Assistir uma apresentação de Jessier é diversão na certa, seja contando causos, piadas ou repentes, o bom humor é a tônica. O poeta tem um estilo próprio, ligado as raízes nordestinas e uma facilidade de declamar a poesia matuta de forma, às vezes satírica, às vezes romântica, sem descambar para o preconceito, ridicularização ou mesmo pieguice.
A teatralidade de Jessier nos transporta para a cena apresentada, como se a imagem recitada estivesse, de forma concreta, à nossa frente. É poema com cheiro da terra, dos candeeiros de querosene das casas das fazendas e do som do vento do sertão. É como diz o próprio poeta em uma de suas poesias matutas “Isso é cagado e cuspido, paisagem do interior”.
Perguntado como se iniciara na linguagem da poética popular, dos poemas e dos causos? O poeta respondeu bem ao seu estilo: “Pra essas coisas do lado artístico, sou eu e a torre de Pisa: sempre tive inclinação. Antes da arte da poesia nasceu a arte de declamar; era a poesia de fraldas e a declamação de calça Topeka. Desde rapazote fazia isso muito à vontade, sempre imprimindo minha marca pessoal: Ou seja, declamava com uma manteiguinha a mais. Era a arma que eu usava para me impor diante dos colegas, aliviando toneladas de timidez. Percebi minha veia poética declamando as coisas dos outros, depois passei a fazer minha própria poesia. Com a publicação dos dois primeiros livros, o Quirino foi marcando presença, feito pimenta em panelada e os convites foram aumentando. Agora, com a arquitetura já em segundo plano, faço poesia e espetáculos, mas o arquiteto observa tudo, quietinho, feito ajudante de missa."
Pois é, Jessier, a Paraíba perdeu um arquiteto e o Brasil ganhou um grande artista.
Veja o Site de Jessier Quirino aqui
Veja vídeo com a poesia vou me embora pro passado aqui
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