domingo, 29 de julho de 2012

Frase do Dia. John Kennet Galbraith

"Nada é tão admirável em política quanto uma memória curta"

(John Galbraith)
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Como foi criada a música Serra da Boa Esperança.


Curiosidades de Música Popular Brasileira.


Serra da Boa Esperança”, clássico de Lamartine Babo gravado pela primeira vez em 1937, por Francisco Alves, tem uma hilária história na sua criação. Existem variações de versões para a gênese da música, entretanto, todas remetem a uma série de correspondências trocadas pelo compositor e um dentista-músico conhecido por Carlos Alves Netto que resolveu utilizar um nome de um mulher para conseguir fotografias autografadas. Uma dessas versões foi dada pelo principal protagonista do fato, o próprio Carlos Alves, ao Jornal o Globo, em 1980.

Ele contou que, em 1935, morava na cidade de Boa Esperança, em Minas gerais, onde fica localizada a serra homônima. Apaixonado por música, e também por ser músico, colecionava fotografias autografadas de artistas famosos da época. Como desejava incluir Lamartine Babo na sua coleção, solicitou uma fotografia ao compositor por meio de um carta utilizando seu próprio nome. Não obteve sucesso. Resolveu, então, colocar como remetente o nome de sua sobrinha Nair Pimenta de Oliveira, à época com apenas 10 anos. As correspondências, segundo o dentista, ganharam desenvoltura e passaram  a fluir “em versos, prosas, em sonetos bem compostos e paixão nas entrelinhas”. Entretanto, mesmo com várias cartas trocadas, “Nair” só conseguiu algumas fotografias 3x4. Resignado, o dentista resolveu acabar a farsa. Escreveu nova correspondência, ainda com o nome falso. informando que iria se casar e mudar-se para São Paulo. Encerrando definitivamente as correspondências da falsa “Nair”.

Um ano depois, em 1936, desta vez utilizando o próprio nome, Carlos voltou a escrever para Lalá convidando-o para o baile de estreia da orquestra que o dentista-músico ajudara a criar e se tornara maestro. Era a oportunidade que Lamartine queria para conhecer “Nair”... Não demorou muito, no dia 24 de julho do mesmo ano, o compositor chegou à cidade e se hospedou no hotel do pai de Carlos, onde também morava toda a família do anfitrião. Lalá sabia que o local era o endereço de correspondência da “admiradora”, mas, estranhamente, a única Nair que via era uma criança. O artifício do dentista só foi descoberto após uma inconfidência de uma das moradoras que resolveu colocar a história em pratos limpos. Apesar de inicialmente constrangido, a decepção de Lalá não durou muito tempo. A agradável e solidária companhia de um grupo de 20 jovens, rapazes e moças, que o compositor chamaria depois de “Minhas 20 saudades Dorenses” - a cidade à época se chamava Dores de Boa Esperança - amainaram seu desencanto.

Nós os poetas erramos / Porque rimamos também / Os nossos olhos nos olhos / De alguém que não vem”

Foram doze dias de estadia na pequena cidade que ficariam inesquecíveis para o compositor e aguçaram sua conhecida capacidade criativa. No dia 3 de agosto, olhando para a serra que originou o nome da cidade, batendo em uma caixa de fósforo, começou a solfejar e a escrever os primeiros versos de “Serra da Boa Esperança”, que logo foram transferidos para partitura pelo agora amigo Carlos Netto. Conta dona Carmem Cunha, uma das “vinte dorenses”, que em um piquenique de despedida, Lamartine cantou a música, acompanhado dos amigos, várias vezes e que todos já sabiam a letra de cor.

Comento: Lamartine voltaria à cidade mais uma vez, no carnaval de 1937, nesse período compôs a segunda parte de outro grande sucesso, a música “Vaca Amarela”, cuja primeira parte já havia sido feita justamente por Carlos Netto. A música foi gravada por Araci de Almeida.Lamartine só se casaria, anos depois,em 1951, aos 47 anos, com Maria José Barroso.


Ouça cinco versões de “Serra da Boa Esperança”, interpretada por grandes nomes da música brasileira. Escolha a sua preferida.

Francisco Alves

Gal Costa

Cascatinha e Ianhana

Sílvio Caldas

Altemar Dutra
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

terça-feira, 24 de julho de 2012

Frase do Dia. William Shenstone


"Um avaro torna-se rico, fingindo ser pobre; um esbanjador torna-se pobre, fingindo ser rico."


(William Shenstone)
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

domingo, 15 de julho de 2012

A música mais importante de Erasmo Carlos.

Curiosidades da MPB.

Sentado à Beira do Caminho”, música lançada por Erasmo Carlos em 1969, é considerada um marco na vida do compositor. O cantor chegou a declarar no programa Sarau, apresentado pelo jornalista Chico Pinheiro, tratar-se da música mais importante da sua vida.

A canção, para Erasmo, veio no momento certo, em um período de indefinição da sua carreira profissional, que começava a passar por dificuldades devido ao fim do sucesso do movimento da “Jovem Guarda”.Para Nelson Mota, em seu livro “Noites Tropicais”, o que “Quero que vá tudo pro inferno” simbolizou para o início da jovem guarda, “Sentado à beira do caminho” representou para o ocaso dos belos momentos do movimento também chamado de iê-iê-iê, uma febre entre os jovens em meados da década de 1960.

O tema da balada foi uma ideia de Roberto Carlos, parceiro na música, que percebendo o desgaste da fórmula juvenil da jovem guarda, já havia abandonado o programa homônimo em que se apresentava, partindo para uma fase mais madura, rumo ao título de maior ídolo da música brasileira. Erasmo Carlos e Wanderléia permaneceriam por pouco tempo no comando do programa que, àquela altura, era mais um entre tantos outros e se arrastava em um verdadeiro clima de melancolia.

Para alegria do "Tremendão", o sucesso da música foi imediato e mereceu destaque em um capítulo completo da novela “Beto Rockfeller”, um grande sucesso da TV TUPI, onde o ator Luís Gustavo, o protagonista principal, andava pelas ruas ao som do hit, naquilo que Nelson Mota Chamaria capítulo-clip, marcando uma reviravolta na carreira do cantor.

O sucesso inquestionável da música esta refletido nas dezenas de regravações,nos mais diferentes estilos, com direito a versões em espanhol e italiano. Selecionei quatro roupagens da canção mais importante de Erasmo Carlos. A primeira na voz de Zizi Possi, a segunda interpretada pelo grupo de rock “IRA”, a terceira é a gravação de Erasmo Carlos. Não deixe de conferir “L’Appuntamento", a versão italiana gravada pelo tenor Andrea Bocceli. A escolha é sua.

Zizi Possi

IRA

Erasmo Carlos


Andrea Bocelli
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

sábado, 30 de junho de 2012

Frase do Dia. Paul Géraldy.

"Os jovens desejam: amor, dinheiro e saúde. Um dia, porém, dirão: saúde, dinheiro e amor."

(Paul Géraldy)
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

domingo, 24 de junho de 2012

Arraiá da Confraria do Bigode. Homenagem ao Rei do Baião.



E por falar em Luiz Gonzaga, a Confraria do Bigode, localizada na Cidade 2.000, em Fortaleza, irá promover o primeiro Arraiá do Bigode, festa junina regada às mais variadas comidas típicas do período. O sanfoneiro Bené e seu conjunto animarão a noitada que será especialmente dedicada ao centenário de Luiz Gonzaga.

A iniciativa é do Grupo Gestor da Confraria. Meu amigo Eliezer Rodrigues, animado com o evento, promete a apresentação de um clipe-documentário sobre a obra do nosso inesquecível “Rei do Baião”.

Para eternizar o momento, os interessados podem adquirir camisas - por sinal de muito bom gosto - alusivas ao homenageado da noite por apenas R$ 15,00. A festa ocorrerá na próxima quinta-feira, dia 28 de junho, Vale a pena conferir.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Luiz Gonzaga. O Pacificador de Exu.


No início da década de 1980, Exu não tinha apenas a fama de ser o torrão natal da revolucionária Bárbara de Alencar e de Luiz Gonzaga, nosso eterno “Rei do Baião”. A pequena cidade do sertão pernambucano também era conhecida pela violência decorrente de um sangrento conflito que perdurava há anos entre Sampaio, Saraiva e Alencar, três tradicionais famílias da região. As mortes se sucediam e, às vezes, pessoas que nada tinham com o conflito eram vítimas apenas por ter o sobrenome das famílias envolvidas.

A situação incomodava o autor de Asa Branca. Persistente, nunca perdia a chance de utilizar o seu prestígio para tentar pacificar a sua querida cidade. Dessa forma, manteve contatos com vários políticos, religiosos, militares e formadores de opinião sem, no entanto, conseguir o seu objetivo, salvo algumas tentativas infrutíferas de selar a paz por intermédio da igreja católica e exército.

Finalmente, em 1981, o maior nome da música nordestina obteve sucesso nos seus incontáveis pedidos. Ele estava no hotel Del Rey, em Belo Horizonte, no qual, por coincidência, também estava Aureliano Chaves, então Vice-Presidente de República. Lua não perdeu a oportunidade, pegou a Sanfona e foi ao encontro do político, que era seu fã e, ao som de “Boiadeiro”... “Vai boiadeiro que a noite já vem...”, pediu que o governo decretasse a intervenção no município.

Ao que parece, Aureliano sensibilizou-se com a súplica do cantador e, pouco tempo depois do encontro, aproveitando um período que esteve no exercício da Presidência da República, decidiu decretar intervenção militar no município. Assim, por um ano e meio, a cidade teve um dos maiores efetivos policiais de Pernambuco. Os bares não podiam funcionar depois da 22h e várias outras medidas de segurança foram tomadas. Para felicidade dos moradores, do mais popular dos exuenses e das próprias famílias envolvidas, que já demonstravam cansaço com o conflito insano, as medidas de segurança surtiram efeito e a cidade, finalmente, foi pacificada.

Ouça o registro do encontro de Luiz Gonzaga com Aureliano Chaves.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Frase do Dia. Bernard Shaw.

"A opção entre democracia e autocracia é a opção entre a eleição por maiorias incompetentes e a nomeação por minorias corruptas."

(George Bernard Shaw)
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

domingo, 10 de junho de 2012

A história da música "Carolina" de Chico Buarque.


 Curiosidades de Música Popular Brasileira.

A música “Carolina”, um grande sucesso de Chico Buarque, segundo o site do cantor foi composta às pressas em um avião ou num aeroporto – Chico não se lembra ao certo. O interessante é que o compositor não é um dos maiores admiradores da música e só a inscreveu no "II Festival Internacional da Canção", promovido pela Rede Globo, para se livrar de uma multa por abandonar, por absoluta timidez, o programa “Shell em Show” onde era apresentador em companhia de Norma Benguell. Para surpresa do autor, a canção, conhecida pelo seu lirismo, obteve o terceiro lugar.

Comento: Curiosamente, o samba romântico de Chico era um dos preferidos de um desafeto do compositor. Trata-se do General Costa e Silva, presidente do Brasil nos tempos de chumbo da ditadura militar. Em 1968, a Copacabana lançou o LP "As minhas preferidas: na voz de Agnado Rayol - Presidente Costa e Silva”, (foto) onde o cantor romântico Agnaldo Rayol, em pleno sucesso de carreira, interpretava música escolhidas pelo General do Ai-5. De democracia o General não entendia muito, mas em música há de se elogiar o repertório escolhido. Além de Chico Buarque incluía clássicos da MPB como “Feitio de Oração” de Noel Rosa e Vadico, “Ave Maria no Morro” de Herivelto Martins, “Na Baixa do Sapateiro” de Ary Barrosos e até o Choro “Lamento" de Pixinguinha e Vinícius de Morais, o último um ferrenho opositor do regime militar (veja a relação completa da músicas do disco abaixo) . 

Segundo o Blog “sanduichemusical.blogspot.com.br” o que o militar queria era passar uma imagem de homem ligado à cultura e à família. Não conseguiu... Passou para história como o instituidor do AI-5, instrumento arbitrário que impôs a censura nos meios de comunicação, em toda a produção cultural e artística e que não poupou Chico Buarque e Vinicius de Moraes. Ouça   Carolina na bela voz de Agnaldo Rayol, gravada no polêmico LP.



Relação de Músicas do LP

01 - Ave Maria no morro
..... (Herivelto Martins)
02 - Minha terra
..... (Waldemar Henrique)
03 - Feitio de oração
..... (Noel Rosa - Vadico)
04 - Prenda minha
..... (Motivo folclórico gaúcho)
05 - Chão de estrelas
..... (Sylvio Caldas - Orestes Barbosa)
06 - Canta Brasil
..... (Alcyr Pires Vermelho - David Nasser)
07 - Perfil de São Paulo
..... (Francisco de Assis Bezerra de Menezes)
08 - Lamento
..... (Pixinguinha - Vinicius de Moraes)
09 - Carolina
..... (Chico Buarque de Holanda)
10 - Noite cheia de estrelas
..... (Cândido das Neves)
11 - O que eu gosto de você
..... (Silvio César)
12 - Na baixa do sapateiro
..... (Ary Barroso)

Ficha Técnica

Produtor: Waldemar Cola Francisco
Técnico de gravação: Rogério Gauss
Gravação: Estúdio de Gravações Reunidos
Capa: Tony Koegl
Contracapa: Des. Dr. Milton Sebastião Barbosa
Diretor musical: Moacyr Silva
Maestros: Ciro Pereira e Ted Moreno
Direção geral: Paulo Rocco
Realização: Som Indústria e Comércio S/A

Fontes:
Motta, Nelson, Noites Tropicais: solos, improvisos e memórias musicais, editora Objetiva, 2001.
http://sanduichemusical.blogspot.com.br
http://www.chicobuarque.com.br Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Frase do Dia. Dalai - Lama.

“A raiva e o ódio são os nossos reais inimigos. São as forças que precisamos confrontar e vencer, não os 'inimigos' temporários que aparecem intermitentemente em nossas vidas.”

(Dalai-Lama)
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

domingo, 3 de junho de 2012

Ave Maria no Morro. Música com versão para todos os gostos.


Qual a melhor versão?

Ave Maria no Morro”, música composta por herivelto Martins, um dos maiores compositores do Brasil, foi gravada pela primeira vez em 1942 pelo "Trio de Ouro", grupo que participava a lendária Dalva de Oliveira. O samba canção logo se tornou um dos maiores clássicos da MPB, contrariando um infeliz prognósticos de Benedito Lacerda de que a obra não faria sucesso por parecer “música de igreja”.

A canção foi cantada por vários interpretes de peso como: Caetano Veloso, João Gilberto, Trio Nagô, Ângela Maria, Caubi Peixoto, Gal Costa e Francisco Petrônio, dentre tantas outras dezenas de artistas. E não ficou só nisso: ultrapassou as fronteiras do país merecendo belas versões que vão desde a comportada da alemã Manuela, a erudita do tenor italiano Andrea Bocelli e a mais agitada do grupo de rock Scorpions. Ouça também a versão tradicional de Dalva de Oliveira, ainda nos tempos do "Trio de Ouro". Aprecie o estilo intimista de João Gilberto e a roupagem dada por Eduardo Araujo que foi um estrondoso sucesso no início da década de 1970. Escolha: “Qual a melhor versão?”.

Andréa Bocelli

Scorpions

Manuela

Dalva de Oliveira

João Gilberto

Eduardo Araujo
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Frase do Dia. Ogden Nash.

"Um pouco de surdez alivia o mais pesado dos deveres sociais - escutar os chatos."

(Ogden Nash)
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

A pioneira Aracy Cortes. A Rainha do Teatro de Revista.

O vídeo apresenta uma comovente apresentação da lendária Aracy Cortes (1904- 1985), uma das pioneiras da Música Popular Brasileira e um dos maiores nomes do teatro de revista do Brasil. A “Rainha do Teatro de Revista” participava de um show bibliográfico apresentado pela também atriz e cantora Marília Barbosa, na Sala Sidnei Miller da Funarte, nos anos 80. Seria uma das suas últimas aparições públicas. Aracy faleceria pouco tempo depois, em 1985, aos 80 anos.

Comento:

"Dizem todos: / Tem uma graça feiticeira, / Só porque aqui nasci / Nesta terra brasileira / Com meu cheiro de canela / Minha cor de sapoti, / Dizem todos: / Lá vem ela! / O demônio da Araci"

O samba Graça de Araci, de Ary Barroso, composto em 1929, bem retratava a polêmica cantora, que, para muitos, é considerada a primeira grande cantora popular do Brasil. Dona de uma personalidade forte e comportamento bastante avançado para a época, Zilda de Carvalho Espíndola, a Aracy Cortes, teve uma vida marcada por pioneirismo e desafios aos costumes vigentes. Começou a se destacar na vida artística na década de 20, tempo em que poucas mulheres conseguiam espaço em um ambiente musical amplamente dominado por vozes masculinas. Ainda na primeira metade da década de 1920, desafiou a sociedade preconceituosa do início do século posando praticamente nua, protegida apenas pelo violão (foto do início do post). Em 1933 foi à primeira estrela de revista nacional a excursionar à Europa, a convite do empresário Jardel Jércolis. 

Tantas conquistas, ousadias e polêmicas, aliadas a um grande talento levaram o nome de Aracy Cortes a estar presente em qualquer publicação que discorra sobre a história da música brasileira. No vídeo abaixo, além de “Morena Faceira”, de Custódio Mesquita, música que ela gravou pela primeira vez em 1932, a artista canta, em dueto com a ótima Marília Barbosa, um dos seus maiores sucessos, “Linda Flor”, de Henrique Vongeler, Luís Peixoto e Marques Porto, grande sucesso de 1929 que se tornou um dos maiores clássicos da MPB.



Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

domingo, 6 de maio de 2012

Frase do Dia. Auguste Detoeuf.

"Com dinheiro podemos fazer tudo, menos homens."

(Auguste Detoeuf.)
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Ernesto Nazareth e seu fã Ruy Barbosa.


Curiosidades da Música Popular Brasileira.

Ernesto Nazareth (1863 – 1934), para muitos pesquisadores, é considerado o compositor mais original do Brasil. Mário de Andrade dizia que o artista que atuou no final do século XIX e primeira metade do século XX, conseguia ser popular e erudito ao mesmo tempo.

Embora não gostasse, o pianista, para sobreviver, costumava se apresentar em antessalas de cinemas. Curiosamente, um desses ambientes populares foi inspiração para uma das suas obras mais famosas. Trata-se do tango “Odeon”, inspirado no cinema do mesmo nome, onde Nazareth tocou, entre 1920 e 1924, para deleite de espectadores anônimos e também de gente famosa que chegava até uma hora antes da sessão para ouvi-lo. O baiano Ruy Barbosa, nosso “Águia de Haia”, por exemplo, não ligava para cinema, mas era visto costumeiramente na plateia ouvindo as peças de Nazareth, um dos seus pianistas preferidos.

Como tantos outros casos de grandes artistas, o músico teve uma vida marcada por problemas. Chegou a ficar totalmente surdo em 1933. Fala-se que a doença foi a causa da loucura que o levou ao hospício de onde fugiu para a morte, aproveitando um descuido da vigilância. Seu corpo foi encontrado, dias depois, na Cachoeira dos Ciganos.

Ouça o clássico “Odeon” obra que, como outras de Ernesto Nazareth, caiu rapidamente no gosto dos chorões do Brasil, que logo adaptaram suas peças, inicialmente feita para piano, para instrumentos mais populares como violão, cavaquinho e bandolim, confirmando, dessa forma, a afirmação de Mário de Andrade replicada no início desse post. São dois vídeos. No primeiro uma apresentação do grande maestro Radamés Gnattali a pedido de ninguém menos que Tom Jobim. No segundo, a versão de Jacob do Bandolim. Difícil será escolher a melhor.




Fonte:Cravo Albim, Ricardo, "O Livro de Ouro da MPB, A História da música Popular de Sua Origem até hoje",Editora Ediouro. Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Frase do Dia. Millôr Fernandes.

"Cuidado gente: a alma enruga antes da pele."

(Millôr Fernandes)

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Jessier Quirino por Eduardo Tornaghi.

 
“Jessier é um curtidor. Mestre com o rigor da forma, o humor e a crônica social implícitas na Poesia tradicional Nordestina. Da linhagem de Bráulio Tavares e Ariano Suassuna, ressalta e valoriza a erudição sertaneja”.


O ator Eduardo Tornaghi, também se rendeu ao talento de Jessier Quirino. Tornaghi fez muito sucesso atuando em novelas da Globo nos anos setenta e oitenta. Atualmente mantém um Blog focado em poesia chamado “Papos Poéticos” (aqui).


Aprecie um pouco da obra de Quirino comentada pelo ator.


Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

terça-feira, 3 de abril de 2012

Frase do Dia. André Malraux.

" São precisos 60 anos e não 9 meses para fazer um homem. " 

(André Malraux)
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

domingo, 1 de abril de 2012

Paraíso Proibido x Balada de Agosto. Duas letras para uma só música de Fagner.


Qual a melhor versão?


Costumeiramente apresento nesse blog versão de uma bela música cantada por vários cantores. Batizei com o marcador “Qual a melhor versão?”- confira aí, ao lado direito do Blog. Dessa vez, entretanto, vou inovar apresentando a versão de uma mesma melodia com duas letras.

Trata-se de uma canção de Fagner, que Fausto Nilo escreveu e batizou como “Paraíso Proibido”, gravada no LP “Romance no Deserto, de Fagner”, em 1987. O Maranhense Zeca Baleiro ouviu uma fita com a música e fez uma nova letra para a canção e deu o título de “Balada de Agosto”. A nova versão foi gravada no CD “Fagner e Zeca Baleiro”, de 2003.


Um fato parecido já havia acontecido com Fagner no início da sua carreira, mas naquela época uma mesma letra de uma composição teria duas melodias. Trata-se de “Mucuripe”, que tinha, inicialmente, letra e música de Belchior e, posteriormente, Fagner compôs uma nova melodia que ficaria definitiva. Veja detalhes (aqui)
Sobre o assunto, Fausto Nilo, em entrevista apresentada no Site Oficial de Fagner, deu a seguinte declaração:

Não é a primeira vez que se tem uma melodia com duas letras. Se não me engano, Manhã de Carnaval tem duas letras. Mucuripe tem duas melodias. O Belchior tem um disco com uma música com duas versões, uma dele e outra do Gil. O Zeca Baleiro ouviu a melodia em uma fita e fez uma letra. O Fagner não lembrava mais da nossa (Paraíso Proibido), pois foi uma música que não se impôs. Eu gosto, mas ela ficou meio esquecida e isso é uma situação que não me incomoda. Eu disse: tudo bem, grava com outra letra. O Zeca conheceu a melodia, mas não conhecia com a minha letra. Eu acho que a letra do Zeca é melhor que a minha.”

Fausto Nilo já deu sua opinião. E você? Ouça as duas versões da música e avalie qual a melhor.


Atualização. 
Na verdade, a música teve três letras. A primeira Fagner utilizou um poema de Cecília Meireles. O cantor chegou a apresentar a música em alguns shows na segunda metade dos anos setenta, mas não chegou a gravar. Veja no terceiro vídeo a letra da primeira versão que o cearense chamou de “Malogrado”.

Paraíso Proibido

Balada de Agosto


Malogrado

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Frase do Dia. Peter de Vries.

"Os ricos não são como nós: pagam menos impostos."
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

sábado, 31 de março de 2012

Lançamento do livro “O Rei do Baião – do Nordeste para o mundo.

Mais uma boa nova que chupei do ótimo Blog da Revista Singular, do meu amigo jornalista Eliézer Rodrigues (aqui).

"Gonzagão" está a caminho e deverá ser lançado em abril

O novo livro da dupla Arievaldo Viana – Jô Oliveira, “O Rei do Baião – do Nordeste para o mundo - uma biografia de Luiz Gonzaga no formato cordel ilustrado, deverá ser lançado no dia 17 de abril na Bienal Brasil do Livro de Brasilia, pela editora Planeta Jovem, antecipando as comemorações de seu centenário, que ocorrerá no dia 13 de dezembro de 2012. A equipe da editora está trabalhando arduamente para que o lançamento aconteça dentro do prazo previsto e as primeiras provas gráficas já chegaram às nossas mãos. Na imagem acima, uma das propostas para a capa (ainda não é definitiva).Eis o texto da contracapa:

“ Ele nasceu em 1912. E se estivesse vivo em 2012, Luiz Gonzaga completaria 100 anos!
Existem dois nordestes brasileiros: um antes e outro depois do Rei do Baião: em vez de região nordeste, tudo se confundia e o nordeste se fundia com a região norte: “sou do norte”, “esta é comida lá do norte”.
Além de divulgar suas músicas com temas sobre o sertão, o velho Lua apresentou a cultura brasileira para os quatro cantos do país. E ritmos como xote, baião, forró e xaxado, tornaram-se conhecidos e influenciaram outros ritmos, criando novas gerações de cantores e compositores.
Em O Rei do Baião – Do Nordeste para o Mundo, o poeta cearense Arievaldo Viana “cordeliza” a vida de Luiz Gonzaga através de versos que ganham cor e sensibilidade através das gravuras do pernambucano Jô Oliveira.”
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Sérgio Ricardo. O dia em que o povo aplaudiu.


                        Curiosidades da MPB

 

O cantor e compositor Sérgio Ricardo talvez seja o responsável pelo momento mais polêmico e marcante da era dos festivais. Ficou inesquecível o episódio ocorrido do III Festival de Música da Record em que, revoltado com as vaias intermináveis do público que o impedia de cantar sua música “Beto Bom de Bola”, quebrou o violão e o arremessou em direção do impiedoso público. Aquele dia iria entrar para a história da MPB e marcar definitivamente a carreira do compositor.

O curioso é que um ano depois da fatídica apresentação, o cantor subiu novamente ao palco do Teatro Record. Era a IV edição do festival. A apresentadora Sônia Ribeiro fez graça e anunciou que, desta vez, o compositor viria sem violão. Sérgio defendia sua música "Dia da Graça" e, como era comum na época, os censores da ditadura militar haviam cortado alguns versos da sua música. Sérgio optou, então, por emudecer na hora em que os versos proibidos pela censura deveriam ser cantados. O cantou ficou mudo, mas o povo não. Enquanto o polêmico compositor calava, a plateia irresignada cantava, como declarou, de peito lavado, o próprio Sérgio: "todo mundo cantou comigo. Fizemos as pazes, eu e o público paulista, fizemos as pazes naquele festival". 

Mesmo com o apoio moral do público “Dia de Graça” não obteve boa colocação no Júri Popular, uma inovação naquela edição do festival, mas viria a ficar em quinto lugar no tradicional Júri Especial.O vídeo apresenta as cenas polêmicas do "arremesso de violão" mais famoso do Brasil.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

terça-feira, 27 de março de 2012

Frase do Dia. Jean Paul Richter

"É ao homem livre que cabe libertar o escravo; ao homem sábio que cabe pensar pelo tolo; ao homem feliz que cabe auxiliar o desafortunado."

(Jean Paul Friedrich Richter)
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

27 de Março. Dia do Circo. Homenagem a Arrelia e Carequinha.


Hoje, 27 de março, comemoramos o dia do circo. E falar de circo é falar de palhaço. A data é uma homenagem ao palhaço brasileiro Piolin, que nasceu nesse dia, no ano de 1897, na cidade de Ribeirão Preto, em São Paulo.

O vídeo abaixo homenageia dois dos maiores palhaços da história do circo brasileiro: Arrelia e Carequinha. Os dois mitos do riso tiveram uma vida longeva. Carequinha faleceu em 2006, pouco antes de completar 91 anos de idade e Arrelia nos deixou em maio de 2005 aos 99 anos. Duas vidas dedicadas ao riso.

Com efeito, se “rir é o melhor remédio”, fazer rir parece melhor ainda.


Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

domingo, 25 de março de 2012

Frase do Dia. Camões.


"Jamais haverá ano novo se continuar a copiar os erros dos anos velhos"

(Luíz Vaz de Camões)
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...