Miltinho – A Elegância Sincopada.

Milton Santos de Almeida , o Miltinho, nascido no Rio de Janeiro,81 anos, completado em 31 de janeiro de 2009, é um daqueles cantores cuja voz, pela beleza e timbre único, se reconhece de imediato. Sua interpretação elegante e o repertório, geralmente composto de sambas sincopados e boleros românticos, têm um público cativo. Por seu estilo singular, também é muito respeitado no meio artístico, o cantor gravou com muita gente boa como: Elza Soares, Doris Monteiro, Chico Buarque, Tito Madi, Martinho da Vila, ,MPB4, João Bosco, dentre outros.

Começou a cantar na década de quarenta como integrante de grupos vocais. Participou dos “Cancioneiros do Ar”, “Namorados da Lua”, “Anjos do Inferno” e “Quatro Ases e Um Coringa”. Nos anos 50, foi crooner da famosa Orquestra Tabajara do saudoso maestro Severino Araújo e da “Milionários do Ritmo” de Djalma Ferreira. Lançou seu primeiro disco solo em 1957. Gravou sucessos como Mulher de Trinta, Palhaçada, Com que Roupa, Poema do Adeus, Meu Nome é Ninguém, Eu e o Rio dentre tantos. A Carreira de Miltinho não se limitou somente ao Brasil, sua voz atravessou a América Latina nos seus dez discos de músicas brasileiras cantadas em espanhol.

Sempre gostei do estilo de Miltinho, costumava tocar várias das suas músicas nas rodinhas de violão, herdei esta paixão do meu pai, que, nas décadas de sessenta e setenta, sempre comprava seus discos, portanto, não foi difícil me tornar seu fã. Lembro-me de uma interpretação em parceria com Elza Soares, no disco de 1967 , "Elza Soares, Miltinho e Samba " que me marcou profundamente: trata-se do samba “Com Que Roupa”, de Noel Rosa, eu era ainda garoto e adorava quando, a certa altura da música, Elza cantava - “Com que roupa eu vou ao samba que você me convidou” e Miltinho com sua marcante voz anasalada complementava -“já faz um mês” - tinha apenas sete anos, ficou inesquecível...

Miltinho está aposentado pela Receita Federal, mas continua cantando esporadicamente.

Como tributo ao grande artista, desta vez o vídeo vai em dose dupla:

No primeiro, ainda jovem, em cena do filme "O Vendedor de Linguiças", de G. M. Laurelli, estrelado pelo comediante Mazzaropi em 1960, cantando "O Poema do Adeus" de Luiz Antônio, um de seus compositores favoritos.

O segundo vídeo é uma participação no Programa “Rei Majestade” apresentado por Sílvio Santos. Por volta do ano de 2006.