Este soneto foi extraído do livro “Mucuripe- de Pizon ao Padre Nilson, do jornalista Branchard Girão. A autoria é do jornalista e jurista cearense José Pires de Sabóia Filho.
Trata-se de uma bela homenagem ao velho Farol do Mucuripe, ponto turístico de Fortaleza- Ceará, construído em estilo barroco, entre os anos de 1840 a 1846 , por escravos.
Trata-se de uma bela homenagem ao velho Farol do Mucuripe, ponto turístico de Fortaleza- Ceará, construído em estilo barroco, entre os anos de 1840 a 1846 , por escravos.
O monumento é uma das mais antigas contruções da cidade de Fortaleza, foi desativado em 1957. Em 1982, foi tombado pelo Patrimônio Histórico e transformado no Museu do Jangadeiro. Hoje, infelizmente, é utilizado apenas como local de visitação.
O soneto foi publicado pela primeira vez, na extinta revista “O Cruzeiro”.
“Farol do Mucuripe”
Numa torre de pedra, ao lado do oceano,
Como pingo de luz queimando a noite fria,
O farol a brilhar é grito sobre-humano
De alarma e de esperança aos veleiros sem guia.
Atento olhar da terra observando o mar,
Que expressão de temor em sua luz existe!
Quem o vir da terra há-de um astral julgar,
Mas visto do alto mar imita um círio triste.
Quando todo rumor das ondas silencia
E o negrume sem fim envolve céus e mar,
Parece que o farol em solidão vigia
As dores dos que estão na água a penar...
Farol! Aflita luz de esperança repleta
Que, em Mucuripe, ao pé das ondas bruxuleia,
Estais sempre a lembrar-me um solitário poeta
Que, de longe, acompanha a desventura alheia.
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