda repartia toda essa sua criatividade com uma constelação de nomes de igual naipe, como Elis Regina, Milton Nascimento, Ella Fitzgerald, Nat King Cole e tantos outros.

A perda de Paulo é tanto mais pungente porque ele era uma figura humana singular. Por tudo isso, foi com admiração que em 2008 chancelei seu nome para a Ordem do Mérito, a mais alta condecoração no campo cultural.

Por isso, envio aos familiares, amigos, músicos e a todos os amantes da música refinada um abraço de conforto.

Juca Ferreira
Ministro de Estado da Cultura"

Os vídeos apresentam uma pequena amostra do quanto o solista era respeitado pelos artistas do Brasil. 





Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Belos Poemas Que Viraram Músicas – Fanatismo.

Da série “Belos Poemas Que Viraram Música” o destaque de hoje é Fanatismo, soneto da poetisa portuguesa Florbela Espanca. O poema foi musicado por Fagner e gravado no disco Traduzir-se de 1981.

Fanatismo é um soneto (dois quartetos e dois tercetos) publicado pela primeira vez no “Livro de Sóror Saudade”, uma coletânea de 36 sonetos, editado em janeiro de 1923, cuja primeira edição de 200 livros esgotou-se rapidamente.

 O poema foge, um pouco, dos argumentos melancólicos da maioria das suas poesias, embora também se perceba componentes de dor e sofrimento. Desta vez, a poetisa optou por escancarar todo o seu amor e lirismo.

A paixão, nesta poesia, é levada ao extremo ("[...] Podem voar mundos, morrer astros, Que tu és como Deus: princípio e fim”), justificando, plenamente, o título. O amor de Florbela, em fanatismo é arrebatador. É tratado de forma hiperbólica, possessiva e, ao mesmo tempo, submissa, resultado, talvez, da eterna procura de um amado (“[...] a mesma história tantas vezes lida [...]”). 

Desde jovem, Florbela já dava sinais de onde iria buscar suas inspirações: as coisas da alma e seus conflitos internos, decorrência de uma vida marcada por desilusões, decepções e tragédias pessoais, temas que foram transportados de forma comovente para suas obras. Sua mãe, Mariana Toscana, não podia ter filhos. Florbela e Apeles, seu irmão mais novo, embora criados por Mariana Toscana, são frutos do relacionamento extraconjugal do pai, João Maria Espanca, com Antônia da Conceição Lobo. 

Florbela de Alma Conceição Espanca, (1894-1930), nasceu em Vila Viçosa e faleceu tragicamente em Matosinhos - Portugal: cometeu suicídio ainda jovem, no dia do seu aniversário, 8 de dezembro. A trajetória da, talvez, maior sonetista de Portugal não foi comum: sua mãe de criação morreu jovem aos 29 anos. O irmão querido, Apeles, faleceu em um trágico desastre de avião. A curta vida da escritora, ainda foi marcada por vários casamentos desfeitos. 

Tantos acontecimentos em tão pouco tempo de vida, aliado a um estilo literário único e comportamento não usual para a época, transformaram a poetisa portuguesa em um verdadeiro mito, chegando a se tornar símbolo de movimentos feministas. 

Na verdade, Florbela era poetisa de extremada sensibilidade, jovem triste que falava da dor e do amor sem economia na criatividade dos versos. Ser poeta, para Florbela, “é ser mais alto, é ser maior dos que os homens...” como ela deixa claro no soneto “Ser Poeta”.

Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e Além Dor!

É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!

E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!

Já o autor da música, o cantor e compositor Fagner, é um mestre em musicar poemas. A grande maioria das belas poesias musicadas pelo cearense se tornou grande sucesso. Já passaram pelo seu violão, por exemplo, poemas da lavra de Cecília Meireles, Patativa do Assaré, Ferreira Gullar, dentre outros grandes nomes. Um dos Posts desta série, por sinal, remete a outra poesia musicada por Fagner: o poema “Traduzir-se” de Ferreira Gullar (acesse aqui).

Uma curiosidade: em Fanatismo, ao final da música, o compositor acrescentou trechos de Meu Querido, Meu Velho, Meu Amigo, música que Roberto Carlos fez para o pai, uma licença poética para homenagear o Rei. O disco Traduzir-se foi gravado na Espanha por sugestão de Joan Manuel Serrat. Sobre a inclusão de Fanatismo no disco o cantor declarou:

“[...] é um disco que marcou demais. Até hoje o pessoal do mundo do disco fala dele [...] foi disco de ouro, lançado no mundo inteiro. [...] Este disco tinha uma idéia fechada, onde coube o 'Fanatismo' porque, na época, eu tinha que ter uma música em português.

A gravadora não entendeu e eu sabia que 'Años' iria tocar (música em espanhol que teve a participação de Mercedes Sosa), como aconteceu. Me pediram para gravar uma música só comigo cantando em português. Foi onde conheci o trabalho da Florbela Espanca, o Fausto me deu um livro lá em Portugal na volta desta viagem da Espanha. Fiz estas músicas, cheguei aqui e gravei. Deu para acoplar ainda no disco. Mas também foi uma música feita com a influência das coisas da região, veio no clima, não se afastou muito da idéia deste disco''
. (*)
(*) trechos de entrevista publicada em Http://www.nordesteweb.com/not01_0304/ne_not_20040305d.htm

Clique no marcador "Belos poemas que viraram músicas", à direita, para ver outros post sobre poemas musicados. 

Fanatismo


Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver !
Não és sequer a razão do meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida !


Não vejo nada assim enlouquecida ...
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida !


"Tudo no mundo é frágil, tudo passa ..."
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim !


E, olhos postos em ti, digo de rastros :
"Ah ! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus : Princípio e Fim ! ..."


Livro de Soror Saudade (1923)
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

domingo, 11 de julho de 2010

As charges sobre o goleiro Bruno.

Enquanto proliferam piadas na blogosfera, a maioria de péssimo gosto, sobre o caso do goleiro Bruno, o  chargista Amarildo dá um show de competência ao abordar o assunto. Não precisa de palavras. As imagens por si sós já dizem tudo. Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

O certo é ouvir o polvo.

E a sensação da Copa foi o polvo-profeta. O molusco acertou todas as previsões de jogos da copa a que foi submetido. Desta vez cabe o trocadilho infame – A voz do polvo é a voz de Deus.

Diante dos resultados já estou decidido: na próxima Copa, em vez de ouvir as previsões furadas da grande maioria dos jornalistas esportivos, vou ouvir o Polvo... É mais confiável.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Frase do Dia. Gabriel Garcia Marquez.

"A ética não é uma condição ocasional no jornalismo, mas deve acompanhá-lo sempre, como o zumbido acompanha a abelha"

(Gabriel Garcia Marquez)
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

quarta-feira, 7 de julho de 2010

A história do Choro “Um a zero” de Pixinguinha e Benedito Lacerda.

Curiosidades da Música Popular Brasileira.

O choro “Um a zero”, de dois dos maiores mestres da música brasileira - Pixinguinha e Benedito Lacerda (foto esquerda) - foi composto em 1919, para comemorar uma vitória do Brasil sobre o Uruguai, na histórica decisão do Campeonato Sul-Americano, em 29 de maio do mesmo ano.

A partida, das mais difíceis, só foi decidida no segundo tempo da prorrogação, com um gol do lendário, Arthur Friedenreich, conhecido como "O Tigre" (foto direita). O jogo, ocorrido no Estádio das Laranjeiras, praticamente parou o Rio de Janeiro.

Há quem diga que “Um a zero” foi a primeira música brasileira dedicada ao futebol. O choro, muito tempo depois, ganharia letra, feita pelo compositor Nelson Ângelo, um velho conhecido do Clube da Esquina.

A história da famosa disputa está registrada no livro “Sul-Americano de 1919 – Quando o Brasil descobriu o futebol”, do jornalista Roberto Sander.

Ouça, no primeiro vídeo, o choro interpretado por Pixinguinha, no segundo vídeo uma apresentação do fantástico Duo Siqueira Lima e no terceiro vídeo, a versão com a letra feita pelo mineiro Nelson Ângelo, na voz da cantora Izabel Padovani.




Letra da Música
Vai começar o futebol, pois é,
Com muita garra e emoção
São onze de cá, onze de lá
E o bate-bola do meu coração
É a bola, é a bola, é a bola,
É a bola e o gol!
Numa jogada emocionante
O nosso time venceu por um a zero
E a torcida vibrou
Vamos lembrar
A velha história desse esporte
Começou na Inglaterra
E foi parar no Japão
Habilidade, tiro cruzado,
Mete a cabeça, toca de lado,
Não vale é pegar com a mão
E o mundo inteiro
Se encantou com esta arte
Equilíbrio e malícia
Sorte e azar também
Deslocamento em profundidade
Pontaria
Na hora da conclusão
Meio-de-campo organizou
E vem a zaga rebater
Bate, rebate, é de primeira
Ninguém quer tomar um gol
É coisa séria, é brincadeira
Bola vai e volta
Vem brilhando no ar
E se o juiz apita errado
É que a coisa fica feia
Coitada da sua mãe
Mesmo sendo uma santa
Cai na boca do povão
Pode ter até bolacha
Pontapé, empurrão
Só depois de uma ducha fria
É que se aperta a mão
Ou não!
Vai começar...
Aos quarenta do segundo tempo
O jogo ainda é zero a zero
Todo time quer ser campeão
Tá lá um corpo estendido no chão
São os minutos finais
Vai ter desconto
Mas, numa jogada genial
Aproveitando o lateral
Um cruzamento que veio de trás
Foi quando alguém chegou
Meteu a bola na gaveta
E comemorou Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

domingo, 4 de julho de 2010

Frase do Dia. Espinoza.

"Não rir nem chorar, mas compreender".

(Bento de Espinoza)





Estátua de Espinoza em Haia

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

sábado, 3 de julho de 2010

Futebol - Tudo como dantes no quartel d'Abrantes.

Dunga, O técnico da seleção brasileira, mesmo sem o título, entrará para a história do futebol, não pelo resultado em campo, mas pela demonstração de coragem e audácia em enfrentar a Rede Globo, o que não é tarefa das mais fáceis... Que o diga o Brizola.

Vem o outro lado da moeda: terminada a Copa para o Brasil, começa a era de retaliação a Dunga. Mesmo tendo causado temores, há muito não visto na Venus Prateada, o fato é que futebol é resultado e, sem o título, Dunga, agora, se torna alvo fácil das mensagens subliminares da mídia e alguns dos seus corporativos jornalistas. Não é a toa que a CBF já procura um técnico mais cordato.

E, no jogo do poder, tudo voltará a ser como dantes...
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Violonista Nonato Luiz lança novo CD.

Hoje estarei no lançamento do CD do grande violonista cearense, Nonato Luiz. O músico, considerado um dos melhores do país, é também muito respeitado internacionalmente.

Mestre no violão, Nonato é constantemente convidado para apresentações nos Estados Unidos e países da Europa. Em julho, por exemplo, irá participar de um dos maiores festivais de Jazz da Europa: O North Sea Jazz Festival, que será realizado na em Rotterdam, Holanda.

O Cearense de Lavras da Mangabeira já carrega no currículo quase trinta álbuns. O show desta noite, 03-07-2010, será realizado no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, em Fortaleza, Ceará, às 21:00h.




Fonte: Jornal o Povo, edição de 03-07-2010 Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Como surgiu a música “Escravo da Alegria” de Toquinho.

Curiosidades da Música Popular Brasileira

Toquinho andava feliz. Seu relacionamento com Mônica, hoje, mãe de seus dois filhos, estava no início e o cantor estava apaixonado.

Neste período, o compositor de “Regra Três” viu uma frase em um parachoque de caminhão que lhe chamou a atenção e serviu de inspiração para um grande sucesso. A mensagem dizia: “Se o amor é fantasia eu me encontro ultimamente em pleno carnaval”.

O músico ficou maravilhado com a frase e, em parceria com Mutinho, compôs “Escravo da Alegria”, um delicioso samba que se tornou sucesso no início dos anos 80 e que ele adora cantar até hoje.




Letra
Escravo da Alegria
Toquinho e Mutinho
"E eu que andava nessa escuridão
De repente foi me acontecer
Me roubou o sono e a solidão
Me mostrou o que eu temia ver
Sem pedir licença nem perdão
Veio louca pra me enlouquecer
Vou dormir querendo despertar
Pra depois de novo conviver
Com essa luz que veio me habitar
Com esse fogo que me faz arder
Me dá medo e vem me encorajar
Fatalmente me fará sofrer
Ando escravo da alegria
E hoje em dia, minha gente, isso não é normal
Se o amor é fantasia
Eu me encontro ultimamente em pleno carnaval Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...