domingo, 25 de setembro de 2011

Frase do Dia. Albert Einstein

"O destino da humanidade repousa essencialmente e mais do que nunca sobre as forças morais do homem. Se quisermos uma vida livre e feliz, será absolutamente necessário haver renúncia e restrição. Desarmamento e segurança só se conquistam juntos."

(Albert Einstein)
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Soneto a Quatro Mãos.Paulo Mendes Campos e Vinícius de Moraes


          






Soneto a Quatro Mãos
 
Paulo Mendes Campos
e Vinícius de Moraes

Tudo de amor que existe em mim foi dado.
Tudo que fala em mim de amor foi dito.
Do nada em mim o amor fez o infinito
Que por muito tornou-me escravizado.

Tão pródigo de amor fiquei coitado
Tão fácil para amar fiquei proscrito.
Cada voto que fiz ergueu-se em grito
Contra o meu próprio dar demasiado.

Tenho dado de amor mais que coubesse
Nesse meu pobre coração humano
Desse eterno amor meu antes não desse.

Pois se por tanto dar me fiz engano
Melhor fora que desse e recebesse
Para viver da vida o amor sem dano.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Tico Tico no Fubá a quatro mãos. Qual a Melhor Versão?

Há algum tempo postei um vídeo onde o "Duo Siqueira" tocava o clássico “Tico Tico no Fubá”, de Zequinha de Abreu. Até aí nada demais. Muita gente toca com maestria a famosa música. Ocorre que a dupla toca a quatro mãos, em um mesmo violão. O desempenho da dupla brasileira, por inédito e brilhante, estourou na internet. Pois bem. Meu velho amigo Carlos Anselmo, que sempre envia ótimas colaborações para o blog, me alertou para um vídeo bem interessante. Um quarteto russo resolveu inovar mais ainda e, desta vez, executa o choro a oito mãos, em dois violões. O resultado é muito bom. Fica aqui o desafio para decidir: qual a melhor versão? Escolha a sua.


Comento: uma curiosidade sobre "Tico Tico no Fubá": comenta-se que a música foi apresentada pela primeira vez em um baile da cidade de Santa Rita do Passa Quatro, em 1917. A canção, ainda sem nome, teria causado rebuliço no salão, o que levou a um comentário de um dos participantes: “até parece Tico Tico no Farelo”. Foi o mote para o título inicial da composição: “Tico-Tico no Farelo”. O nome atual, “Tico Tico no Fubá”, só surgiria em 1931. O motivo: descobriram que já existia outra canção com o mesmo título, de autoria do violonista Canhoto.


Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

domingo, 18 de setembro de 2011

Versões”My Way”. Andrea Bocelli.

Mais uma versão de “My Way”, uma das canções mais regravadas da história da música contemporânea internacional. O renomado tenor italiano Andrea Bocelli foi mais um que deixou sua marca como intérprete da música eternizada por Frank Sinatra . Uma bela e comportada interpretação. Pela simplicidade, ficou bonito. 
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

domingo, 4 de setembro de 2011

Frase do Dia. Thomas Jefferson.

"Se os homens são puros , as leis são desnecessárias; se os homens são corruptos, as leis são inúteis"

(Thomas Jefferson)
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Como nasceu a música "Ingazeiras", de Ednardo.

No início dos anos setenta, o falecido jornalista Júlio Lerner (foto), lançou um programa, na TV Cultura, que desafiava a criatividade tempestiva dos compositores. O programa, inicialmente, teria a participação do MPB4 que, ao conhecer o roteiro desafiador do programa, não aceitou o convite. O respeitado jornalista procurou, então, o compositor Belchior, que convidou o “Pessoal do Ceará”, como era denominado um grupo de cearenses que viria a fazer história na MPB, dentre eles Ednardo, Rodger Rogério e Jorge Melo - Fagner estava gravando um disco e não participou.

O programa, denominado “Propostas”, em síntese, tinha como base uma conversa prévia dos compositores com uma personalidade brasileira ilustre. No dia seguinte, o convidado era entrevistado pelo jornalista e, de acordo com as respostas, o apresentador desafiava os músicos a comporem uma música relacionada às declarações do entrevistado. Um detalhe: os compositores tinham de dois a quatro dias para concluírem o trabalho. Dessa forma, nasceram algumas músicas do “Pessoal do Ceará”. Uma delas foi “Ingazeiras” de Ednardo. O compositor cearense declarou, no ótimo livro “No Tom da Canção Cearense – Do rádio e tv, dos lares e bares na era dos festivais (1963 - 1979), do pesquisador Wagner Castro, que a música foi inspirada em uma resposta do Aldemir Martins. O artista plástico (foto à direita), cearense do Cariri, teria declarado “eu nasci lá nas ingazeiras (...) eu sou uma pessoa muito atirada, fui criada na verdade no oco do mundo”. O mote caiu como uma luva para Ednardo, então em busca do sucesso no difícil mercado do sul do país. 

Talvez a própria identificação do compositor cearense com o tema o tenha inspirado a compor, em tão pouco tempo, uma das suas mais belas obras.Ouça a música.



Letra:


Ingazeiras Ednardo

Nasci pela Ingazeiras
Criado no ôco do mundo
Meus sonhos descendo ladeiras
Varando cancelas
Abrindo porteiras
Sem ter o espanto da morte
Nem do ronco do trovão
O sul, a sorte, a estrada me seduz
É ouro, é pó, é ouro em pó que reluz
É ouro em pó, é ouro em pó
É ouro em pó que reluz
O sul, a sorte, a estrada me seduz Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Frase do Dia. Manuel Bandeira.

"[...] Não adianta apreender o futuro. Vivemos anos apreendendo um perigo imaginário que não acontece; somos surpreendidos por uma desgraça em que jamais havíamos pensado. A sabedoria está em pôr o coração à larga e entregar a alma a Deus [...]"

(Manuel Bandeira)

Extraído da crônica "Momentos inesquecíveis", publicado no "O globlo", em 1957.No texto, o poeta fala da juventude, quando tinha tuberculose,  e do terror que tinha em morrer sem a mão do seu pai, em um local distante. O poeta, após entender a lição acima, perdeu o medo e viajou para a Suiça. Complementa. "[...] Não morri lá. Não morrerei com a mão do meu pai. Ele é que morreu com a sua mão na minha. Eis o momento mais inesquecível."

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Oh, Saudade da Paraíba. Terra do verdadeiro forró "Pé de Serra".


Recebi a dica do meu amigo Carlos Anselmo. As meninas do Clã Brasil dão um show ao interpretar “Sebastiana”, do grande Rosil Cavalcanti. Lembraram meus bons tempos de estudante, em Campina Grande. Lá, no  final dos anos setenta, dancei muito forró com cheiro de lenha queimada, no frio gostoso da Serra da Borborema. São João simples, descalço, animado, mas  sem os exageros e luxo de hoje. Forró agarradinho... até o dia raiar. Oh, saudade!

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

domingo, 28 de agosto de 2011

Frase do dia. Oscar Wilde.

"A Sinceridade é perigosa quando relativa, e catastrófica quando absoluta"

(Oscar Wilde)

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Como foi criado o choro "Lamentos", de Pixinguinha.


Na década de 1920, o pioneiro grupo de choro “Oito Batutas”, acabara de retornar de uma temporada na França, convidado pelo bailarino Duque. O grupo era formado por grandes nomes da música, dentre eles, Donga e o lendário Pixinguinha, que naquele tempo tinha a flauta como seu principal instrumento. O sucesso na França levou o jornalista Assis Chateaubriand a convidar o grupo para uma homenagem em um hotel do Rio de Janeiro. O evento daria o mote para a criação de um grande choro da MPB.

Pixinguinha teria sido barrado na entrada do hotel. O porteiro informou que lamentava, mas a ordem era que negros deveriam entrar pelos fundos. Pixinguinha, resignado, desculpou o funcionários: ”Lamento, mas sei que o senhor está cumprindo ordens” e atendeu as orientações do também constrangido porteiro.Entraram pela cozinha ouvindo os comentários revoltados de Donga, este bem mais contestador: “que absurdo, que vexame, que vergonha nós passamos” e Pixinguinha: “Eu lamento, mas não vamos comentar mais esse assunto”. Antes de receberem a homenagem, alguém se referiu ao fato e também lamentou o episódio. Pixinguinha, sempre resignado, novamente retrucou: “Eu lamento, todos lamentam, mas vamos evitar comentários”. Donga percebeu a repetição da palavra durante a noite e sugeriu: “Pixinguinha você disse a palavra “lamento” três vezes, por que não escreve um choro com esse nome?”.

Quem contou essa versão da gênese do choro foi outro famoso flautista brasileiro, Altamiro Carrilho, em depoimento registrado no livro “Os sorrisos do Choro”, escrito por Julie Koidin, curiosamente, uma americana também flautista e apaixonada pelo choro.Julie lembrou a Altamiro que a letra do choro tinha sido feita muitos anos depois. Altamiro confirmou, e atribuiu a letra a Hermínio Bello de Carvalho. Na verdade, a memória traiu nosso grande flautista, a letra de "Lamentos" é de Vinicius de Moraes, que escreveu o poema apenas para a primeira parte da melodia, em 1962, e não fez referências alguma ao episódio do hotel. Na verdade, a letra não tem nada a ver com a versão apresentada pelo flautista. Altamiro afirma ter ouvido a história do próprio Pixinguinha, de quem era grande amigo. O certo é que o choro tem uma linha melódica triste, até mesmo melancólica, portanto, se alinha à suposta inspiração contada por Altamiro. 

Comento: O choro “Lamentos” foi alvo de outra polêmica quando lançado em 1928. O crítico musical Cruz Cordeiro, em artigo para a sua revista Phono-Art, considerado a primeira revista especializada em música do Brasil, em novembro de 1928, teria acusado Pixinguinha e Donga de ter americanizado o famoso choro. O crítico, para muitos, um pioneiro na atividade de crítica musical,após comentar três discos gravados pela Orquestra Pixinguinha-Donga, escreveu:

O quarto disco contém dois choros: um de Pixinguinha, “Lamentos”, outro de Donga, “Amigo do povo”, sobre os quais não podemos deixar de notar que em suas músicas não se encontra um caráter perfeitamente típico. A influência das melodias e mesmo do ritmo das músicas norte-americanas é, nesses dois choros, bem evidente. Este fato nos causou sérias surpresas porquanto sabemos que os compositores são dois dos melhores autores da música típica nacional. É por esse motivo que julgamos esse disco o pior dos quatro que a Orquestra Pixinguinha-Donga ofereceu nesta quinzena”.

Dois anos depois, Cordeiro acrescentaria suas considerações ao famoso choro “Carinhoso”:

O disco 12.877 da Parlophon apresenta a Orquestra Pixinguinha-Donga. De um lado o maxixe de Peri, “Não diga não”. Excelente música, muito típica, sentimental, bem ritmada e dançada. No complemento, vamos encontrar um choro de Pixinguinha, “Carinhoso”. Parece que o nosso popular compositor anda muito influenciado pelo ritmo e pela melodia da música de jazz. É o que temos notado desde algum tempo, mais de uma vez. Nesse seu choro, cuja introdução é um verdadeiro fox-trot, apresenta em seu decorrer combinações da música popular yankee. Não nos agradou”. 

As declarações do falecido crítico musical até hoje geram protestos de musicólogos com Tariq de Sousa, Jairo Severiano, dentre outros. Por outro lado, o filho de Cruz Cordeiro publicou um artigo em que tenta justificar o contexto em que foi escrito os polêmicos artigos. O texto A PHONO-ARTE, “LAMENTOS” E “CARINHOSO” DE PIXINGUINHA - Artigo do Filho em defesa do Pai pode ser lido na íntegra em http://www.revistaphonoarte.com/pagina13.htm.

Fontes:

Sítio: http://www.revistaphonoarte.com.

Koindin, Julie, Os Sorrisos do Choro –Uma Jornada Musical através de caminhos Cruzados, Editora Global Choro Music, 1° edição,2011.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Frase do Dia. Abbé Raynal.

"Há uma infinidade de erros políticos que, uma vez cometidos, tornam-se princípios"

(Guilherme Thomas François Raynal)  Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Jackson do Pandeiro... E do violão.

Mais um vídeo do grande Jackson do Pandeiro. Desta vez o cantor aparece tocando violão, fato não muito comum nas suas apresentações. Nascido José Gomes Filho, o paraibano conta a origem do seu nome artístico: os velhos filmes de faroeste do cinema mudo.

O programa apresenta uma impropriedade ao atribuir a autoria da  música “Aquilo Bom” ao Rei do Baião, Luiz Gonzaga. Na verdade, a obra é do próprio Jackson, em parceria com José Batista, gravada no disco "Ritmo, Melodia e a Personalidade de Jackson do Pandeiro" (foto), em 1961.



Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

sábado, 6 de agosto de 2011

Frase do Dia. São Francisco de Assis.

“[...] Se tivéssemos bens, precisaríamos dispor também de armas para defendê-los.É da riqueza que provêm discussões e brigas, e assim se impende de muitas maneira tanto o amor a Deus quanto o amor ao próximo.Por isso não queremos possuir nenhum bem material neste mundo.”
 
(São Francisco de Assis)
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Wanderléa em três tempos. Qual a melhor versão?

Costumeiramente, lanço a provocação nesse blog, por meio da enquete “Qual a melhor versão?”. Normalmente, o critério que utilizo é apresentar uma bela música interpretada por astros do passado e do presente - parece-me interessante ver a roupagem que gerações diferentes dão a uma mesma obra. 

Dessa vez, lanço um desafio diferente: qual a melhor versão cantada por uma mesma cantora?  A versão tímida,  da jovem Wanderléa, então em início de carreira, no turbulento ano de 1968; a da já bem mais experiente artista, dez anos depois, em 1978; ou a madura, e ainda em forma, intérprete, quarenta  anos depois do primeiro vídeo. Já tenho minha opinião formada: o tempo melhorou a cantora, que passou a cantar com mais "Ternura". E para você, qual a melhor versão?

O título da música, por sinal, é Ternura, de Roberto Carlos e Erasmo Carlos.



Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

domingo, 24 de julho de 2011

Frase do Dia. Francesco Guicciardini.

"A liberdade política existe quando a lei é mais poderosa que os que a querem violentar"

(Francesco Guicciardini)
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

terça-feira, 19 de julho de 2011

Alô, Seu Jackson do Pandeiro e Dona Elba Ramalho. Também fui feliz no meu Bodocongó.

Quem acompanha meu humilde blog sabe da admiração que tenho por meu conterrâneo, o grande Jackson do Pandeiro. Sempre que encontro um vídeo dele procuro divulgar, afinal, coisa boa deve ser dividida.

Desta vez, a alegria de ouvir o paraibano foi dupla. Neste vídeo, ele canta “Bodocongó, música de Humberto Teixeira e Cícero Nunes. Bodocongó é o nome de um açude de Campina Grande, a Rainha da Borborema, minha querida terra natal. O açude deu nome ao bairro localizado na saída para o sertão. Lá fica a Universidade Federal de Campina Grande, onde, em 1982, ganhei diploma e deixei grandes amigos. A UFCG, naquele tempo, era chamada de Universidade Federal da Paraíba ou Poli.

Jackson Do Pandeiro, embora tenha nascido em Alagoa Grande, pequena cidade localizada a poucos quilômetros de Campina, viveu um bom tempo na bela cidade da Serra da Borborema. 

Ouça Bodocongó na voz do Rei do Ritmo, gravada em 1966 e a versão cantada pela também paraibana e ex-moradora de Campina Grande, Elba Ramalho. 

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Frase do DIa . Montesquieu.

"O luxo arruína as repúblicas; a pobreza arruína as monarquias”

(Montesquieu)
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

domingo, 17 de julho de 2011

Versões My Way. Nina Hagen.

Desta vez, o clássico “My Way” é interpretado em alemão. Uma extravagante versão punk da, não menos extravagante, cantora alemã Nina Hagen. A cantora é bastante conhecida do público brasileiro. Aqui esteve para uma disputada apresentação na primeira versão do Rock in Rio realizado em 1985. A Alemã Catharina Hagen, seu nome de batismo, teve um breve namoro com o cantor punk Supla, filho do senador Eduardo Suplicy e Marta Suplicy. O relacionamento rendeu o hit “Garota de Berlim” gravado pelo cantor e que teve participação especial da própria Nina Hagen.

A intérprete, apesar do exagero vocal e visual incomum, tem formação musical clássica, o que pode se perceber em algumas das suas apresentações. Ultimamente, vem divulgando sua conversão religiosa. A nova fase cristã da cantora, que ela afirma ser antiga, rendeu o disco “Personal Jesus” com músicas bem mais calmas, mesclando country, blues e temas gospel. Ritmos bem diferentes daqueles da jovem rebelde de 1985. 

Embora etravagante, a versão barulhenta da alemã é bem mais aceitável que a versão maluca do Sex Pistol, já apresentada neste Blog. Consulte a aba "Versões My Way" aí, à direita, e  confira.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Frase do Dia. Marcel Proust.

"Trate de conservar um pedaço de céu acima da sua vida"


"Marcel Proust" Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

domingo, 10 de julho de 2011

Um conselho de Billy Blanco. Acabe essa banca, doutor.

Ultimamente, um deputado extremista vem propagando seus preconceitos de forma absurdamente explicita. As declarações do político estão disseminadas com amplo destaque na imprensa. E o pior: com o apoio de parte da população. 

As declarações abusivas do fundamentalista me remeteram a obra de um grande compositor brasileiro. Nunca é demais relembrar Billy Blanco. William Blanco Abrunhosa Trindade, um paraense que cantou o Rio de Janeiro, é autor de sucessos como: “Teresa da Praia”,"Pistom de Gafieira",  “Estatuto da Gafieira”, ” Mocinho do Rio” e “Sinfonia do Rio”, este último, uma suite composta de dez sambas feita em parceria com Tom Jobim, tranformou-se em um verdadeiro hino à Cidade Maravilhosa. São centenas de composições - a quantidade nem ele mesmo sabia ao certo. Perguntado quantas músicas tinha feito, respondeu: "eu tenho umas quatrocentas e tantas, quase quinhentas".

Mas e porque o preâmbulo deste texto? Explico: Billy Blanco é autor de um verdadeiro manifesto contra o preconceito, o orgulho, a soberba e a vaidade. Trata de “Banca do Distinto”, uma bem humorada crítica àqueles que se acham superiores por sua condição econômica, cor ou mesmo origem social. No final da canção o grande compositor alerta. A morte, inexorável, se encarrega de deixar o preconceituoso, querendo ou não, igual a todos. 

O compositor paraense faleceu na última sexta-feira, oito de julho de 2011, aos 87 anos. Uma longa e produtiva vida. Sua partida, com certeza, deixa uma imensa lacuna na Música Popular Brasileira. Sua obra, entretanto, pela qualidade, ficará eterna.

“Banca do Distinto” foi composta em 1951, mas, pelo visto, a mensagem ainda é muito atual. Como tantas outras músicas de Billy Blanco, logo se tornou um clássico e foi gravado por muita gente: Elis Regina, Maria Medalha, Wanderléa,  Dóris Monteiro, Dolores Duran e Leila Pinheiro. Ouça a composição na voz do autor e de algumas das cantoras citadas. Escolha a sua versão. Difícil mesmo, será saber qual a melhor. 

E  lembre-se: “a vaidade é assim, põe o bobo no alto, e retira a escada...”, portanto, acabe essa banca, doutor!

Wandeléa
Maria Medalha
Dóris Monteiro
Elis Regina

A Banca do Distinto
Billy Blanco
Composição: Billy Blanco
Não fala com pobre, não dá mão a preto
Não carrega embrulho
Pra que tanta pose, doutor
Pra que esse orgulho
A bruxa que é cega esbarra na gente
E a vida estanca
O enfarte lhe pega, doutor
E acaba essa banca
A vaidade é assim, põe o bobo no alto
E retira a escada
Mas fica por perto esperando sentada
Mais cedo ou mais tarde ele acaba no chão
Mais alto o coqueiro, maior é o tombo do coco afinal
Todo mundo é igual quando a vida termina
Com terra em cima e na horizontal Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Frase do Dia. Jorge Luis Borges.

" Você pode tudo nesta vida. Só não pode se fazer infeliz." 

(Jorge Luis Borges)
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

sábado, 9 de julho de 2011

Roberto Martins. De policial a grande compositor.

O compositor carioca Roberto Martins (1909- 1992), um dos grandes das décadas de trinta e quarenta, tem no seu currículo mais de 350 composições. Tanta produtividade e o sucesso de sambas, como: Favela, com Valdemar Silva e “menos Eu” com Jorge Farah. O primeiro composto em 1936, o segundo em 1937, permitiram ao artista abandonar definitivamente sua profissão de então. Roberto era policial.

A escolha parece ter sido certa, Roberto Martins após optar definitivamente pela profissão de músico tornou-se um grande compositor. São da sua lavra composições de sucessos que atravessam o tempo como: “Cai, Cai”, Cordão dos Puxa-Sacos, parceria com Frazão e” Pedreiro Waldemar”, com Wilson Batista. Nem só de marchinha e sambas carnavalesco viveu o compositor. É dele a autoria de clássicos como “Renúncia” com Mário Rossi e o delicioso samba “Beija-me” sucesso na voz de Ciro Monteiro e regravado com competência por Zeca Pagodinho.

Roberto também é responsável, mesmo que indiretamente, pela criação de um dos sambas mais conhecidos dos brasileiros. Freqüentador assíduo do Café Nice, ele, no estabelecimento, em um dia de carnaval, teceu um comentário despretensioso ironizando a própria esposa que, apesar de estar fantasiada de baiana não se mostrava muito animada para o carnaval. O fato deu a inspiração para a criação do samba “Falsa Baiana” do mineiro Geraldo Pereira (ver aqui). 

Ouça três sucessos de Roberto Martins na voz de grandes cantores do passado e da atualidade. Escolha a sua versão preferida.

Beija-me ( com Ciro Monteiro)
Beija-me ( com Zeca Pagodinho)
Renúncia (Nelson Gonçalves)
Renúncia (Zélia Ducan)
Favela (Francisco Alves)

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

domingo, 26 de junho de 2011

Frase do Dia. Carlo Dossi.

"Por que, ó bobos, fazer trapaças fora da lei quando é tão cômodo fazê-las dentro da lei?"


(Carlo Dossi) Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Di Cavalcanti e o Desenhista Noel Rosa.

Considerado um dos maiores compositores da história da Música Popular Brasileira, Noel Rosa também tinha talento para arte de desenhar. A famosa autocaricatura, tantas vezes apresentadas em suas biografias, é um exemplo do talento do Filósofo do Samba. Ao que parece, o nosso eterno Poeta da Vila era consciente de que seria difícil viver de samba. Teve, portanto, em alguns momentos, a pretensão de se tornar desenhista. Se na música o sucesso foi estrondoso, na arte do desenho nem tanto. Uma história contada por André Diniz, no livro “Noel – O Poeta do Samba e da Cidade”, bem ilustra esta aspiração do autor de “Com que Roupa”.

O autor do livro conta que Noel teria se encontrado com o Pintor Di Cavalcanti que conversava com o amigo Nássara em um Café do Centro do Rio. No encontro viu uma boa oportunidade para apresentar seus desenhos e obter uma avaliação abalizada. Di Cavalcanti não deu muito atenção, observava os traços, mas preferia pedir ao poeta que cantasse uma música. Noel insistia nos desenho, Cavalcanti novamente no samba. Após várias tentativas infrutíferas na busca de uma opinião do pintor, Noel, finalmente, desistiu. Fala-se que desde encontro de grandes artistas, sobrou apenas uma profunda mágoa por parte de Noel em relação ao Pintor, que duraria toda a curta, mas profícua carreira do Poeta da Vila.

Ouça a divertidíssima “Gago Apaixonado” cantada pelo próprio Noel Rosa. Um exemplo de outro dom do compositor: o humor.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Frase do Dia. Sêneca.

"A embriaguês não cria os vícios. Apenas põe-nos em evidência".


(Lúcio Aneu Sêneca) Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...