segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Curiosidades da MPB – Chiquinha Gonzaga e seu padrinho, o Duque de Caxias.

AÍ A MÚSICA TEM TAMBÉM SEUS PEQUENOS FATOS.

Chiquinha Gonzaga, a lendária compositora de “Ô Abre Alas”, a primeira marcha carnavalesca do país, (1899), teve como padrinho de casamento, o herói brasileiro Duque de Caxias. A relação com o Duque vem do parentesco do herói brasileiro com a família do pai de Chiquinha, um oficial do exercito que chegou a Marechal.

Comento: A trajetória de Francisca Edwiges Neves Gonzaga, a famosa Chiquinha Gonzaga, uma das maiores compositoras do Brasil, é extremamente instigante e está contada no livro: “Chiquinha Gonzaga, uma história de vida”, da pesquisadora Edinha Diniz. A obra é a mais completa referência sobre a vida da audaciosa compositora brasileira, nascida em 1847.

Edinha Diniz pesquisou a vida da compositora durante seis anos e descobriu fatos importantes da vida da pianista, até então desconhecidos ou intencionadamente ignorados pelos historiadores.

Alguns destaques:

Chiquinha era filha de Rosa Maria de Lima, uma mestiça de poucas posses, com José Basileu Neves Gonzaga, um então jovem oficial do exercito. Chiquinha só viria a ser reconhecida pelo pai posteriormente;

Inconformado com a origem étnica e humilde de Rosa, o avô paterno da compositora relutou durante anos em aceitar o relacionamento. Neste ambiente de preconceito, a união, provavelmente, só foi legalizada anos depois de vida em comum;

Avançada para o seu tempo, Chiquinha separou-se do primeiro marido ao receber o ultimato: ele ou a música. “Pois, senhor meu marido, eu não entendo a vida sem harmonia.” Escolheu a artista.

A autora de “Atraente” teve uma carreira extremamente produtiva: compôs mais de mil músicas em gêneros variados como: valsas, polcas, tangos, lundus, maxixes, fados, quadrilhas, mazurcas, choros e serenatas;

A compositora foi uma incansável e vitoriosa lutadora pelos direitos autorais. Ela é reconhecida como a primeira a pensar nos direitos do compositor;

Apaixonada, Chiquinha adotou o jovem João Batista Fernandes Lage como filho para esconder da sociedade conservadora do início do século, o relacionamento amoroso com o adolescente, 36 anos mais novo. Com João Batista, Chiquinha viveu até sua morte, ocorrida em 1935;

A artista teve uma vida longa: faleceu aos 87 anos, ironicamente, numa quinta-feira, véspera do carnaval que tanto gostava. No seu sepultamento, Viriato Correia, um grande amigo, declarou: “No Brasil ainda nos parece inferior gostar de coisas simples, principalmente quando essas coisas simples trazem o estigma de ser nossas”.

74 anos depois, a frase de Viriato Correia parece, ainda, bastante atual.


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