Em 1972, a música “Papagaio do Futuro”, de Alceu Valença, havia sido selecionada para o VII Festival Internacional da Canção, da Rede Globo. Inicialmente, o cantor pernambucano iria defender a canção apenas com o velho companheiro Geraldo Azevedo. Mas, certo que a embolada tinha a cara de Jackson do Pandeiro, rumou, em companhia de Geraldinho, para Olaria, bairro onde morava o “Rei do Ritmo”.
Não foi fácil convencer Jackson a recebê-los. Só depois de muita insistência, o autor de "Sebastiana" ouviu os dois “cabeludos” cantarem a embolada e, finalmente, aceitou defender a música no Marcanãzinho, não escondeu, entretanto, o motivo da sua relutância inicial. Quem conta, de forma bem humorada, é o próprio Alceu Valença, um fã declarado do cantor de Alagoa Grande:
“Depois que eu cantei a música para ele, mostrando que era uma embolada, aí ele falou para o irmão: ‘Olha, Cícero! Esse pessoal é cabeludo, mas não é caba safado não! ’“.
A partir daquele momento, os “dois cabeludos” passaram a frequentar, costumeiramente, a casa do “Mestre” para - em improvisadas cantorias, regadas a goles de cachaça e tira gosto de caldo mocotó - receberem, com certeza, as influências rítmicas que acompanhariam as suas vitoriosas carreiras.
Fonte de consulta:
MOURA, Fernando, VICENTE, Antonio; Jackson do Pandeiro – O Rei do Ritmo, Editora 34.
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