sábado, 18 de fevereiro de 2012

A fervura do frevo.Vídeo

 História do Carnaval

O frevo, no ensina Eneida de Moraes em “História do Carnaval Carioca” citando Renato Almeida, é dança de rua e de salão, “é uma marcha de ritmo sincopado, obsedante, violento e frenético, que é a sua característica principal”. E continua a jornalista se apoiando em Câmara Cascudo “[...] E a multidão ondulando nos meneios da dança, fica a ferver. E foi dessa idéia de fervura (o povo pronuncia “frevura!”, “frever”, ”etc” que se criou a palavra frevo". 

Criado no início do século XX, o ritmo, para alguns estudiosos, é originário da Polca-marcha. O pernambucano de Surubim, Capiba, um dos maiores representante do frevo afirmou, do alto da sua autoridade no assunto, que Pernambuco tem uma dança que nenhuma terra tem. É verdade. Em nenhum outro local o frevo é tão apreciado e coreografado quanto naquele estado nordestino, principalmente nas ruas de Recife e nas intermináveis ladeiras da bela Olinda, onde passei memoráveis Carnavais e, por isso, pude entender a corruptela que originou o nome da dança, e também do ritmo musical. 

A dança, segundo a maioria dos historiadores, originou-se dos passos de capoeiristas que acompanhavam as bandas marciais, em meados do século XIX. O jornalista José Teles, utilizando argumentos do jornalista Rui Duarte, autor de “História Social do Frevo” tenta explicar mais claramente a origem da dança: “Os capoeiras adotavam uma banda marcial como a de sua preferência, e considerava adversário quem não compartilhasse da mesma “torcida”. Pernadas, golpes com pau de quiri, espetadas com faca, punhal eram distribuídos com os partidários da banda adversária.”. A violência, a exemplo do que ocorreu no Rio de janeiro com o Entrudo, fez a polícia proibir o desfile de capoeira. Como alternativa foram criados os clubes carnavalescos pernambucanos e complementa o jornalista:

 “Os clubes se fundavam sob inspiração clandestina de nomes e símbolos” (Rui Duarte na obra citada). Vassourinhas nasceu, ao menos oficialmente, em 6 de janeiro de 1889, e Lenhadores, em 1897. Os símbolos dos dois era o famigerado cacete de pau de quiri, mas a arma, velada: A Vassoura podia ser feminina, mas o cabo, na hora da refrega, virava pau puro. O machado da Lenhadores, mesmo que a machadinha fosse de papel, na hora de enfrentar o inimigo, transformava-se no mesmo cacete com que os capoeiras investiam contra os desafetos. Os passos, e aí, todos os historiadores, concordam, vieram da capoeira, a luta transmudando-se, com o passar do tempo, numa coreografia única”. 

Teses de historiadores à parte, o certo é que o frevo é um dos ritmos mais populares do Brasil e até hoje resiste às mudanças de costumes. Quem entra na folia pernambucana não resiste ao chamado do frevo de Capiba e Nelson Ferreira. Então, o que está esperando! Pegue sua sombrinha e vamos “frevar” ouvindo Claudionor Germano, um dos maiores expoentes do frevo pernambucano.


 
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