“Deve-se escrever da mesma maneira como as lavadeiras lá de Alagoas fazem seu ofício. Elas começam com uma primeira lavada, molham a roupa suja na beira da lagoa ou do riacho, torcem o pano, molham-no novamente, voltam a torcer. Colocam o anil, ensaboam e torcem uma, duas vezes. Depois enxáguam, dão mais uma molhada, agora jogando a água com a mão. Batem o pano na laje ou na pedra limpa, e dão mais uma torcida e mais outra, torcem até não pingar do pano uma só gota. Somente depois de feito tudo isso é que elas dependuram a roupa lavada na corda ou no varal, para secar.
Pois quem se mete a escrever devia fazer a mesma coisa. A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; a palavra foi feita para dizer.”
(Graciliano Ramos)
Ps: pesquei essa maravilha de texto em um comentário do excelente jornalista, Plínio Bortolotti, em seu Blog hospedado no jornal o Povo.
Pois quem se mete a escrever devia fazer a mesma coisa. A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; a palavra foi feita para dizer.”
(Graciliano Ramos)
Ps: pesquei essa maravilha de texto em um comentário do excelente jornalista, Plínio Bortolotti, em seu Blog hospedado no jornal o Povo.
Caro Dr. Zem,
ResponderExcluirPara você ver como as coisas são as coisas nesse mundo internético. Precisava da frase de Graciliano e, tendo esquecido que a havia postado em meu blog, lancei mão do Google. Caí no seu blog e, surpresa, vi que v. a havia reproduzido do meu, registrando a pescaria.
Abraço,
Plínio