Yes, we can.

Realmente, foi um dia inesquecível. O mundo parou para acompanhar a posse de Barack Obama e ver o primeiro presidente negro dos Estados Unidos ser ovacionado por milhões de aliviados e esperançosos americanos. Foi como uma espécie de reverência a tudo o que esta transmissão do poder representa para a história. Poucas vezes vi tanta manifestação de alegria e entusiasmo no povo americano. Entre tantas cenas históricas, uma me chamou a atenção - o semblante tenso de um resignado e derrotado Bush, ante a postura confiante de Obama. Parecia perceber, finalmente, a sensação de já estar indo tarde.

Com efeito, oito anos de BUSH foram demais para o país, o ocaso do presidente mais impopular da história dos Estados Unidos, simbolizado pelas ridículas sapatadas do indignado jornalista iraquiano, serve de alavanca para um novo período carregado de expectativas. Não vai ser fácil para Obama - a herança deixada pelo seu antecessor é muito pesada: frente de guerra em dois países, crise econômica sem precedentes, baixa credibilidade do sistema financeiro, alta taxa de desemprego, forte crescimento do sentimento antiamericano no mundo, grave afronta aos direitos humanos, descaso com a política ambiental, etc,etc,etc. Tantos erros, no entanto, alimentaram o sentimento de esperança em uma nova ordem mundial, calcada em relações mais respeitosa por parte da mais poderosa nação do planeta.

Finalizada a festa, vamos agora aguardar os desdobramentos e torcer para que o novo presidente consiga reverter o quadro sombrio apresentado. A expectativa é grande, como ele mesmo disse em seu discurso, "é hora de se levantar e sacudir a poeira". Um bom começo é cumprir a sua plataforma de campanha. Aí sim, o povo americano poderá dizer com orgulho – sim, nós podemos.