sábado, 3 de março de 2012

A história do Hino Oficial do Estado da Bahia.


“Precisamos contar a história do Brasil como ela de fato aconteceu. O 2 de Julho é uma data importante para a independência do Brasil e precisa ser reconhecida como tal. Estou solicitando isto para a história permanecer e ser repassada corretamente.”

(Jaques Wagner, Governador da Bahia justificando a escolha do “Hino ao 2 de Julho” como Hino Oficial do Estado da Bahia).

O Hino Oficial do Estado da Bahia, composto por Ladislau dos Santos Titara (letra) e José dos Santos Barreto (música), faz referências ao 2 de julho de 1823, marco dos baianos na luta pela libertação do jugo português. Embora a Independência do Brasil já houvesse sido declarada em 7 de setembro de 1822, os baianos tiveram que continuar a luta contra tropas portuguesas resistentes comandadas pelo tenente-coronel Luiz Inácio Madeira de Melo, (1775-1833) até a completa evacuação destas, ocorrida no citado dia 2 de julho de 1823. Dessa forma, foi criado o argumento ufanista do hino que exalta importantes batalhas como a de Cabrito e Pirajá e proclama a liberdade e defesa da pátria como anseio maior do povo brasileiro “... com tiranos, não combinam brasileiros corações”.

Também conhecido como Hino ao Dois de Julho, o Hino baiano, curiosamente, só foi declarado oficial em 20 de abril de 2010, por meio da lei estadual nº 11.901, publicada no Diário Oficial do Estado de 21 de abril de 2010, sancionado pelo governador Jaques Wagner.

Comento: O professor da Universidade de Calgary, no Canadá Hendrik Kraay em um artigo intitulado “Erro Vitorioso”, publicado no site http://www.revistadehistoria.com.br (aqui) discorre sobre um fato curioso acontecido na luta baiana pela liberdade. Ladislau dos Santos Titara, o autor da letra do Hino, por sinal, participou da luta e foi testemunha do fato.

[..]} Na madrugada do dia 8 de novembro, 1.900 soldados portugueses avançaram pela Estrada das Boiadas rumo a Pirajá, e 550 marinheiros e soldados desembarcaram nas praias de Icaranha e Plataforma para atacar as posições adversárias pelo flanco. O ataque foi logo percebido e precipitou o início da batalha, que durou quase seis horas. [...] Os postos avançados brasileiros recuaram diante do primeiro ataque, e os portugueses se lançaram sobre o acampamento brasileiro. Quando percebeu a iminência do perigo, o major pernambucano José de Barros Falcão de Lacerda (1775-1851), que comandava os brasileiros, mandou tocar a retirada – havia diferentes toques para ordenar a movimentação das tropas. Mas, segundo o alferes Ladislau dos Santos Titara (1801-1861), o corneteiro Luís Lopes, natural de Portugal, deu o sinal de “avançar Cavalaria à degola”. O toque errado amedrontou os portugueses, que fugiram em disparada e foram perseguidos até as portas da cidade. Foi nesse momento que chegou a pequena Cavalaria brasileira, comandada pelo major Pedro Ribeiro de Araújo. Para ele, “aquele som foi o sopro do furacão”, e acabou incitando seus homens: “Partimos como loucos furiosos; todo o Exército obedeceu ao mesmo impulso [...]”.


Musica: José dos Santos Barreto
Letra: Ladislau dos Santos Tita
Nasce o sol a 2 de julho
Brilha mais que no primeiro
É sinal que neste dia
Até o sol é brasileiro
Nunca mais o despotismo
Regerá nossas ações
Com tiranos não combinam
Brasileiros corações
Com tiranos não combinam
Brasileiros corações
Cresce, oh! Filho de minha alma
Para a pátria defender,
O Brasil já tem jurado
Independência ou morrer.
Nunca mais o despotismo
Regerá nossas ações
Com tiranos não combinam
Brasileiros corações
Com tiranos não combinam
Brasileiros corações
Salve, oh! Rei das campinas
De Cabrito a Pirajá
Nossa pátria hoje livre
Dos tiranos não será
Nunca mais o despotismo
Regerá nossas ações
Com tiranos não combinam
Brasileiros corações
Com tiranos não combinam
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2 comentários:

  1. Gostei desse site me informou muita coisa.

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  2. Muito bom o site, é bom lembrar que muitos baianos não conhecem o hino oficial da Bahia.

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