Mas o que tem a ver Clarice Lispector com esse tal Dr. Duncan MacDougall? A resposta está no questionamento - a alma tem peso? Esta pergunta, que respondida afirmativamente, alteraria o conceito da imaterialidade da alma, tão debatido pelos filósofos gregos e seguidores de diversos credos e religiões, tentou ser respondida pelo o médico americano Duncan MacDougall, no começo do Século 19.
O cientista, em observações por ele consideradas científicas, concluiu que a alma, tem sim, peso. A dedução foi feita com base em experiências que contavam com premissas consideradas por muitos cientistas da época como falaciosas, o que rendeu ao Doutor MacDougall, uma série de piadas que corre até os dias de hoje.
O experimento do médico gerou muita polêmica, foi divulgado no dia 11 de Março de 1907, pelo "The New York Times", publicado na Revista American Medicine, abril de 1907, Vol. 2, nº 4 e inspirou o roteiro do filme, 21 Gramas, do mexicano Alejandro González Iñárritu, lançado em 2003 e estrelado por Sean Penn, Naomi Watts e Benicio Del Toro.
Na sua pseudoexperiência para provar que a alma tinha massa, o médico pesou seis pessoas antes e depois de morrerem e constatou que o ponteiro da balança quase sempre caía. O instrumento de trabalho de MacDougall era como uma enorme balança de dois pratos: de um lado ficava o paciente em estado terminal, deitado em uma cama, do outro, o doutor colocava pesos equivalentes.
A primeira cobaia do médico ficou sob observação durante 3 horas e 40 minutos. Nesse tempo, ele perdeu peso aos poucos, em média 28 gramas por hora, e, na hora exata da morte, segundo o doutor, o prato da balança subiu, registrando a perda de 21 gramas. "No instante em que a vida parou, o lado oposto caiu tão rápido que foi assustador", disse.
O peso registrado nos outros pacientes foi diferente. O segundo teria perdido 46 gramas. O terceiro, 14 gramas e, alguns minutos depois, mais 28. Com outro, o ponteiro da balança desceu e depois subiu de novo. O médico tinha explicação para tudo, neste caso, a diferença tinha a ver com o temperamento de cada um: "um dos homens era apático, lento no pensamento e na ação. Nesse caso, acredito que a alma ficou suspensa no corpo, depois da morte, até se dar conta de que estava livre” justificou.
Não satisfeito, MacDougall fez o mesmo teste com 15 cachorros e nenhum deles teria perdido um grama sequer, concluiu: homens têm alma, animais não.
Quatro anos mais tarde, o obstinado doutor MacDougall, foi manchete novamente no "The New York Times". Desta vez, pretendia fotografar a alma usando o recém-descoberto raio-X. Os resultados negativos foram atribuídos à agitação da substância animista no momento da morte.
Dr. MacDougall é conhecido até hoje pelo seu experimento dos 21 gramas e, Justiça seja feita, o cientista teve o cuidado de informar que a experiência carecia de repetições e maiores observações. Também é certo que se o cientista estivesse correto ficaria famoso pela descoberta da materialidade da alma e acabaria uma discussão milenar entre filósofos e teólogos. Pena que o médico nunca tenha lido Clarice Lispector que, com sua poesia e sem método científico, foi muito mais convincente ao usar a sensibilidade para medir o peso da alma:
"Minha alma tem o peso da luz. Tem o peso da música. Tem o peso da palavra nunca dita, prestes quem sabe a ser dita. Tem o peso de uma lembrança. Tem o peso de uma saudade. Tem o peso de um olhar. Pesa como pesa uma ausência. E a lágrima que não se chorou. Tem o imaterial peso da solidão no meio de outros."
Realmente, uma pena. Dr. MacDougall teria evitado tanto trabalho, se tivesse lido nossa grande escritora - não teve tempo - no dia 16 de outubro de 1920, o The New York Times anunciava a sua morte com o título: "Ele pesou a alma humana”. Ninguém sabe informar se o peso da sua alma também foi medida, mas com certeza, tinha a leveza dos que acreditam no que dizem, prefiro, entretanto, a sapiência de Clarice.
O cientista, em observações por ele consideradas científicas, concluiu que a alma, tem sim, peso. A dedução foi feita com base em experiências que contavam com premissas consideradas por muitos cientistas da época como falaciosas, o que rendeu ao Doutor MacDougall, uma série de piadas que corre até os dias de hoje.
O experimento do médico gerou muita polêmica, foi divulgado no dia 11 de Março de 1907, pelo "The New York Times", publicado na Revista American Medicine, abril de 1907, Vol. 2, nº 4 e inspirou o roteiro do filme, 21 Gramas, do mexicano Alejandro González Iñárritu, lançado em 2003 e estrelado por Sean Penn, Naomi Watts e Benicio Del Toro.
Na sua pseudoexperiência para provar que a alma tinha massa, o médico pesou seis pessoas antes e depois de morrerem e constatou que o ponteiro da balança quase sempre caía. O instrumento de trabalho de MacDougall era como uma enorme balança de dois pratos: de um lado ficava o paciente em estado terminal, deitado em uma cama, do outro, o doutor colocava pesos equivalentes.
A primeira cobaia do médico ficou sob observação durante 3 horas e 40 minutos. Nesse tempo, ele perdeu peso aos poucos, em média 28 gramas por hora, e, na hora exata da morte, segundo o doutor, o prato da balança subiu, registrando a perda de 21 gramas. "No instante em que a vida parou, o lado oposto caiu tão rápido que foi assustador", disse.
O peso registrado nos outros pacientes foi diferente. O segundo teria perdido 46 gramas. O terceiro, 14 gramas e, alguns minutos depois, mais 28. Com outro, o ponteiro da balança desceu e depois subiu de novo. O médico tinha explicação para tudo, neste caso, a diferença tinha a ver com o temperamento de cada um: "um dos homens era apático, lento no pensamento e na ação. Nesse caso, acredito que a alma ficou suspensa no corpo, depois da morte, até se dar conta de que estava livre” justificou.
Não satisfeito, MacDougall fez o mesmo teste com 15 cachorros e nenhum deles teria perdido um grama sequer, concluiu: homens têm alma, animais não.
Quatro anos mais tarde, o obstinado doutor MacDougall, foi manchete novamente no "The New York Times". Desta vez, pretendia fotografar a alma usando o recém-descoberto raio-X. Os resultados negativos foram atribuídos à agitação da substância animista no momento da morte.
Dr. MacDougall é conhecido até hoje pelo seu experimento dos 21 gramas e, Justiça seja feita, o cientista teve o cuidado de informar que a experiência carecia de repetições e maiores observações. Também é certo que se o cientista estivesse correto ficaria famoso pela descoberta da materialidade da alma e acabaria uma discussão milenar entre filósofos e teólogos. Pena que o médico nunca tenha lido Clarice Lispector que, com sua poesia e sem método científico, foi muito mais convincente ao usar a sensibilidade para medir o peso da alma:
"Minha alma tem o peso da luz. Tem o peso da música. Tem o peso da palavra nunca dita, prestes quem sabe a ser dita. Tem o peso de uma lembrança. Tem o peso de uma saudade. Tem o peso de um olhar. Pesa como pesa uma ausência. E a lágrima que não se chorou. Tem o imaterial peso da solidão no meio de outros."
Realmente, uma pena. Dr. MacDougall teria evitado tanto trabalho, se tivesse lido nossa grande escritora - não teve tempo - no dia 16 de outubro de 1920, o The New York Times anunciava a sua morte com o título: "Ele pesou a alma humana”. Ninguém sabe informar se o peso da sua alma também foi medida, mas com certeza, tinha a leveza dos que acreditam no que dizem, prefiro, entretanto, a sapiência de Clarice.
Isso é um doido!
ResponderExcluiru=UMA COISA QUE PASARÁ COM CERTEZA PELA A ETERNIDADE É NÃO TER RECEBIDO CRISTO COMO SALVADOR ANTES DA MORTE!
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